Era um plano de fuga. Os rostos enterrados nas golas dos casacos, abotoados até à última casa. O carro a serpentear pelas sinuosas estradas da serra de Sintra. Os bilhetes de avião. Os voos ao raiar da aurora. Os horários apertados. As ligações entre destinos a cargo de homens de língua eslava e escandinava. O fausto de cada escala. O desterro das instalações hi-tech onde nos esperavam na última paragem antes do regresso a Lisboa, três dias depois.
Quando atravessámos o arco do Palácio de Seteais, tivemos a certeza: era um plano de fuga. Como D. João VI tantos anos antes, ali estávamos a mirar a costa atlântica e o caminho do Brasil. O então príncipe regente tinha visitado aquele mesmo terraço com vista para além-mar em 1802, ano em que se construiu o arco para o receber. Sua Alteza Real ainda não sabia que cruzaria aquelas águas com toda a família real para fugir, em 1807, das invasões francesas.
Endireitámos as costas, arredondámos a barriga. Pausa, movimento: ajeitámos a gola e certificámo-nos de que não tínhamos um pedaço de frango no bolso. O telemóvel era tudo o que se encontrava a esfriar: deixámos a pose por uns segundos para actualizar o Instagram.
Todos os caminhos vão dar ao Instagram. Em Sintra, não há como escapar: cada verde é uma fotografia em potência, cada palácio romântico, casa de pedra, rua estreita. Seteais é tudo menos uma excepção. Esta construção neoclássica do final do século XVIII, obra do então cônsul holandês em Portugal, Daniel Gildemeester, conserva peças do mobiliário original, tapeçarias, pinturas e frescos que impõem a sua história aos hóspedes do actual hotel Tivoli.
O conforto é o que se espera das cinco estrelas que o Tivoli Palácio de Seteais ostenta — às quais se juntam, até 30 de Março, as duas estrelas Michelin do Vila Joya, que no Inverno se muda de Albufeira para Sintra — e é o século XXI, com todos os seus benefícios tecnológicos directos e indirectos, que assegura o bem-estar de nobres e populares de bolsos fundos, a navegar nos seus tablets enquanto esperam a hora de jantar em sofás de madeira fina.
A Fugas estava em Seteais a convite não só do Tivoli (propriedade da Rio Forte Investments, do Grupo Espírito Santo; a Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva foi responsável pelo profundo restauro do palácio, em 2008) mas também da Global Hotel Alliance (GHA). Esta apresenta-se como “a maior aliança mundial de grupos de hotéis independentes, nas categorias quatro e cinco estrelas”, tendo-se firmado em 2004. Ou seja: está a celebrar a primeira década de existência.
O modelo seguido é o da Star Alliance, que congrega as melhores companhias aéreas do mundo (e das quais a TAP faz parte). A GHA engloba quase 300 hotéis, em 52 países, o que se traduz numa oferta de 6500 quartos. Uma das formas que encontrou para promover a parceria entre os seus clientes foi o cartão de fidelização GHA Discovery, que em vez de funcionar como um normal acumulador de pontos e descontos é um passaporte para “experiências locais”.
O cartão existe em duas categorias: platinum e black. A segunda dá acesso a experiências melhores. Entre os dois níveis do cartão e as centenas de hotéis espalhados pelo planeta, o GHA Discovery pode ser utilizado para 1776 “experiências locais” (o número é o que está na lista à data deste texto), a usufruir de Lisboa a Adelaide, na Austrália, passando por Londres, Berlim, Moscovo, Ancara, Doha, Ho Chi Minh, Bali, Pequim, Nova Iorque, São Paulo…
O desafio proposto à Fugas incluía três experiências em três cidades, ao longo de três dias; um sprint com distâncias de ultramaratona. Sintra foi a primeira paragem de um périplo que passou por Praga e Copenhaga (com pequena escala em Estocolmo). E foi na vila portuguesa, património mundial da UNESCO, que começámos a olhar a realidade como se Por Este Rio Acima estivesse a tocar à revelia dos pássaros que resistem ao Outono e nos preparássemos para voar por cima das águas — “sendo nós como a sardinha”, claro — numa escapadela épica.
