Fugas - Viagens

Viagem através da memória por uma Suécia que já não existe

Por Sousa Ribeiro (textos e fotos)

Skansen é o museu a céu aberto mais antigo do mundo. Mais do que uma miniatura do país, reflecte um modo de vida que seduz adultos e crianças. Cerca de um milhão e quatrocentos mil pessoas visitam anualmente esta centena e meia de casas que nos conduzem pelos corredores da nostalgia.

O miúdo, com o seu cabelo loiro como palha, olha o mapa em mau estado e desata numa birra que ameaça prolongar-se pela manhã fora. O céu cobre-se de nuvens brancas e cinzentas e uma brisa suave varre as folhas das árvores. A criança teima em recusar a mão da mãe que olha em volta, por um lado desejando não ter ninguém por perto, por outro, confrontada com a multidão, procurando um buraco onde se possa enfiar, para atenuar o mal-estar que não consegue disfarçar.

“Todas as grandes personagens começaram por ser crianças, mas poucas se recordam disso.”

Antoine de Saint-Exupéry

Terese Jonsby, na altura com apenas sete anos, hoje pintora, ainda se lembra do vestido aos quadrados verdes e brancos e ajustado na cintura com um elástico, da franja no cabelo que lhe cobria a testa – como um tempo suspenso e não uma memória, indiferente ao facto de já terem passado trinta anos desde essa visita, entre tantas outras, a Skansen.

- Na minha infância, ia a Skansen com frequência, na companhia da minha avó, Angerd Sandrén, que tinha bilhete para o ano inteiro. A maior parte das vezes, aos fins-de-semana, mas também durante a semana, quando ainda não andava na escola e Skansen era mais calmo.

Skansen, fundado em 1891 pelo etnólogo Artur Hazelius (1833-1901) com a finalidade de transmitir aos visitantes uma ideia de como os suecos viviam em tempos, é o museu a céu aberto mais antigo do mundo, onde facilmente se passa um dia — e nem tudo se consegue ver.

- Como está tão bem presente na minha memória. O dia começava com o ritual de prepararmos, a minha avó e eu, as nossas mochilas: umas sandes, uma peça de fruta, um sumo, chocolate quente e, uma vez, ou outra, um bolo. Recordo-me de como me sentia orgulhosa por possuir a minha própria mochila e da excitação por ter um motivo para a usar. E, depois, apanhávamos o autocarro na direcção de Djurgården ou, então, o barco que saía de Slussen.

Se, para as crianças, há uma ideia de paraíso, esta ganha maior consistência quando, depois de subirem no funicular, olhando tudo em redor com os seus olhos curiosos, alcançam um território impregnado de serenidade.

- As crianças são os nossos mais queridos visitantes. Vê-las divertirem-se, aprendendo coisas novas e identificando-se com a vida como era vivida antigamente é, sem dúvida, uma experiência gratificante.

Christina Hamnqvist é uma das responsáveis pelos contactos com a imprensa em Skansen, encarando a sua profissão com um entusiasmo que muitos não colocam nos seus tempos livres.

- Skansen goza de grande popularidade entre as crianças mas a maior parte dos nossos visitantes são adultos. Em média, o museu recebe 1,4 milhões de pessoas por ano, o que corresponde a 37% de estrangeiros e 63% de suecos, números que atestam o carinho da população local por Skansen. E, deste total, apenas 33% são crianças, revela ainda Christina Hamnqvist.

A explicação é simples e reside no facto de Skansen apresentar, todos os anos, um programa de actividades que se dirige a todas as idades, estimulando a presença dos mais velhos, que se fazem acompanhar dos filhos ou dos netos. Como Terese Jonsby, já lá vai muito tempo, quando dava a mão à sua avó.

- Mal entrávamos em Skansen, recordo-me de que seguíamos pela esquerda e, logo à direita, encontrava os macacos, não muito longe do aquário. Na minha mente, tantos anos depois, era como se aquele fosse o nosso passeio tradicional, sem qualquer quebra de rotina, à volta do museu.

