Casa do Capitão-Mor: é também por este nome que é conhecida a Quinta da Boavista, na freguesia de Mazedo, em Monção. A propriedade começou por pertencer a um cavaleiro do rei D. Dinis e, a partir de 1640, passou para a posse do Capitão-Mor de Monção, Francisco Soares de Castro. Hoje, faz parte do património agrícola da Quinta de Paços, uma empresa familiar que explora mais cinco quintas próprias no concelho de Barcelos. Ao todo, são cerca de 200 hectares de terra, 18 dos quais vinha.
Este Alvarinho tem origem precisamente na quinta que lhe dá o nome, de uma vinha com solo de calhau rolado, o que só por si já é bastante prometedor. É uma marca com alguns anos no mercado e que, colheita após colheita, tem vindo a revelar uma boa e consistente qualidade. O trabalho enológico está a cargo de Rui Cunha, um enólogo credenciado.
O ano de 2016 não foi fácil, devido ao excesso de chuva e à grande pressão de míldio. Mesmo assim, está um vinho muito interessante, com boa madureza e grande frescor. É um Alvarinho com o cunho mineral do granito e que expressa também muito bem a vertente frutada (cítrica e tropical) da casta. Como passou apenas por inox, mostra-se bastante directo e definido. Tem um bom volume e é muito vivo na boca, embora sem excessos de acidez — e muito menos de gás carbónico e açúcar, essa malfadada sina da região dos Vinhos Verdes. Exageraríamos se disséssemos que é um poço de complexidade, um Alvarinho antológico, daqueles que nos deixam a salivar e a tecer loas a esta extraordinária casta branca. Mas é equilibradíssimo e e muito gostoso, podendo acompanhar tanto pratos de peixe como de carne. E tanto no Verão como no Inverno.