Usámos aviões em vez de naus. Mas começámos por nos deslocar de carro (e não de carroça) para a primeira experiência, na Adega Regional de Colares (ARC) — uma prova de vinhos de areia. É uma das quase 50 opções que o GHA Discovery oferece em Portugal (há ainda, por exemplo, o passeio de segway por Lisboa, golf em Vilamoura, automobilismo no autódromo de Portimão, visita guiada por pescadores às grutas de Ponta da Piedade, em Lagos, ou pequeno-almoço no topo de um precipício em Lagoa) e uma das seis disponíveis em Sintra.
Colares é a mais pequena região demarcada do país. É uma das mais antigas, também: desde 1908. O vinho que ali se produz é sobretudo tinto. O branco é imagem de marca da vizinha região de Bucelas (o branco de Colares, dizem-nos, serve-se melhor como aperitivo). Tanto numa como noutra região, a produção de vinho remonta ao tempo da ocupação romana. Mas não se sabe que tipo de vinho produziam. No caso de Colares — que é que nos interessa por ora — a documentação historiográfica permite estabelecer o século XIII como ponto de partida.
São pelo menos oito séculos a produzir vinho da mesma forma, plantando a vinha em valas de areia, rasteira ao solo e com a ameaça salgada do mar. É um trabalho que requer planeamento a médio prazo e a perseverança que se diz faltar aos mais jovens. Algo que se agrava com a falta de capacidade para captar investimento para zonas de vinha que, ao longo dos anos, se tornaram muito retalhadas e, assim, menos rentáveis. A especulação imobiliária não ajuda.
Voltemos ao disco de Fausto Bordalo Dias, que facilita no transporte temporal que nos ajuda a ver os vinhos de Colares a serem servidos nas caravelas que se encaminhavam para o Oriente. Eram os escolhidos para levar a bordo pela sua longevidade. Aliás, os tintos de Colares não se bebem bem nos primeiros anos. Os populares dizem que “não se bebe, mastiga-se”. São vinhos encorpados, ricos em taninos e são melhores quando envelhecidos. Na Adega Regional de Colares, com uma variedade de pão, queijos e enchidos, foi um tinto de 1992 que nos serviram para melhor apreciarmos as suas qualidades.
É uma preciosidade. Não só pela qualidade e pela espera que impõe para que se possa tirar total partido da fermentação das pequenas uvas da casta Ramisco — que sobreviveu à devastação das vinhas europeias no século XIX pela epidemia de filoxera —, mas em especial pela parca produção, que faz com que as singulares garrafas em V com denominação de origem sejam difíceis de encontrar no mercado. Muito menos à mesa, visto que muitos as compram para colecção. Apesar de tudo é possível encontrá-las à venda em Sintra e na própria adega.
O plano de fuga atira-nos para todos os lados. É difícil manter o Norte e a linearidade cronológica: o pós-1755, as invasões francesas, a primeira corte europeia sediada nas Américas, a expansão portuguesa, Fernão Mendes e Fausto, os romanos, o abandono de Seteais descrito por Eça de Queirós em Os Maias, o Estado Novo (os tonéis da ARC, companheiros dos muitos eventos e jantares que ali se fazem, são dos anos 1940; a madeira é sobretudo francesa e norte-americana), o Festival da Canção…
Sim, o Festival da Canção. 1983. “Ela diz que eu fui um caso muito sério. Mas eu só sei que há algo nisso de anormal…” Armando Gama começava assim a cantar Esta Balada Que Te Dou, com que venceu o concurso nesse ano, e são esses os versos que 30 anos depois andámos à procura quando regressámos a Seteais. O cantor e pianista interpretava Beatles e António Carlos Jobim, com a doce melodia que melhor servia ao travesseiro de bacalhau com salada, o arroz de pato à antiga e o ravioli de mel do chef António Santos. E nós tentávamos lembrar.