 

Os tempos dos statare

Skansen, qual miniatura da Suécia, ocupa uma área ondulada de cerca de 30 hectares na ilha de Djurgården e materializa, com inegável sucesso, o objectivo de Artur Hazelius de mostrar cada meio ambiente, o rigor de edifícios históricos, os costumes da época e as paisagens naturais que incluem animais. Mas também uma vivência feita de dificuldades num país que já não existe a não ser nas ruas e vielas de um museu ao ar livre que é uma autêntica viagem ao passado.

- Noventa e nove por cento das casas que preenchem a área ocupada por Skansen foram trazidas de diferentes zonas da Suécia. Nesta, ainda em uso na década de 1960 e proveniente, oito anos mais tarde, de Berga, em Södermanland, viviam duas famílias muito pobres que trabalhavam nas quintas, cultivando as terras e tomando conta dos animais e, em troca, recebiam comida e muito pouco dinheiro, evoca Els-Marie Ahlstrand, em Skansen desde 1986 e agora sentada à porta da Statarlängan, tricotando, com as suas roupas tradicionais, um lenço à cabeça e uns óculos que não escondem um sorriso genuíno.

A Statarlängan contém, na verdade, duas divisões que retratam, com elevado rigor, como era a vida de duas famílias com grandes carências na década de 1920. O edifício, conhecido como Snickartorp, data, provavelmente, de inícios do século XIX e o último trabalhador a ocupá-lo (a ala esquerda) foi Erik Wilhelm Carlsson, que para aqui se mudou, com a sua mulher, Kristina Charlotta, em 1874, permanecendo na casa ao longo de 50 anos.

- Estabelecia-se um contrato de arrendamento com uma família que se prolongava por um ano, desde o primeiro dia de Novembro até ao último de Outubro. Na última semana — e apenas na última — os trabalhadores podiam tomar uma decisão e, se fosse esse o seu desejo, eram livres de partir à procura de melhores condições de vida; caso contrário estavam obrigados a permanecer no lugar por mais um ano, conta ainda Els-Marie Ahlstrand, agora na companhia de Mia Terent, em Skansen desde 1997, quando ainda era estudante.

O sistema agrícola foi introduzido no país em meados do século XVIII e generalizou-se ao longo do século XIX (um total de 100 mil agricultores e meio milhão se contabilizadas as famílias no final do século XIX), consistindo em empregar, em grandes quintas, trabalhadores que não possuíam terras para cultivar. Na Suécia, estes agricultores eram designados statare, em virtude de receberem principalmente em géneros (stat), tais como cereais, leite, ervilhas secas e arenque salgado — sempre a mesma quantidade, fosse uma família constituída por dez ou 20 membros, com excepções pontuais: a incapacidade de escoamento (venda ou utilização própria) dos produtos ou, mais tarde, como esforço para prevenir uma eventual partida dos trabalhadores para as zonas industriais em grande expansão. Os homens tinham forçosamente de ser casados e as mulheres, na época numa posição muito próxima da escravidão, eram obrigadas a trabalhar, a maior parte das vezes na ordenha e na produção de leite e seus derivados — e o sistema, que potenciava as miseráveis condições e a exploração da comunidade rural, apenas foi abolido em 1945.

- As mulheres trabalhavam entre as cinco da manhã e as sete da tarde e somente desfrutavam de uma hora e meia de intervalo e de um único dia livre, o terceiro domingo de cada mês, enfatiza Els-Marie Ahlstrand, desligando-se por instantes do tricotado para me fitar nos olhos com aquele sorriso eternamente bondoso, enquanto Mia Terent, também conhecedora da história, assenta com a cabeça antes de lançar um olhar a um grupo de meninos e meninas que caminha na direcção da casa cuja fachada se limita a uma porta, ladeada por dois bancos de madeira, e a duas janelas, uma para cada divisão.

- As crianças, curiosas como são, revelam grande interesse em ver o interior das casas, as réplicas dos brinquedos dessa época e em ouvir as histórias de como se vivia nesse tempo. Mas os adultos também, observa Mia Terent.

O bairro urbano

A Statarlängan é apenas uma entre as mais de 150 construções que se erguem na colina de Skansen e outras há que justificam uma visita demorada, como a quinta de Älvros, um espaço composto por diferentes edificações típicas do Norte da Suécia no início do século XIX. Enquanto, lá fora, o sol faz um esforço para romper a cortina de nuvens, aparentemente sem sucesso, no interior da Älvros esquece-se o tempo presente e viaja-se até outro bem distante.

