Fugas - Viagens

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    No passeio marítimo de Maspalomas Miguel Madeira
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A Primavera só não é eterna porque às vezes brilha o Verão

Por Luís J. Santos

Chamam-lhe a “ilha do bom tempo” e um “continente em miniatura”. E não é em vão. Juntam-se as praias, os contrastes da sua natureza vulcânica, a caleidoscópica oferta turística, mistura-se o melhor que se pode e temos destino para uma escapada em qualquer altura do ano. Fomos provar a Gran Canaria, com os pés na nação turística e reserva natural que é Maspalomas.

A cada passo que damos, seja pelas cidadelas turísticas, seja pelas praias, seja pelos altos e baixos das montanhas ou pela ruelas de Las Palmas, alguém nos lembra: “Gran Canaria es un pequeño continente”, “Gran Canaria es un continente en miniatura”. Ouvimo-lo, lêmo-lo, está nos slogans do Turismo, nas bocas do povo, no orgulho dos locais, no refrão da nossa simpática e carismática guia turística, Suzy, que fala um português orgulhoso da sua ascendência lusa.

E o certo é que num par de dias — feitos para aproveitar aquilo por que as Canárias são mais célebres, o sol e mar —, não conseguiremos penetrar nos veios todos com que se cose este vulcânico “continente em miniatura”, quase metade dele Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO.

Mas havemos de vislumbrar atracções várias, divertirmo-nos com idiossincrasias e turistas (e nós mesmos), mergulhar e passear com prazer, ir do mar ao deserto, gastar as poupanças em compras (a sublinhar: não há IVA neste reduto, o imposto é reduzido e os preços em geral apetecíveis), até deixarmo-nos seduzir pela preguiça luxuosa dos resorts tudo-incluído e pela diversidade da movida nocturna com intervalo para nos deliciarmos com as ruelas e gastronomia da capital Las Palmas.

Acima de tudo, enquanto Portugal já começava a recear tremores do frio, andámos por aqui com um sorriso que poderia acompanhar algum cartaz com outro dos slogans deste “turistíssimo” arquipélago: “19ºC de média no Inverno, 23ºC no Verão” (melhor ainda: não varia mais que uns 4 graus, tal é a estabilidade).

Entre uns mergulhos (“Por favor, deixem-me ficar neste mar e não me chateiem”, dizia alguém...) e enquanto admiramos a ilha vista de dentro desta água morninha, acreditamos plenamente no que já nos tinham prometido: “Eterna Primavera, dias de sol, céus azuis”. Se é ou não “o melhor clima do mundo”, como lemos agora numa das brochuras que aliciam mais turistas (e que é até o nome e morada de um site oficial do Turismo canário), não sabemos dizer ao certo. Deixem-me só dar mais um mergulho e já penso nisso melhor.

A capital do turismo

Quando se fala das Canárias, não faltam atracções nem ilhas para chamar os turistas (2014 deverá ter fechado com 13 milhões de visitantes, com nórdicos, britânicos, alemães e espanhóis a dominarem; já os portugueses andam pelo 1%). Da mais sóbria Lanzarote (que em Portugal se tornou também célebre por ser lar escolhido por José Saramago) às diversões de Fuerteventura ou Tenerife. Completam o arquipélago as ilhas d’ El Hierro, La Palma e La Gomera. E, claro, a Gran Canaria, a ilha redonda a que vamos chamar casa nos próximos dias e onde, sem sairmos do espaço europeu e com os pés em Espanha, estamos, na verdade, a mais de 1250 quilómetros da Península Ibérica e a apenas uns 200 da costa marroquina.

Embora a ilha seja senhora de muitos mais predicados (lembremo-nos do factor “continente en miniatura”), assim que aterramos e a caminho do nosso lar-resort (e noutros vaivéns dos dias seguintes), aquilo que nos parece primeiro abalroar, mais que as paisagens desérticas ou o oceano, é o contínuo de núcleos turísticos, hotelaria, campos de golfe, resmas de turistas.

Vamos para sul, rumo a Maspalomas, império turístico e imobiliário há mais de meio século, onde há cem mil camas para visitantes de todos os gostos e quase todas as carteiras. É por aqui, na Costa Meloneras, que fica também o célebre universo paralelo turístico que é a Playa del Inglés. E esse esplendor que é o parque natural das Dunas de Maspalomas, razão maior e natural da atracção. Mas já lá vamos.

Para já, concedam-nos o direito da preguiça: damos entrada num dos resorts tudo-incluído que fazem as delícias de grande parte dos banhistas. No caso, um da rede Riu, que, só por sua conta, gere uma dezena de grandes hotéis e complexos na ilha. Grande parte dos turistas vem com o destino marcado para uma destas cidadelas, como é o caso do nosso, o ClubHotel Riu Gran Canaria, um quatro estrelas que até parece cinco, moderníssimo, completamente renovado há pouco mais de um ano.

