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Joana e Tiago vão viver o Mundial de Itália à Turquia

Por Mara Gonçalves

Durante o Campeonato do Mundo de Futebol, Joana Nogueira e Tiago Pinho vão viajar por 13 países e descobrir como cada povo vive as emoções do principal espectáculo de futebol do planeta. O pontapé de saída é dado esta quinta-feira, a partir de Milão, em Itália, com o jogo de abertura Brasil-Croácia.

Como é que os bósnios reagem à primeira presença da sua selecção num Mundial? Como é que croatas, italianos ou alemães apoiam as suas equipas? Como é que se vive esta competição na Turquia, na Hungria, no Kosovo ou na Macedónia? É para descobrir e captar “o Mundial que ninguém vê” que Joana Nogueira e Tiago Pinho vão fazer um Interrail durante o Campeonato do Mundo de Futebol, desde Itália até à Turquia.

“Para nós o mundial não é apenas aquele que se joga no Brasil, são também as raízes futebolísticas que existem em cada país e como é que cada povo vive o campeonato”, defendem. Por isso, durante o próximo mês o casal de Aveiro vai “De Comboio até ao Mundial”, percorrendo 13 nações no encalço dos hábitos, tradições e vivências relativas ao desporto rei em países que “raramente são mostrados”.

O objectivo, contam, é perceber o que é que os adeptos fazem nos dias dos jogos, se costumam assistir às partidas, onde e como é que vêem, o que é que comem enquanto a bola rola, como é que festejam os golos e as vitórias, como encaram as derrotas e reagem às disputas de países vizinhos ou rivais.

“Nós [em Portugal] temos muito o hábito de nos encontrarmos num café ou num local aberto, onde muitas vezes há transmissão através de ecrãs; se calhar em muitos destes países não se vê futebol assim nem têm este tipo de meios. É isso que queremos descobrir”, explica Joana. “Por exemplo, a Sérvia não está no mundial mas ficámos a saber que quando a selecção ganha as pessoas têm o hábito de festejar com disparos de espingarda no terraço e gostávamos de conhecer essas particularidades de cada país”, acrescenta Tiago.

O casal dá o pontapé de saída para esta viagem a partir de Milão, onde esta noite vai assistir ao jogo inaugural entre a selecção anfitriã (Brasil) e a Croácia. Segunda-feira, quando Portugal entrar em campo para enfrentar a Alemanha, Joana e Tiago já estarão no terreno adversário, para assistir à partida em Munique. “Queremos ver pelo menos um jogo em cada país e descobrir não só as particularidades de cada cultura, mas também comparar entre países e com Portugal”, contam.

Até ao final do campeonato, vão percorrer parte da Europa Central e de Leste, pisando dois continentes e três fusos horários. O apito final deste périplo dá-se já em terreno asiático, na Turquia, no mesmo dia em que, no Rio de Janeiro, se decide a selecção campeã. No total, cruzam quatro nações presentes na competição: a Itália, com o maior número de vitórias no Campeonato do Mundo depois do Brasil; a Alemanha, terceira classificada no último Mundial e que enfrenta Portugal na fase de grupos; a Croácia, que conseguiu um lugar na repescagem ao ultrapassar a rival Sérvia no final da fase de qualificação; e a Bósnia-Herzegovia, pela primeira vez presente.

No entanto, confessam que não lhes interessa “só os países que estão no Mundial”. Os que ficaram de fora “vão vibrar na mesma e depois há pormenores engraçados, como por exemplo perceber como é que na ex-Jugoslávia reagem às particularidades históricas entre países”, defende Tiago. Por isso, grande parte do percurso é feito no campo de selecções que não conseguiram ultrapassar a fase de apuramento mas onde o futebol é desporto rei: Áustria, Eslovénia, República Checa, Hungria, Sérvia, Macedónia, Bulgária e Turquia. Visitam ainda o Kosovo, cuja selecção não é reconhecida pela UEFA, não podendo participar nas competições internacionais.

Fora das quatro linhas
Joana e Tiago sempre sonharam fazer um Interrail e já tinham escolhidas as datas e a zona da Europa quando se aperceberam que “coincidia exactamente com a duração do Mundial”. Um “mero acaso” que decidiram conciliar, contam, porque “a informação que recebemos sobre esses países não é assim tanta e achamos que seria interessante conhecer como é que eles vivem o futebol”.

Pondo a redondinha de parte, o objectivo é ainda conhecerem não só “os monumentos, mas também as pessoas, os hábitos e a forma como vivem”. “Interessa-nos muito conhecer estas culturas em movimento, em que a História se está a fazer dia-a-dia, como nos países da ex-Jugoslávia”, confessam.

Por isso, elegem a Sérvia. “Não só pelo factor histórico, porque ainda há pouco esteve em guerra”, mas também porque tem “muitas cidades e monumentos fantásticos que não vemos nos roteiros turísticos habituais”. “Dizem-nos que Belgrado, por exemplo, é um dos sítios na Europa com uma cultura mais vibrante, com uma noite mais longa e excitante, e nós queremos ver se é mesmo assim”.

Contudo, a cidade onde mais sonham chegar é a última, Istambul, por ser onde o “Oriente se junta ao Ocidente”. “É um país que nos atrai e interessa-nos conhecer não só a cultura asiática e a europeia, que já vamos conhecendo, mas como é que elas aqui se fundem e interagem”. O casal termina assim com um pé na Europa e outro na Ásia, mas com as atenções apontadas ao sul do continente americano, onde a mais de 10.700 quilómetros se conhecerá a campeã do mundo no apito final desta viagem.

De Comboio até ao Mundial
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