Sento-me, sereno, e escuto, aconchegado pelo calor do lume, o relato de como era a vida, quais os cuidados a ter com uma quinta nesses dias de antanho, como se tecia a lã, como se degustava o queijo seco, como se dormia meio sentado naquelas camas liliputianas e como se brincava com peças tão simples e ao mesmo tempo tão capazes de provocar no viandante um sentimento de nostalgia.

Ao meu lado, um menino olha sem pestanejar quando os brinquedos surgem no seu horizonte e, atento, ouve a história dessa época que ele ignorava e tanto o seduz.

Saio para a rua, erro sem pressas, agora sob uma chuva miudinha e persistente, pelos bairros urbanos de Skansen, uma amostra da Suécia desde o século XVII até meados do século XX.

O mapa que me deram à entrada do museu continua no meu bolso.

A maior parte das casas procede da zona Sul de Estocolmo, a cidade que, de quando em vez, vou perscrutando no sopé da colina, sem que dela cheguem mais do que murmúrios imperceptíveis. As moradias misturam-se, numa perfeita harmonia, com lojas de comércio, umas vendem especiarias, numa outra o vidro vai ganhando forma, logo chega o estrépito produzido pelos carpinteiros, mais adiante os meus passos vão ao encontro de uma gráfica, deparo-me com uma serralharia, finalmente, quando a chuva cai sobre Skansen com maior insistência, entro numa padaria. E por ali fico, uns bons minutos, à conversa com Stig Evertsson, a trabalhar como padeiro no museu há 16 anos.

- Gosto de conversar com os clientes, da natureza que me rodeia, da paz que se respira em Skansen. E porque aqui me sinto quentinho.

A chuva teima em não me abandonar mas não me impede de prosseguir, ouvindo os sons familiares dos meninos e meninas, quase todos loiros, com os seus corta-ventos que os protegem, de apreciar as suas correrias, a sua energia e a sua felicidade neste mundo mágico. Avisto um elegante jardim, um terraço sedutor, mais para diante, já fora dos limites do museu mas ainda na ilha de Djurgården, recortando-se contra o céu tingido de cobre, uma enorme torre, seres humanos como formigas sentados em cadeiras metálicas, gozando da panorâmica sobre Estocolmo, a 80 metros de altura, antes de descerem à terra em apenas seis segundos — é a Fritt Fall Tilt, um dos muitos entretenimentos (tem, entre outros, sete montanhas-russas) que atraem adolescentes ao Gröna Lund Tivoli, o mais antigo (inaugurado em finais do século XIX) parque de diversões do país. 

Devolvo o olhar ao jardim e deixo-o acompanhar pelos passos, como se o odor fosse um magnetismo: é o jardim das rosas de Skansen, geometricamente perfeito, com os seus 16 quadrados, e muito próximo, sobranceiro à Porta de Hazelius, a esplanada do Rei Oscar, por onde me apetece ficar por longos minutos, embrenhado em silêncio e na lembrança das lembranças de Terese Jonsby.

- Memórias de observar as focas, como eu gostava delas – e elas estavam sempre lá, parecendo tão felizes. Essa era, sem dúvida, uma das minhas paragens preferidas, era capaz de ficar ali uma eternidade, a admirá-las, a observar os seus movimentos delicados e tão elegantes. Mas também me lembro, como se fosse hoje, de uma cabra na qual depositava sempre o meu olhar porque era a minha preferida.

A chuva faz uma pausa.

- No Verão, podia ser um pavão, simplesmente passando, indiferente ao mundo que o rodeava — e que fascínio exercia sobre mim. É curioso: as imagens que eu tenho de Skansen são influenciadas pelas estações do ano, tão distintos eram os eventos. Quase sempre com a minha avó, por vezes visitava Skansen no Natal, outras para celebrar o Midsummer. E, nesta ou naquela altura do ano, o lugar produzia em mim um encanto que nunca se irá apagar da minha memória.