“Está como novo”, garante-nos Maurice Damen, director de vendas da Riu para as Canárias e Madeira, e nós acreditamos, porque realmente parece. Além de que opta por um look limpinho, mais minimal e menos dado ao kitsch habitual em espaços similares e mais anosos (felizmente, ainda há um kitschezinho aqui e ali, que isso faz parte e há muito cliente que aprecia, alguns por questões artísticas, outros só pela diversão).

O resort, que se prolonga até ao passeio marítimo deixando o olhar no mar, está cheio de famílias e grupos de amigos e aos nossos ouvidos (e olhos) o alemão parece dominar (a Alemanha tem uma verdadeira paixão por estas ilhas). Não em vão, ainda havemos de acabar na discoteca local, a Bubbles, a dançar canções pop alemãs dos anos 1980… 

De resto, nada falta por aqui: quatro restaurantes com desfiles infinitos de gastronomias (incluindo asiática ou de comida canária), bares espalhados pelo complexo, salão de espectáculos (com show diário à Broadway — ainda apanhamos um dedicado ao Velho Oeste), piscinas e mais piscinas incluindo uma “infinita” (que tem a graça de, como o resort termina no passeio, ser “infinita” para o oceano mas permitir o surreal postal de vermos cabecinhas a passarem quase junto ao seu bordo), entretenimento e desportos à medida e programas para todas as idades, snacks 24 horas por dias, um grande coração verde ajardinado…

Algo nos diz que há muita gente que nem sai daqui para a praia, que começa a uns 10 minutos a pé. Mas que tem alta concorrência: saindo do resort e em direcção a um marco monumental local (o farol de Maspalomas, erigido em 1890), é admirar mais resorts (incluindo Riu), restaurantes, bares, casino, centros comerciais, turistas em passeio, desportistas, músicos, estátuas vivas, o Mickey e a Minie (sim, juramos que passaram por nós, provavelmente a caminho de algum trabalho)…

Naturalmente, com reserva

Assim que termina o betão, as compras e o passeio, começa a Reserva Natural das Dunas de Maspalomas, o espaço que foi preservado e cuja imponência havemos de admirar de várias formas, e que vai até à longa linha de praia (segue por 6km, muda de nome e continua). A reserva reparte-se por três áreas, o palmeiral, a “Charca” (uma lagoa, digamos) e as dunas.

O oásis de palmeiras fica para lá da lagoa e a grande atracção desta é ser muito concorrida por outro tipo de turistas, com asas e belos chilreares: congrega dezenas de espécies de aves migratórias, que podem ser mais bem admiradas e compreendidas graças a um passeio pedagógico com placas informativas. Depois, bem, depois o reino é das areias douradas.

As dunas são majestosas, uma paisagem fascinante e que se prolonga, ponta da ilha adentro, graças ao grande escultor que é o deserto do Sara, de onde os balsâmicos ventos alísios sopram areias e aqui as guardam. As dunas separam Maspalomas do outro centro turístico, Playa del Inglés, que na verdade é pura continuação. Mas as dunas também fazem mais e não são apenas cenário para embelezar a praia: a sua protecção e garantia de intimidades moldam não só o clima mas também o turismo da ilha.

Se no princípio começamos por famílias, é ir continuando até às partes com casalinhos mais chegados, zonas nudistas oficiais e territórios gays (realce-se que a comunidade gay representa uma grande fatia do turismo da ilha e é marcante especialmente por toda a zona da Playa del Inglés). A área de dunas móveis (ao sabor do vento…) é imensa, com uns 5km de comprimento e 3km de largura, e elevadíssima: as dunas parecem autênticas montanhas de areia do Sara (há inclusive passeios de camelo). Ainda havemos de cá voltar para dar azo a uma das nossas manias, a de cruzar desertos no meio do mar para depois mergulhar nas ondas.

Estas longas praias de Maspalomas não são, claro, as únicas que chamam visitantes. O Turismo oficial conta precisamente 128 praias na ilha, não só como estas, de finas areias douradas, mas também de areia escura e vulcânica ou de seixos — incluindo mesmo algumas artificiais em pontos da costa, por vezes escapardíssima, onde a hotelaria e o interesse turístico assim o pediram.

E, claro está, tendo metade da ilha como Reserva da Biosfera mundial, não é só esta reserva das dunas que lhe marca a natureza. Muito pelo contrário. Por entre as suas paisagens vulcânicas, quase desérticas, a ilha reparte-se por vários parques e zonas protegidas naturais, sobe a picos milenares (como o Pico del Pozo de las Nieves, a 1949m), desce a profundos barrancos, surpreende-nos com zonas áridas que o engenho vai humanizando com barragens e sistemas de condutas de água, agricultura onde é possível, passa por vales e florestas subtropicais.

