Fugas - Viagens

  • ISHARA S.KODIKARA/AFP
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  • Ricardo Santos
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Sri Lanka, danças com elefantes

Por Ricardo Santos

Já olhou um elefante nos olhos? Já lhe esfregou uma casca de coco na pele ao dar-lhe banho num rio no Sri Lanka? Devia fazê-lo, nem que fosse uma vez na vida. A experiência é inesquecível. Para mais num país onde se recorda a presença portuguesa e onde os sorrisos são fáceis e sinceros.

Charith Abeynayake traz entre os dedos uma folha A4 com dois nomes portugueses escritos à mão. À cintura vem agarrado o filho de seis anos, ainda ensonado. São cinco da manhã e, no exterior do aeroporto de Colombo, capital comercial do Sri Lanka, estão 25 graus. Sente-se bem a humidade e a noite ainda é escura. Só depois de uma hora de viagem, de automóvel, o céu começa a ganhar tons mais claros.

À beira da estrada nacional que leva a Pinnawala, há homens de idade avançada que varrem o passeio em frente a casa e crianças que caminham em grupo e de uniforme para a escola. As lojas começam a abrir, preparando-se para vender um pouco de tudo: cartões telefónicos, refrigerantes, bolachas, pastilhas, bananas, cocos, detergente, água, peixe e marisco secos, crepes de vegetais, e o que não houver numa depressa se encontra noutra.

As imagens vão passando rapidamente, intercaladas com momentos de sono leve — as famosas cabeçadas — provocados por uma viagem de mais de dezoito horas desde Lisboa, escalas e esperas incluídas. O fuso horário de mais cinco horas e meia em relação ao nosso relógio também não ajuda, mas a curiosidade pelo novo destino e a boa conversa de Chari vencem o cansaço.

O trânsito começa a ficar mais intenso à medida que as horas avançam. Felizmente o movimento é em sentido contrário. Passam autocarros cheios de gente que são autênticos milagres da mecânica e dezenas de motorizadas cortam os cruzamentos num bailado quase organizado. Os triciclos, popularizados como tuk tuk, aceleram em ultrapassagens que poderiam ser perigosas se não existisse um código da estrada alternativo — o da tradição e do bom senso. Agora, junto à estrada, há placas com indicações para quintas de especiarias (uma das maiores riquezas do país) e passeios de elefantes. Três horas depois, parece que a viagem de carro vai chegar ao fim. É isso que indica Chari — "Chegámos."

Um mês antes da partida para o antigo Ceilão (até 1972 era essa a denominação do Sri Lanka) foram feitos os primeiros contactos com ele e com o seu projecto - http://elephantvolunteerpinnawala.blogspot.com. A ideia foi dedicar tempo ao voluntariado com elefantes, uma das paixões nacionais desta ilha ao sul da Índia, com formato de lágrima. Não é ainda um dos destinos mais mediáticos dos pacotes turísticos, mas a proximidade histórica entre Portugal e a Taprobana descrita em Os Lusíadas de Luís de Camões serviu de chamariz. Afinal, os portugueses foram os primeiros europeus a lá chegar e a herança continua bem viva. Não faltam os Pereira, Silva ou Fernandes entre os nomes de família e a lista de palavras de raiz lusitana na língua cingalesa vai do banco ao ananás, passando pela camisa, pela toalha, pelo copo e fechando com a chave, que não de ouro.

Lourenço de Almeida é, mais que Cristiano Ronaldo, o nome que se ouve quando se responde com Portugal à pergunta "De onde vens?". Quem? Há que confessar a ignorância, a falta de atenção numa específica aula de História ou a falha no programa educativo dessa disciplina quanto a este navegador português. Foi ele quem comandou os primeiros europeus a chegar à ilha, em 1505, os mesmos que revolucionaram o mercado mundial da então preciosa canela, aqui produzida em grande escala. O grupo de conquistadores encontrou uma ilha dividida em sete reinos, fundou a cidade de Colombo e manteve-se em constantes guerrilhas ao longo do século XVI. Almeida ficou conhecido como o "diabo louro" e originou relatos de bravura que se mantêm até hoje, perpetuados, por exemplo, numa canção que chegou aos nossos dias. Chari sabe a letra de cor, aprendeu-a na escola primária. Não é o único, como se percebeu ao longo das semanas passadas no Sri Lanka.

"Querem um pequeno-almoço típico do Sri Lanka?", pergunta. Não há grandes dúvidas quanto a isso. O arroz branco chega à mesa, seguido pelo caril de lentilhas, ovos estrelados e pequenas panquecas, as appam, recheadas com vegetais bem condimentados. Também há massa de arroz com vegetais, molhos adocicados, picantes e mão na comida — só a direita — em vez de talheres. O copo fica na esquerda por uma questão de rito social. No seu interior há quase sempre chá, o muito elogiado chá da ilha, cultivado nas montanhas do país, imagem de marca de uma nação.