O tunnbröd e Slegora

O parque zoológico de Skansen é diversificado e representa as espécies escandinavas, passeando-se por diferentes áreas do museu. Num lado, os animais que no passado se viam nas quintas, as galinhas, os porcos de Linderöd, gansos, patos, cavalos, vacas, ovelhas e cabras; no outro, o urso pardo, que pode pesar até 350 quilos; mais além, o lobo, depois o lince, o único felino selvagem da Suécia, também o glutão, o personagem mutante de X-Men, maior mustelídeo da Suécia (pode pesar até 30 quilos) e uma espécie protegida no país (não existem mais de uma centena de exemplares); e há o alce, o rei dos bosques da Suécia e o maior mamífero (chega a atingir os 700 quilos), uma espécie em vias de extinção durante o século XVIII mas hoje recuperada, e a rena, desde tempos imemoriais o gado dos sami — em Skansen há um lugar que mostra como vivia este povo indígena no Norte da Suécia. E a foca cinzenta, tão do agrado de Terese Jonsby na sua meninice, a maior de todas quantas se podem encontrar nas águas escandinavas (mar Báltico e golfo de Botnia), com um comprimento de três metros e um peso de 300 quilos.

- Mas o que eu gostava mesmo era da sensação de caminhar com a minha avó, seguindo uma rota ou simplesmente ao acaso, sem pressa, rodeada da natureza e de animais num lugar com uma panorâmica fascinante sobre Estocolmo.

Quando a recordação destas palavras se desvanece, o sol brilha timidamente, levanto-me e caminho de volta ao jardim. Uma mulher e dois homens, todos de nacionalidade iraniana, vão tirando fotografias uns aos outros, às rosas cujo perfume preenche o meu olfacto, às estátuas que se perfilam e exacerbam a beleza e a tranquilidade do lugar.

Não tardo a entrar numa outra casa de onde acabam de sair duas mulheres espanholas; dois ou três turistas permanecem no interior, indiferentes à minha chegada e de olhos plantados no rolo de massa de Annika Jonsson, há cinco anos a trabalhar em Skansen, há outros tantos a confeccionar o tunnbröd, o pão fino (ou chato) sueco que, uma vez seco, se pode guardar por muito tempo. Considerado um alimento de climas frios e de gente pobre, o tunnbröd é preparado à base de mistura de vários cereais, sal, açúcar e fermento e, desde que se deseje, com sementes aromáticas, sendo depois levado ao forno, como faz neste preciso momento Annika Jonsson.

O dia não tardará a extinguir-se e os portões de Skansen a fecharem-se para os muitos turistas que ainda deambulam pelo museu. Sempre com o mapa no bolso, volto a passar pelo bairro urbano, depois atravesso um espaço com um palco e cadeiras órfãs de gente, o Sollidenscenen, uma área onde se concentram alguns restaurantes e palco de eventos culturais; para trás, estende-se a casa solarenga de Skogaholm e o seu jardim, um exemplo do estilo gustaviano e onde vivia uma família nobre. Destaca-se o edifício principal mas também as alas, onde se encontram a cozinha, os aposentos para hóspedes e a biblioteca, bem como uma horta típica da época, ainda hoje cultivada — Skansen não deixa de surpreender.

Passo por moinhos, por crianças que ainda brincam a esta hora, gozando os últimos momentos de um dia inesquecível, até que chego à igreja de Slegora, a mais popular de todas na Suécia para a celebração de casamentos. Construída em 1729 e trasladada para Skansen em 1916, a igreja é palco de inúmeras cerimónias — de baptizados a matrimónios — promovidas pelos habitantes da capital sueca, muitos deles indiferentes ao órgão original que, com as suas cores, transmite uma magnificência ímpar a este local de culto edificado em madeira, um dos mais emblemáticos num espaço que se estende ao longo de trezentos mil metros quadrados.