É numa viagem de jipe, cruzando o coração da ilha, que vamos descobrindo todos (ou pelo menos uma boa amostra) dos contrastes da Gran Canaria. Cabelos ao vento (os que podem), serpenteamos por terras vulcânicas. Vamos por caminhos da Paisagem Protegida de Fataga e é todo um espectáculo natural, montanha acima para pararmos em cada miradouro e admirar as paisagens até ao mar, cruzarmos barrancos e adivinharmos pontos de verde e cor em abruptos cenários rochosos, vislumbrarmos pequenos oásis de palmeiras ou zonas de cultivo e bosques súbitos.

Nós seguimos de jipe mas ainda trocamos “bons dias” com alguns caminhantes: ao longo dos séculos, a sobrevivência dependeu de bons e seguros caminhos e agora são aproveitados pelos turistas para longas caminhadas pelos mistérios canários (se quiser aproveitar, há até festival anual de percursos pedestres — a próxima edição é em Novembro deste ano).

Pelo caminho, até entrevemos camelos, com uma passagem pelo Camel Safari Park La Baranda, na Fataga, mas a cavalgada foi curta: quer-nos parecer que estávamos com mais pena deles do que eles de nós. Mais poesia encontramos à beira da barragem de Ayagaures, uma das muitas que impedem a secura da ilha e que formam os pequenos lagos que parecem ovnis líquidos na paisagem. Às portas da pequena vila, um quadro destaca poemas criados por crianças da escola local. Num deles se diz, escrito pela grande poetisa Chloe, de 10 anos: “Na outra margem do lago / vêem-se seis patos / o vento sopra / movem-se as folhas / vejo dois motoristas / saindo da água / estou a molhar-me”.

Da capital a la movida

Seja qual for o ponto da ilha em que se dedique à preguiça, é obrigatório um salto à capital (de Maspalomas são uns 60km). Particularmente para os, talvez poucos, é certo, que se lembrem de um pequeno hit luso dos anos 1980, criado por uma banda chamada Junção. Ainda há-de haver quem se recorde dos dias em que das rádios saía uma canção pop que nos embalava, ironica e oniricamente, até às Canárias e em que se cantava “Las Palmas, turistas nas calmas, mas quem diria, na praia, no bronze, acordas — é fantasia”.

É essa canção que não nos sai da cabeça enquanto fazemos o reconhecimento da capital, no nordeste da ilha. E é certo: pela longa avenida comercial, seguindo a praia urbana de Las Canteras, com uns 4km de areias douradas, temos um postal vivo de “turistas nas calmas” e muita “fantasia”. Com a sua baía de águas calmas, a cidade, que remonta ao século XV, é marcada pelo porto, pelas viagens transatlânticas e pela vizinha África, pela histórica passagem de Colombo, pelo cosmopolitismo entre os muitos visitantes e habitantes estrangeiros.

A Vegueta é o bairro histórico (de matriz gótica e com declaração de conjunto histórico-artístico nacional) e íman turístico obrigatório. Por entre traços seculares na solidez da pedra ou fachadas de linhas coloridas e com estatuária, é um conjunto de ruas e ruelas onde se lê a história das ilhas nos monumentos civis e religiosos, museus e teatros, mercados, lojinhas, cafés ou esplanadas. Desembocamos na Praça de Santa Ana e compreende-se logo o poder numa trilogia monumental: câmara municipal numa ponta, Catedral noutra, Palácio do Bispo de lado. E Casa de Colombo mais além. Pela nobre “casa” do navegador (onde se supõe ter ficado alojado), descobre-se toda a informação sobre a sua passagem canária e viagem “rumbo a lo desconocido”, como lemos numa parede, e podem apreciar-se peças de arte, incluindo cartografias preciosas e colecções de pintura ou arte pré-colombiana.

As nossas atenções centram-se ainda na imponente catedral do século XVI, união do gótico, renascentista e neoclássico. Entre as muitas artes a admirar, e em diferentes capelas, inclui-se a colecção do Museu de Arte Sacra mas também uma mostra singular: a do “corpo incorrupto” de um bispo das Canárias do século XIX, Buenaventura Codina. O corpo, rica e eclesiasticamente vestido, segue em exposição aberta com o rosto cadavérico a mirar-nos e a lembrar-nos que o tempo não perdoa.

Mais apaziguadoras vistas se conseguem noutra jóia da catedral, o topo. É daqui, do alto, que poderemos guardar o postal perfeito que resume Las Palmas à primeira vista: de um lado o mar, do outro a cidade colorida a subir por ali acima, aqui com traços europeus, ali com rasgos africanos, além a história colonial e rasgos latino-americanos; mais ali a modernidade; uma mescla de tempos e espaços que nos ajuda a compreender estas ilhas.