Arroz sempre

É de fusão a gastronomia do Sri Lanka, uma mistura entre os pratos da Índia, do Vietname ou da Tailândia. Daí a importância do arroz, servido em quase todas as refeições. É num restaurante de beira de estrada que este pequeno-almoço é servido. Aos poucos vai-se percebendo onde se está. Ao lado fica a casa que servirá de albergue para os próximos dias. É uma moradia térrea com alpendre, meia dúzia de quartos, sala de refeições e cozinha. A água para os duches não é quente, mas esse é um problema que não se coloca, tal a temperatura elevada que quase sempre se faz sentir. No exterior, no alpendre, quatro espreguiçadeiras convidam ao descanso. E há uma máquina de levantamento de pesos que pode ser utilizada por quem quiser manter a forma física. É o mais próximo de um ginásio que se encontra nas redondezas. Os empregados da casa revezam-se na sua utilização, procurando sempre fazer melhor que o utilizador anterior. Os homens são iguais em toda a parte do mundo e a competição acaba quase sempre com uma boa dose de gargalhadas.

Os quartos são simples e funcionais, a ventoinha está quase sempre ligada e a rede mosquiteira aberta. Os cortinados não cortam a entrada de luz, mas os dias começam tão cedo que essa questão nem se chega a colocar. Com a diferença horária e o ritmo de vida, acordar depois das seis da manhã é quase um luxo.

Do outro lado da via está o Orfanato de Elefantes de Pinnawala. Dificilmente a localização poderia ser melhor para quem se voluntariou para trabalhar com elefantes orfãos. Ainda não são nove da manhã, o calor aperta e o dia já vai longo. Mas o trabalho ainda nem começou.

Chari conduz agora o seu tuk tuk vermelho em direcção ao local onde pernoitam os elefantes. Fala da guerra civil que afectou o país entre 1983 e 2009 — que terá vitimado pelo menos cem mil pessoas — e da qual se sentem ainda as marcas na sociedade. O facto de existirem dois idiomas oficiais — cingalês e tamil — é disso exemplo, mas também a divisão entre o norte do Sri Lanka e o restante país vem à conversa.

Pinnawala localiza-se praticamente no centro, a meio caminho entre Colombo e a cidade sagrada de Kandy onde se encontra guardado aquilo que se crê ser o dente de Buda. Kegalla é a maior cidade das proximidades, o destino principal dos autocarros que aqui chegam. Daí é tomar a direcção de Rambukkana e não há que enganar. O triciclo a motor imobiliza-se poucos metros depois da entrada numa picada. Chari olha para trás e explica que existem cerca de 600 elefantes em todo o país. Antes da guerra civil eram aos milhares. São dez da manhã e o calor e a humidade não ajudam ao que se segue.

Camas para elefantes

É tempo de fazer as camas para os elefantes. Deles, nem sombra. Carregam-se enormes ramos de palmeiras, arbustos e troncos que são dispostos — uns sobre os outros — junto às árvores. À noite irão servir de leito, mas também de refeição para os paquidermes. As ásperas folhas cortam as luvas de látex em poucos movimentos, depois chega a vez dos dedos. Não é o peso que incomoda, é o mau jeito que dá. De tecido envolto à cintura, tronco nu e catana na mão, um mahout (tratador de elefantes) dá o exemplo do que deve ser feito. Nem um pingo de suor lhe escorre testa abaixo, exactamente o oposto do que se passa com um qualquer português com ganas de ajudar.

Feitas as camas, há que carregar um atrelado com mais arbustos, folhas e frutos, de preferência mangas — parece que os elefantes não as dispensam. O tempo passa devagar, os efeitos do jet lag fazem-se sentir, a quebra de tensão intensifica-se. "Talvez seja melhor parar um pouco", diz Chari. Como parar? Ainda há tanto para fazer... "Ok, então toma esta pá e vai limpar aquilo", desafia o mentor deste projecto de voluntariado. "Aquilo" é um monte de fezes com quase um metro de altura. A uma dezena de metros teme-se um cheiro insuportável, mas não é bem assim. O que afugenta mais é o preconceito, afinal os elefantes só comem ervas e frutas e o odor não é assim tão impossível de suportar. Mas não deixa de ser m... esterco. Pazadas e pazadas depois, os resíduos estão limpos e amontoados devidamente. Mais tarde serão aproveitados, não para estrumar terras mas para fabricar papel. É uma economia emergente que surgiu nos últimos anos e alimenta a comercialização de cadernos, blocos, brinquedos ou porta-chaves. Sem cheiro, claro, e comprados essencialmente por turistas.