É difícil adormecer com uma canção debaixo da língua. Tanto mais se a conhecemos do Festival da Canção e se segue uma viagem europeia: além do imenso rol de composições nacionais, a memória começa a chamar pela Eurovisão e cria-se um problema que só o Google e o YouTube conseguem resolver: quem foram os melhores representantes dinamarqueses e checos ao longo destas décadas? Se por algum acaso D. João VI foi assolado por dúvidas similares durante a visita a Seteais, a sua angústia não seria de tão fácil resolução.
A galope num cavalo morto
Pressentimos a modernidade quando chegámos a Praga e nos propuseram uma visita guiada pelos cafés históricos da cidade. O grito do Ipiranga estava dado na América do Sul e a Europa debatia a humanidade nos cafés que vinham do século XIX e reuniam os intelectuais de serviço, já no século XX. É esse o tempo. Vemos apontar para o café onde era possível encontrar Kafka e companhia — muito perto do centro e do Kempinsky Hotel Hybernska, que nos recebeu — e começámos a estabelecer pontos de contacto com A Brasileira e Pessoa, para nos situarmos.
O Kavárna Arco estava fechado. Se estivesse aberto, o que veríamos seria certamente diferente do que via o autor de A Metamorfose. Mas não foi o tempo que o transformou (como ao Café Gelo, em Lisboa, por exemplo). Foi uma acção directa do período comunista do país, que em comunhão com a Eslováquia formava a extinta Checoslováquia. A vida deste e da maior parte destes cafés foi interrompida para os tornar em espaços da burocracia vigente. Só com o fim do bloco de Leste foram recuperados, alguns com poucas pistas do que tinham sido.
O Orient, por exemplo, foi reconstruído com base em três fotografias a preto-e-branco que os actuais proprietários conseguiram resgatar ao pó. Quem desconhecer a história não verá, contudo, gorada a expectativa de visitar um dos cafés históricos de Praga: está tudo pronto para o enganar com toda a subtileza possível. A guia que nos conduz pela capital checa deixa escapar que, entre os cafés do itinerário, o Orient é o menos “turístico” e onde se pode usufruir de um verdadeiro ambiente local. Fica a dois passos da Torre de Pólvora, a única das 13 que serviam a cidade medieval que chegou aos nossos dias. É um monumento enegrecido e marcante.
Foi por esta entrada do século XI que passámos à Cidade Velha, depois de demorar uns minutos a apreciar a Obecní dum (à letra, Casa do Município), imponente edifício art noveau que funciona como centro cultural e que incluiu um grand café no piso térreo. O Orient fica a poucos metros, no primeiro andar da Casa da Virgem Negra, obra-prima da arquitectura cubista checa. O nome do edifício deve-se à imagem de uma virgem negra suspensa na sua fachada. Algo muito comum nesta zona da cidade: há a Casa do Leão, a Casa da Águia, a Casa das Uvas Douradas…
O percurso faz-se integralmente a pé e passa, entre outros monumentos e vias, pelo Orloj, o popular relógio astronómico da Praça da Cidade Velha, por Národní trída, a avenida-símbolo dos protestos que aceleraram a Revolução de Veludo, e pelas galerias Lucerna, onde além dos históricos café e cinema homónimos se pode ver uma das esculturas do polémico David Cerny (n. 1967) — São Venceslau, figura tutelar nacional, a montar um cavalo morto, de patas para o ar.
Nos cafés, as paragens obrigatórias são o impressionante Imperial (onde, lamentavelmente, as “guerras” com donuts ressessos deixaram de ser permitidas), o Louvre e o Slavia.
Este último tem vista para o Teatro Nacional e para o rio Vltava, e é onde a tour termina e a experiência gastronómica checa se inicia, primeiro com uma especialidade à escolha da pastelaria local e depois, já de volta às cinco estrelas do Kempinsky Hotel Hybernska, com uma Kulajda (sopa de cogumelos típica do país), um tenríssimo bife tártaro de veado e, como prato principal, um guisado de javali selvagem, servido com os melhores vinhos locais. A palinca checa fecha muito bem a noite e sai a ganhar quando comparada com a que se encontra nos ruinpubs de Budapeste, na Hungria, onde é a palinca é bebida nacional.
