Fugas - Viagens

  • Vão ser 14 países em pão-de-forma
    Vão ser 14 países em pão-de-forma DR/Dar a Volta
  • Momento de partida do Porto rumo a São Paulo, a 5 de Março (Inácio, entretanto, decidiu livrar-se do cabelo para a viagem)
    Momento de partida do Porto rumo a São Paulo, a 5 de Março (Inácio, entretanto, decidiu livrar-se do cabelo para a viagem) DR/Dar a Volta
  • Planos de pintura da carrinha
    Planos de pintura da carrinha DR/Dar a Volta
  • O mapa para os próximos 13 meses a ser bem estudado
    O mapa para os próximos 13 meses a ser bem estudado DR/Dar a Volta
  • Preparativos no Instagram
    Preparativos no Instagram DR/Dar a Volta
  • Fizeram a Índia em sidecar em cinco meses
    Fizeram a Índia em sidecar em cinco meses DR/Dar a Volta
  • Imagem do projecto
    Imagem do projecto DR/Dar a Volta

Eles vão dar a volta à América do Sul a ritmo pão-de-forma

Por Maria João Faustino

Depois da Índia em moto com “sidecar”, Inácio Rozeira e Helena Pimentel dão a volta a 14 países da América do Sul, em pouco mais de um ano, ao volante de uma carrinha pão-de-forma.

O Brasil é o marco inaugural da nova odisseia do casal que lançou o projecto Dar a Volta. Esta terça-feira, realizaram o mais fácil dos trajectos previstos: o voo para São Paulo, de onde partem, numa carrinha pão-de-forma, para desbravar toda a América do Sul. O Brasil será, dentro de uns previstos 13 meses, o país de despedida: o périplo deverá terminar a tempo do Carnaval do Rio.

A escolha do Brasil como princípio e fim, para além do simbolismo e maior facilidade, tem a ver com outro elemento prático: é onde o casal de viajantes vai adquirir o veículo de transporte. A pão-de-forma com que irão conquistar as estradas da América do Sul é de origem brasileira e a aquisição do emblemático veículo é facilitada, conta Inácio Roseira, por negócios familiares naquele país.

A escolha de uma pão-de-forma, depois da aventura em “sidecar” pela Índia ou de subirem à mais alta estrada do mundo, segue a mesma lógica de adequação do veículo ao destino, explica o viajante (e guia de viagens da agência Nomad, patrocinadora do novo projecto) de 34 anos: “o imaginário sul-americano é muito associado à pão-de-forma”. A mítica carrinha da Volkswagen, também conhecida como Kombi, marca o imaginário dos viajantes há décadas. Mais do que um ícone da indústria automóvel, foi um símbolo da cultura popular – esteve tão ligada ao espírito de liberdade dos anos 60 e 70 que a apelidaram de “hippie van”. É numa dessas carrinhas que o casal do Porto vai percorrer os 40 mil quilómetros da sua volta sul-americana – na verdade, será também um hotel sobre rodas na maioria das noites.

O percurso previsto, passa pela descida à Patagónia argentina, atravessando o Paraguai e o Uruguai, a passagem a terras chilenas e viagem pela Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Trindade e Tobago. Depois, o regresso ao Brasil, para o final em festa no carnaval carioca. Alguns dos desejos que animarão o projecto da viagem passam pela participação na “maior maratona do Suriname no Dia da Independência”, por “beber cerveja de gengibre” na Guiana ou pela celebração do Diwali, festival indiano numa das ilhas das Caraíbas.

A escolha da América do Sul como morada para os 13 meses desta volta foi uma “escolha conjunta”, depois de o casal perceber que a aventura da Índia era “um projecto com consequência”, diz Inácio. Ele, que confessa que as suas expedições pelo mundo nunca o deixam de espantar, já conhecia bem esta parte do continente americano: Peru, Argentina, Bolívia, Chile e Uruguai esperam agora um segundo olhar do viajante. Do que conhece, escolhe o Peru como país preferido e a Colômbia como aquele para que guarda maiores expectativas. Já para Helena, de 25 anos, esta será a primeira viagem por estes lados do mundo.

A aventura latina, à imagem do que aconteceu nos cinco meses pela Índia, pode ser acompanhada online. A partilha começou logo nos preparativos (como um radical corte de cabelo de Inácio, até transmitido em directo), e o casal promete dinamizar todas plataformas ao longo de toda a viagem.  

Da anterior odisseia, pela Índia, o casal trouxe mais do que memórias: Kashi, uma cadela abandonada que acabaria por tornar-se companheira de viagem e que voltaria com eles. Agora, Kashi fica em Portugal até ao regresso dos donos. Com todas as surpresas que inevitavelmente os esperam no caminho, talvez também não voltem sozinhos da volta americana.

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