No edifício da antiga enfermaria, construída para receber os clérigos enfermos, ao nível do 3.º piso, foram demolidas paredes que cortavam a galeria, transformando-a em três salas mais pequenas, para "devolver ao espaço a sua dimensão original", como realçava no ano passado ao PÚBLICO o arquitecto João Carlos Santos, autor do projecto. Na Semana Santa de 2015 será inaugurado, aqui, o Museu dos Cristos, onde ficará exposta uma colecção de crucifixos – o mais antigo dos quais do século XII – pertencente a António Miranda, um natural de Baião há muito radicado em Lisboa.
Financiada pelo Programa Operacional Regional e pelo programa Jessica – direccionado para reabilitação urbana – a obra dos Clérigos custou dois milhões de euros e realizou-se em apenas nove meses. A irmandade arriscou ao não a realizar por fases, misturando, no espaço, os trabalhos de restauro de arte sacra com empreitadas de construção civil. Mas, como se pôde verificar na última visita, a aposta deu certo, e a obra termina sem um minuto que seja de atraso. O que em Portugal quase raia o milagre.
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