Com ou sem esta bebida de destilação dupla e elevado teor alcoólico (40% a 70%), é fácil esquecer que o Hybernska — que faz parte da mais antiga cadeia de hotéis de luxo da Europa — é originalmente uma mansão barroca, graças ao seu design absolutamente contemporâneo. A localização dificilmente seria melhor e permite aventuras de última hora, no dia seguinte, tomado o pequeno-almoço, antes da partida para o aeroporto (a 20 minutos de carro). O castelo, a Ponte Carlos, a catedral gótica de São Vito (a maior do país), a Velha Nova Sinagoga (a mais antiga da Europa ainda em actividade), o museu nacional, o memorial da revolução e, para algo totalmente inesperado, uma das dezenas de espaços de massagens tailandesas que se encontram pelo centro da cidade são alguns dos sítios que o pouco tempo em Praga não permitiu visitar. A oferta para turistas sedentos é vasta.
Levantar o queixo para voar
Se muito ficou por ver em Praga, o sprint deste plano de fuga foi ainda mais restritivo em Copenhaga. Mas mesmo antes de aterrar na capital dinamarquesa, já a experiência se fazia valer: a escala em Estocolmo permitiu acompanhar do avião boa parte da costa sueca, muito recortada e particularmente bonita ao pôr-do-sol, e, já de noite, sobrevoar Malmö, o estreito de Öre — onde a ponte de Oresund liga a Suécia à Dinamarca — e, finalmente, a mui plana cidade de Copenhaga. Descendo da capital sueca para a capital dinamarquesa, o truque é ficar do lado direito do avião, à janela. A noite é muito fácil de apanhar no Outono e no Inverno.
A história de Copenhaga vem de novecentos. Começou por ser uma aldeia viking e só se afirmou como um dos centros mais importantes da região no reinado de Cristiano IV (1588-1648), no séc. XVII. Considerado o arquitecto da cidade, Cristiano IV, rei da Dinamarca e da Noruega, dá nome a muitos dos pontos de interesse turístico da cidade. Entre eles estão o edifício da bolsa de valores, que foi concluído em 1640 e funcionou para o mesmo fim desde então até 1974, e o Palácio de Christiansborg, o único edifício do mundo que serve ao mesmo tempo como sede dos poderes executivo, legislativo e judiciário de um Estado.
Copenhaga, cujo nome significa “porto de mercador”, é o ponto de encontro do Mar do Norte e do Báltico. A cidade está construída sobre duas ilhas — Zelândia e Amager. O canal principal e os canais secundários que ficam entre ambas são hoje local de atracagem de barcos-casa e de banhos no Verão (Junho é o mês mais ensolarado, com uma média de oito horas de dia, e Julho e Agosto os mais quentes, com temperaturas médias de 20 graus Celsius). Ao longo dos canais, há bares para muitos gostos, alguns com música ao vivo.
Foi para aqui que acabámos por nos dirigir, para aproveitar as poucas horas livres que tivemos na cidade — onde, tal como em Praga, se passeia muito bem a pé, mesmo com o frio outonal. Do hotel da GHA que nos recebeu, o Kong Frederik, do grupo First, ao popular porto Nyhavn, pelo longo e comercial Strøget, são cerca de 30 minutos a pé. E a visita, mesmo que a entrar pela madrugada, mesmo com os bares a encerrar e pouca gente à vista, vale bem a pena. O pouco movimento é a grande diferença que identificámos face a Amesterdão. De resto, quem tiver visitado os canais da cidade holandesa vai encontrar muitas semelhanças com Nyhavn.
As “experiências locais” possíveis em Copenhaga são 24, incluindo uma canal tour, uma visita à fábrica original da cerveja Carlsberg e uma caminhada ociosa pelo luminoso jardim Tivoli (que nada tem que ver com a cadeia portuguesa de hotéis), para ver as centenas de milhar de luzes que o tornaram famoso ou para aproveitar o parque de diversões lá instalado. Outra das ofertas do GHA Discovery — que pode ser usado em qualquer dos cinco hotéis First de Copenhaga — é um passeio de riquexó com guia e passagem garantida pelos edifícios históricos da cidade.