O poiso seguinte é à beira de um afluente do rio Maha Oya, junto a um edifício em construção. Um casal de russos vem no dorso de um elefante que caminha vagarosamente. Ao sinal do tratador, o animal mergulha a tromba na água e deita a cabeça para trás molhando por completo os dois turistas. Faz parte de um pacote que inclui o passeio de elefante. Não é por isso que Chari ali leva os voluntários. Todos os dias, duas horas de manhã e duas horas à tarde, os enormes bichos têm que ser lavados e esfregados. É essa a próxima tarefa.

Tikiri (pequeno, em português) é o nome dado ao elefante que calha em sorte, um elephas maximus maximus, de acordo com a nomenclatura científica. Trata-se de um elefante asiático, mais pequeno que os seus parentes africanos. Regra geral, podem medir até três metros e meio e pesar um máximo de cinco toneladas e meia. Tikiri é um digno representante da espécie: a tromba está pintalgada de manchas amareladas e pontos negros, fruto de uma despigmentação natural e não possui presas, o mesmo se passa com a imensa maioria dos seus irmãos.

Os enormes olhos escuros cativam desde o primeiro momento. Sente-se retorno no olhar, afinal este é um dos animais mais inteligentes do planeta. Além de possuir um cérebro que, em média, pesa qualquer coisa como cinco quilos, o córtex tem um número total de neurónios equivalente ao humano. Tikiri gosta de que lhe dêem banho e essa é uma experiência inesquecível. Perfeitamente normal para o seu mahout, que vê no voluntariado uma boa oportunidade para se dedicar a outros afazeres enquanto os estrangeiros se deliciam nas águas lamacentas do rio. Primeiro exemplifica como esfregar o elefante com cascas de côco e depois vai à sua vida. É rija e densa a pele do animal, marcada por linhas fundas e pêlos que, de tão grossos, quando entrelaçados servem de pulseiras e anéis feitos por artesãos de circunstância. O ruído, o raspar, o repetido ritual contra a pele produz efeitos imediatos: sai a poeira e Tikiri solta profundos suspiros acompanhados por borrifadelas de água. Está deitado no rio com metade da enorme cabeça submersa e a tromba, como um periscópio, acompanha os movimentos e reacções dos seus improvisados tratadores. Barriga, lombo, tromba, cabeça, orelhas — tudo é devidamente esfregado. As horas passam sem se dar por elas. Nem os peixes de rio que andam à volta dos pés e das pernas incomodam. Trabalho é prazer.

O programa inclui refeições, dormidas e duas sessões de trabalho diárias (das 8h30 às 11h e das 16h às 18h). Entre elas há a possibilidade de visitar o orfanato de elefantes, descobrir os pontos de interesse da região ao redor de Pinnawala, ensinar inglês a crianças desfavorecidas e mergulhar de cabeça na cultura e religião locais. É precisamente isto que Chari se prepara para mostrar.

Depois de uma passagem pelo campo de críquete — desporto nacional — este pai de dois filhos, 34 anos, pára o tuk tuk à porta de uma loja e compra um quilo de bananas, meio ananás, um coco, um quarto de melancia e algumas mangas. Dirige-se depois a um templo budista, lava a fruta, corta-lhe as pontas e coloca-a virada para cima num prato de plástico. "É uma oferta, um agradecimento pela vossa vinda e um desejo de sucesso e sorte para vocês e para a minha família".

Descalça-se, sobe os degraus do templo, aguarda a sua vez para ser recebido por um dos monges e entra numa sala onde não faltam símbolos budistas, incenso, estátuas e néons coloridos. Ajoelha-se, escuta atentamente o mantra e, à saída, cumpre o ritual de oferecer uma peça de fruta à primeira pessoa com quem se cruza. A restante é oferecida ao templo. O monge mais influente faz questão de agradecer a oferenda e coloca-lhe uma pulseira de linho no pulso direito. Dá-lhe sete voltas, recita frases indecifráveis para quem não conhece o idioma, faz um pequeno nó e sorri. É um sorriso que faz valer a pena a experiência — sincero, aberto, gentil, respeitador.

Chari parece um homem feliz ao fim de cada dia. Os seus convidados também. E mais ficam quando chega a hora das refeições, preparadas com gosto pela sua mulher. Arroz e caril estão sempre presentes, variando apenas a proteína animal: frango, peixe, borrego ou camarões. Água, refrigerantes ou chá são as opções de bebida. E até se pode ter acesso a uma cerveja local, a Lion, sucesso de vendas entre locais e estrangeiros quando o calor aperta. Ou seja, quase todos os dias.

