Esteve durante muitas décadas na penumbra, mas a Quinta do Síbio é uma das jóias da coroa da Real Companhia Velha. Propriedade impressionante e dominante no vale do Roncão, é uma das mais antigas e tradicionais da empresa e uma marca que estava adormecida desde meados do século passado.
A marca ressurge agora, e com ela uma gama de vinhos de qualidade superior, que promete trazer à ribalta a histórica propriedade que se agiganta desde a margem direita do Douro até ao planalto de Alijó.
Mas nem só por isso impressiona. A quinta original virá mesmo do período da delimitação da Região Demarcada do Douro e entre a paisagem de deslumbre e os seus íngremes socalcos destaca-se o núcleo central, mais antigo, com muros de xisto criteriosamente recuperados e um fundo verdejante a evidenciar a agricultura biológica que ali se pratica.
É dessa parcela que é extraído este tinto, profundo, macio e voluptuoso, com que a Real Companhia Velha relança a Quinta do Síbio. A par do tinto, da colheita de 2014, também três brancos de 2015 acompanham o renascimento da marca.
Por ora, o Síbio Tinto não ostenta a menção de vinho biológico no rótulo, mas apenas se põe uma questão procedimental. O processo de certificação, iniciado em 2013, decorre ao longo de três anos e já está concluído, pelo que só a partir das colheitas deste ano a referência pode integrar os rótulos.
Produzido em regime biológico, o tinto de 2014 que agora chega ao mercado é um vinho com edição numerada de 6600 garrafas, que bem mostra a riqueza vegetal da propriedade. Às sensações de fruta madura e suculenta, junta a potência e profundidade dos históricos vinhos do vale do Roncão. Concentrado de cor, muito rico e complexo, é ao mesmo tempo elegante e fresco, denso e encorpado. Sério e estimulante e a prometer futuro glorioso, este novo ícone da Real Companhia Velha.