O que também ajudará muito à compreensão é um almoço num dos bons restaurantes locais, nós fomos pelo Cho Zacarias, casa em dois pisos sóbrios de pedra em pleno bairro histórico (Calle Audiencia, 7, acima dos 30€), um desfile gourmet entre os ingredientes locais e a criatividade espanhola de rasgos internacionais: é dizer de carpaccio de cogumelos com aparas de presunto ibérico a mini-hambúrgueres de filet mignon com foie e o seu doce de cebola, passando por variação das “papas arrugadas com molho” — tradição canária, sendo que “papas” são as batatas.

Por Las Palmas, conta-nos a nossa guia Suzy, não faltam outras diversões, inclusive para quem procura animação nocturna. Ao longo da praia, pela zona do porto e em redor da Plaza de España ou pelas ruas da zona histórica. Mas a verdadeira força da noite está mesmo a sul, em redor do nosso resort e em redor da Playa del Inglés. Não será uma Ibiza mas, por aqui, das linhas de bares de praia às grandes discotecas até o sol raiar (incluindo celebridades mundiais como Nikki Beach ou Pacha) não falta nada.

Uma das singularidades é a diversão nocturna in shopping center: há centros comerciais, alguns abertos à fórum, que à noite mudam a fatiota e se transformam em grandes centros de bares e discotecas ao ar livre. Cada um com sua especialidade. Num raid nocturno, descobrimos os líderes dos turistas e da juventude, o Kasbah e o La Plaza, que propõem cada um dezenas e dezenas de bares e que concorrem no lançamento de luzes e música (e cada um com algo insistentes relações públicas a assediarem com cupões e shots grátis, mas nada que não se contorne com um rotundo não sorridente).

O outro farol da noite, ou não fosse a Playa del Inglés um dos maiores centros turísticos gays do mundo, é o centro comercial Yumbo, onde a festa é imparável (a entrada é gratuita e há contínuos shows de transformistas que parecem atrair milhares) e onde todo o tipo de gente se parece misturar sem preconceitos à vista. 

Lavar os olhos no deserto

Da miríade de fantasias que é a Playa del Inglés, há uma que se destaca e que no nosso caso é um regresso ansiado. Fica aqui a melhor porta para o nosso deserto, o nosso novo pequeno Sara no Atlântico, ou melhor, para a reserva das Dunas de Maspalomas. A fazer jus à nação turística, para chegar ao miradouro que nos abre, de cima, as colossais massas de areia, passa-se por um resort, o Riu Palace, e aí estamos. Um mar de areia para nos lavar os olhos e cansar as pernas. Ao pôr do sol, garantimos, é imagem para ficar guardada para sempre na memória.

Fazemo-nos à areia e algo acontece ao nosso pequeno grupo: depois de uns dias sempre juntos (e, claro, rodeados de mais uns milhares de turistas), chegamos a este “Sarinha” e cada um segue os seus mui próprios trilhos pelas montanhas dunares. A beleza da paisagem é impactante e há toda uma formosura artística na forma como as brisas vão criando desenhos traçados nas areias. Ao longo de quase uma hora de lento passeio de sobe-e-desce, deslizamos por fim para a praia que, agora, só nos parece uma continuação natural do deserto.

Lavamos os olhos de tudo o resto, do turismo e dos outros, do betão e dos resorts e ala que se faz tarde!: com um mergulho mais nestas águas mornas deixamos as Canárias despedirem-se de nós num abraço quente desta atlântica e aparentemente eterna Primavera-Verão.

Guia prático

Como ir

Nós voámos na Binter Canárias, a companhia aérea canária. A empresa liga Lisboa e a Madeira a todas as ilhas e, graças ao apoio público, o preço pouco muda conforme o destino. De Lisboa, voa às quintas e domingos (a partir da Primavera também ao sábado) para a Gran Canaria desde cerca de 230 euros ida e volta. Do Funchal, há cinco voos por semana desde cerca de 180 euros. Para voar para as outras ilha basta acrescentar cerca de 3 euros.

Onde ficar

Pela ilha não faltam opções para todos os gostos, sendo a zona de Maspalomas uma verdadeira nação hoteleira. Nós ficámos na cadeia Riu, que possui uma dezena de diferentes tipos de resort pela zona. No caso, o moderno e bem apetrechado tudo-incluído ClubHotel Riu Gran Canaria (****). A título de exemplo, aqui o preço por pessoa por noite num duplo standard custa desde cerca de 90 euros/noite. Para outras opções de alojamento, o site oficial do Turismo local lista referências e promoções.

Na Internet

www.turismodecanarias.com

A Fugas viajou a convite da Oficina Española de Turismo em Lisboa, Binter Canarias, Patronato de Turismo de Gran Canaria e Riu

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