Sinto que estou no limiar da minha partida deste lugar onde trabalham duas centenas de pessoas a tempo inteiro, mais outras 400 durante os meses de Verão, mas também sinto que não me importaria de ficar por mais umas horas, até porque, olhando o mapa pela primeira vez, novo como uma folha não fustigada pelo vento, tenho dificuldade em perceber por onde andei ou não, o que visitei ou não. O funicular, com as suas tonalidades de um verde forte, leva-me no seu percurso descendente, correndo sob uma ponte de pedra onde duas mulheres sonhadoras se deixam enfeitiçar pelo quadro que se pinta do outro lado, da cidade de Estocolmo que me espera, no tempo tão distante de Skansen, da colina que, fiel à sua tradição, respeita um país que os anos foram moldando no caminho da modernidade, tão diferente da época em que homens e mulheres tinham de trabalhar para pouco ou nada receberem ao fim de um dia de labor intenso. Desse tempo, tão longínquo, nada mais existe a não ser uma memória através de uma viagem feita de memórias que se vão apagando. E, no entanto, Skansen perpetua-se, sem esconder nada, nem mesmo os dias difíceis de um povo hoje tão distante dessa realidade que reconhecem e da qual se envergonham, como uma mãe, num país como a Suécia, se envergonha da birra de um filho, não tanto por convicção mas mais por respeito pelas pessoas que a rodeiam. Apenas, talvez, por ser sueca.

Caminho na direcção do menino que recusa a mão da mãe e entrego-lhe o meu mapa, sem qualquer uso. Steven fita-me com os seus olhos azuis, esboça um sorriso que uma lágrima escorrendo pelo rosto torna ainda mais pueril, estende-me o mapa todo amarrotado que estivera na origem da sua birra e, logo depois, já de mão dada com a mãe, Rebecca, parte à descoberta de um mundo do qual irá guardar uma recordação, como Terese Jonsby, quando usava o seu vestido aos quadrados verdes e brancos. 

- Skansen traz-me boas memórias, um sentimento de segurança na companhia da minha avó, que era e é, hoje com 99 anos, a minha melhor amiga.

“A melhor maneira de tornar as crianças boas, é torná-las felizes.”

Oscar Wilde

 

Guia prático

Como ir

A TAP (www.flytap.pt) liga directamente Lisboa a Estocolmo com uma tarifa (tendo por base o mês de Junho) a rondar os 330 euros. Vale sempre a pena pesquisar a companhia aérea low cost Norwegian (www.norwegian.com), que também voa entre as duas cidades e, se o tempo e as escalas não constituírem um problema, a Lufthansa (www.lufthansa.pt) pode proporcionar preços mais em conta. 

Uma vez em Estocolmo, a melhor forma de chegar a Skansen é de autocarro (número 44) ou de eléctrico (número 7) — ambos param junto à porta principal do museu. Em alternativa, pode fazer o trajecto por via fluvial, utilizando o ferry que sai de Slussen. Skansen está aberto ao público durante todo o ano mas os horários sofrem algumas variações (abertura sempre às 10h e encerramento dependente da época ou de um dia festivo — por exemplo, na noite que se celebra o início do Midsummer, dia 19 de Junho, funciona até às 22 horas). Para mais informações, o melhor é consultar www.skansen.se, onde também poderá verificar a tabela de preços (entre os 11 e os 20 euros para adultos, descontos para grupos de dez ou mais pessoas e para pensionistas, enquanto as crianças entre os seis e os 15 anos pagam sempre sete euros, excepto na noite de passagem de ano, na qual têm acesso gratuito desde que sejam acompanhadas por um adulto). No Natal, a 24 de Dezembro, as portas estão abertas para todos, crianças e adultos, gratuitamente.

Quando ir

Estocolmo goza de um clima continental húmido, sem épocas secas, invernos severos e verões quentes. A capital sueca pode, ainda assim, ser visitada em qualquer altura do ano mas um dos melhores períodos é durante o Midsummer (este ano tem início a 20 de Junho e estende-se por seis semanas), quando os dias são mais longos e os eventos culturais se multiplicam um pouco por todo o lado. A chuva é uma constante ao longo de todo o ano mas Julho é o mês em que (em média) ocorre maior precipitação, ao passo que Março é, por norma, o mais seco. Julho é também aquele que proporciona a melhor média de temperatura (perto dos 18 graus), enquanto Fevereiro se situa no extremo oposto (quase três graus negativos).

 

Onde comer

Skansen tem várias cafetarias e restaurantes que estão abertos durante os meses de Verão. Entre eles, o Stora Gungan (www.storagungan.se), um restaurante mobilado como uma taberna típica da década de 1880 e onde se serve deliciosa comida caseira sueca. Mais clássico é o Solliden, com um interior elegante e uma panorâmica soberba sobre Estocolmo, famoso pelo tradicional buffet sueco (Smörgåsbord), que inclui pratos como arenques marinados de diferentes formas, salmão, Janssons Frestelse — a tentação de Jansson, também popular na Finlândia e que é preparado com anchovas, batatas, cebola, natas, manteiga e pão ralado — e almôndegas, entre outros. Finalmente, ainda na área ocupada pelo museu, pode desfrutar da gastronomia típica no Tre Byttor (Três Barricas), uma taberna do século XVIII que está situada no mesmo edifício do Solliden e do Café Ekorren.  