O tuk tuk continua a acelerar por Pinnawala. Só se imobiliza quando um casal de vendedores à beira da estrada chama à atenção. Pendurados em estruturas metálicas têm sacos de plástico com água. No interior destes, peixes de aquário das mais variadas cores. "Podem tirar fotografias, se quiserem", diz o homem do casal com uma boa disposição contagiante. A mulher acompanha-o na simpatia e faz questão de mostrar o conteúdo das caixas de plástico que têm na banca: peixe e camarões secos entre cinquenta cêntimos e euro e meio a dose. É tempo de voltar à base para um período de descanso antes do jantar.

Visita ao orfanato

No outro lado da estrada, em frente à casa que serve de albergue, está o Orfanato de Elefantes de Pinnawala, um santuário para este tipo de animais alvos de abusos, doenças e abandono. O projecto surgiu em 1975, inserido numa propriedade de dez hectares então gerida pelo Departamento de Conservação da Vida Selvagem, organismo de capitais estatais. Sete anos depois iniciou-se um projecto de criação de elefantes e, actualmente, o seu número aproxima-se dos oitenta indivíduos, crias e adultos. Todos os dias, dezenas de visitantes rumam ao orfanato para ver de parte estes imponentes animais. Não se trata de um zoo, mas ninguém escapa a ver algum dos animais acorrentados, com toda a repulsa que isso poderá causar.

Há dois momentos altos da visita. O primeiro é a distribuição de leite às crias com enormes biberões. Em segundos, o conteúdo desaparece sob o olhar embevecido dos visitantes. O segundo momento ocorre duas vezes por dia, quando os elefantes atravessam a movimentada estrada e percorrem uma estreita rua comercial para chegar ao rio e aí serem lavados. Assistir ao grupo de quase oitenta animais a caminhar em direcção à água é um espectáculo a não perder. Ao contrário do que seria de esperar, o barulho que provocam é mínimo, tal como os estragos. Claro que para isso também contribui o facto de a maior parte dos lojistas retirarem, duas vezes por dia, à ida e à vinda, os escaparates da rua. Não vá o elefante tecê-las e deitar abaixo as vitrinas móveis com ímans de frigorífico, postais, livros, colares, pulseiras, lenços, malas, carteiras e tudo o mais que possa ser chamariz para quem visita a região dos elefantes.

No interior do orfanato há uma loja de produtos locais, variada informação sobre a instituição e o país, bar e restaurante, mas é mesmo pelos animais que as camionetas escolares e de turistas aqui chegam. O valor pago à entrada (aproximadamente 14 euros por adulto estrangeiro) é elevado para os padrões locais, mas há alguma garantia de que o montante reverte para a continuidade de um projecto que tem conseguido preservar esta espécie no país. Convém não esquecer que um animal adulto deste tipo pode ingerir facilmente perto de cem quilos de comida por dia, entre plantas, arbustos e frutos e que existe meia centena de tratadores ligados directamente ao orfanato. Quando chegam à idade adulta, os elefantes têm como destino a venda a particulares, a cedência a instituições e jardins zoológicos ou a permanência para continuidade da espécie.

Chari serve de cicerone pelo orfanato. Os guardas conhecem-no, os polícias também, os comerciantes idem. À saída, pede águas de coco a um vendedor, fuma um cigarro e conta uma e outra história. À noite, depois do trabalho, senta-se à mesa de uma esplanada, pede uma aguardente local à base de vinho de palma — o arrack — e indica no mapa outros pontos de interesse para quem quer descobrir o seu país. Dá contactos de amigos noutras cidades, dicas para conseguir os melhores bilhetes de comboio, conselhos que virão a ser muito úteis. Fala da sua vida pessoal, do valor do trabalho, da guerra civil, dos desejos que tem para os filhos, da casa que está a construir perto do sítio onde mora a mãe. E volta uma e outra vez aos elefantes, à necessidade da preservação, ao valor do trabalho voluntário. Não precisa convencer ninguém, basta lá ir e ver com os próprios olhos.

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Elephant Volunteer Pinnawala

Uma semana de voluntariado fica por 500 euros por pessoa e inclui: transfer desde o aeroporto, alojamento, três refeições por dia, apoio logístico, t-shirts, massagem ayurvédica, cartão telefónico.

Nota importante: todos os programas e preços são negociáveis, poderá inclusivé optar por menos ou mais de uma semana de duração.

52/B Daluggala – Rambukkana. Tel.: +94 778767598. Email: charithabeynayake@yahoo.com. Site: elephantvolunteerpinnawala.blogspot.com

Hotel Elephant Park
Tel.: +94 0352266171
www.pinnalanda.com
Quartos duplos a partir de 35 euros com pequeno-almoço.

Orfanato de Elefantes de Pinnawala
Aberto todos os dias das 08h30 às 18h
Preços aproximados para estrangeiros: 14 euros (adultos) e 7 euros (crianças)
Rambukkana Road, Kegalla. Tel.: +94 352265284

Mais informações:www.srilanka.travel

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