O que fica a faltar nesta última experiência é uma visita à catedral de Roskilde, a primeira de estilo gótico a ser construída em tijolo (c. 1170) e património mundial da UNESCO desde 1995. É o panteão real dinamarquês. Ao longo dos tempos foi sendo sucessivamente aumentado para receber os sepulcros reais, que se encontram distribuídos por capelas de estilo e ambição diversas. É ali que se encontram os restos mortais de Cristiano IV e da sua primeira rainha. A viagem demora 30 minutos, seja de carro ou de comboio, a partir de Copenhaga. No início do Verão, o Festival de Roskilde, um dos maiores da Europa, também é paragem obrigatória.
Mas nada promete tanto quanto uma experiência com “ultimate” no título. Entre Copenhaga e Roskilde, ficam as instalações hi-tech por que esperávamos desde o início da viagem e que nos levaram a considerar estarmos numa fuga à filme de espionagem europeu, mas a sério, com devaneios históricos no cruzamento com a aflição de D. João VI. As instalações chamam-se Copenhagen Air Experience e são palco da “derradeira” experiência: voar num túnel de vento.
O desterro e a escuridão do local podem alimentar a fantasia cinematográfica, mas o certo é que toda a informação que nos passaram era sobre como melhor aproveitar as cinco ventoinhas gigantes que sopram poderosamente para o túnel vertical com 13 metros de altura — e fazê-lo em segurança. Ou talvez fosse uma espécie de treino militar sub-reptício a antecipar um conflito de rua com um agente secreto qualquer: endireitar as costas, abrir as pernas para ganhar equilíbrio, flectir os joelhos, formar um arco com os braços, levantar o queixo.
O ar usado para nos elevar vem directamente do exterior e a temperatura no interior varia por isso consoante a hora do dia e a estação. Mas o fato e as luvas que todos os participantes são obrigados a usar (mais capacete, óculos de protecção e tampões para os ouvidos) são mais do que suficientes para manter o corpo confortável. A dificuldade está em manter o equilíbrio. Há sempre um instrutor no túnel para corrigir posições e assegurar que não nos aleijamos no meio do nosso contentamento por estar a “voar” (talvez o termos mais correcto seja “flutuar”). A experiência melhora a cada intervenção do instrutor. O processo de aprendizagem é relativamente simples mas nem por isso mais fácil e requer descontracção.
As duas sessões de dois minutos cada que são oferecidas pelo GHA Discovery — que para o cliente comum custam 650 coroas (cerca de 87 euros) — são uma oportunidade para perceber o que aconteceria se por alguma razão alienígena (a ficção, outra vez) perdêssemos repentinamente o peso. É mais essa a sensação de entrar num túnel de vento — tecnologia com origem no século XVIII, apesar de poder parecer o último grito da indústria — do que a gravidade zero do Espaço. Todo o corpo é um ponto de contacto com o ar que o sustenta e qualquer mudança de posição, por pequena que seja, altera de imediato a trajectória e o equilíbrio.
Sair é difícil. Não por qualquer obstáculo físico, mas porque sabemos que a experiência não se repetirá tão cedo. E sabemos mais: que as memórias de Copenhaga estarão sempre associadas à leveza e ao sorriso rasgado com que deixámos a câmara de vento (que pode atingir os 220 quilómetros por hora). Se por alguma razão nos esquecêssemos, poderíamos rever o vídeo que o Copenhagen Air Experience faz com o nosso voo.
O First Hotel Kong Frederik ainda tentou impressionar-nos com um recepcionista dinamarquês a falar português (casado com uma brasileira) e com a placa das celebridades que lá tinham ficado hospedados (Peter Brook, Nina Simone, Ozzy Osbourne, Jimmy Carter…), mas a experiência que ele próprio proporcionou aos seus hóspedes remeteu-o para segundo plano. O que fica como prova de elegância.
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A voar por cima das águas