 

Onde dormir

Estocolmo é uma cidade que, independentemente do tipo de alojamento eleito, oferece acomodação de elevada qualidade, embora, na maior parte dos casos, com correspondência nos preços. O ideal é reservar com alguma antecedência ou procurar um quarto às primeiras horas da manhã — à medida que a tarde se esgota, especialmente entre meados de Junho e meados de Agosto, os hotéis tendem a encher. A despeito da fama de ser uma cidade cara, os grandes grupos hoteleiros proporcionam tarifas reduzidas quando a reserva é feita online (por vezes com 50% de desconto) e com particular enfâse durante os fins-de-semana (sextas e sábados) e no pico do Verão.

Para uma experiência memorável, aconselha-se o Grand Hôtel Stockholm (www.grandhotel.se), na Södra Blasieholmshamnen, 8, palco habitual de figuras do mundo literário, socialites e da nobreza e um ponto de referência da frente marítima, com alguns restaurantes exclusivos e um piano-bar para se ver e ser visto. Na verdade, em Estocolmo, nenhum outro hotel tem paralelo com o Grand em termos de sumptuosidade — o preço varia entre os 210 e os 280 euros; se a decoração dos quartos se divide entre o estilo gustaviano e o chique contemporâneo, o 701 e o 702 destacam-se por outros motivos: o primeiro tem uma torre única com uma panorâmica de 360 graus e o segundo acolhe o vencedor do Prémio Nobel da Literatura.

Numa cidade intimamente ligada à água, uma noite no Vandrarhem af Chapman & Skeppsholmen (www.svenskaturistforeningen.se/afchapman) pode revelar-se uma ideia feliz. O lendário Af Chapman está agora ancorado, depois de muitas viagens como navio de carga, num lugar tranquilo, na ilha de Skeppsholmen (ligada ao centro por uma ponte e a Djugärden por ferry), proporcionando acomodação em dormitório (27 euros) ou em cabinas (single ou duplo) a partir de 64 euros. Funcionando desde 1949 como hostel, o Af Chapman foi inteiramente renovado em 2008 e, bem próximo, está situada uma mansão do século XVIII (em tempos um armazém de lenha do Castelo Real e, mais tarde, residência dos artesãos da marinha) que também é gerida pelos mesmos proprietários e oferece alojamento em quartos ou em dormitórios com capacidade para 17 pessoas, bem como cozinha e recepção utilizadas pelos clientes dos dois espaços.

Uma das opções mais em conta passa pelo City BackPackers Hostel (www.citybackpackers.se), na Upplandsgatan 2A. No negócio há mais de 20 anos, é considerado o melhor hostel de Estocolmo e, além de uma atmosfera familiar, proporciona um assinalável conjunto de facilidades: aluguer de bicicletas, organização de passeios pela cidade, sauna e uma cozinha ampla. O City Backpackers dispõe de dormitórios para quatro (30 euros), seis (28) e oito, onze ou doze (20) pessoas, outros exclusivamente para mulheres (30 euros), quartos privativos (de uma a seis camas) com preços que variam entre os 54 e os 168 euros e apartamentos normais e de luxo (preço por noite a partir de 187 e 290 euros, respectivamente).

INFORMAÇÕES

Os cidadãos portugueses apenas necessitam de um documento de identificação (bilhete de identidade, cartão de cidadão ou passaporte) para visitar o país.

A moeda local é a coroa sueca (9,31 coroas equivalem a um euro).

A língua oficial é o sueco mas a maior parte da população fala fluentemente inglês.

Portugal tem representação diplomática na Suécia, em Estocolmo, na Navavärgen, 32 2 Tr, que pode ser contactada de segunda a sexta, entre as 9h e as 17h, através do telefone + 46 (0)8 545 670 60 ou do email info@embassyportugal.se

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