Fugas - Viagens

  • DR/Turismo de Donostia-San Sebastián
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  • Sousa Ribeiro
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San Sebastián, uma concha que se abre para todos

Por Sousa Ribeiro

Capital Europeia da Cultura, San Sebastián (ou Donostia, em basco), quer mostrar-se como um marco de convivência. E um palco onde a cultura não tem fronteiras graças a um programa com mais de 400 projectos.

- Donostia não é uma cidade para ir de quadrilla, para ir de fiesta.

As palavras ficam a bailar no ar, suspensas, e Alvaro Pereda Perez induz do meu silêncio que apenas percebo parcialmente o seu conteúdo.

- O muz é um jogo de cartas originário do país basco. O vencedor é o par que ganha o maior número de vazas, num total de quatro jogadores, os quais, uma vez terminado o jogo, costumam sair em quadrilla para se divertirem.

Alvaro Pereda Perez, co-proprietário de um restaurante e natural de Vitória, pousa os olhos nas ondas que, arrebatadoras e com uma força que não deixa ninguém indiferente, se quebram na Playa de la Concha, com a sua bonita meia lua que exprime como em poucos lugares no mundo essa cumplicidade entre o mar e a terra, tão característica dos donostiarros.

- Esse é um costume em toda a região basca mas não em Donostia, que de há muitos anos a esta parte sofre da influência de Biarritz, releva ainda Alvaro Pereda Perez, também fotógrafo e carregando com ele a ambição de fotografar nas ruas com uma câmara escura feita apenas de materiais rudimentares.

O toque francês é bem visível, tão ou mais do que o mar para o viandante que chega e dele se serve como referência para se orientar. Mas é necessário recuar uns anos para melhor se perceber este afrancesamento. Alvo de constantes ataques ao longo dos séculos, todos eles repelidos pela população, San Sebastián apenas se rendeu em 1719, passando a viver sob o domínio dos franceses durante dois anos. Já perto do final do século XVIII, os vizinhos, conscientes da localização estratégica da cidade, dela se voltaram a apoderar, até 1813, altura em que foi libertada, queimada e destruída pelos soldados anglo-portugueses. Poucas foram as casas que se mantiveram de pé mas das cinzas os locais construíram, tal como a conhecemos hoje, a actual parte antiga que tantos turistas atrai.

Os dias de esplendor não tardaram a despontar no horizonte e, em 1845, por sugestão dos médicos que a acompanhavam, a rainha Isabell II, sofrendo de problemas de pele, escolheu a cidade e as suas águas em busca de cura para os seus males. Desde então, San Sebastián passou a estar na moda no Verão, transformando-se no local de eleição de membros da corte e de tantos aristocratas, uma afluência de tal ordem que levou as autoridades locais a derrubar as muralhas erguidas no século XII, possibilitando a expansão e o desenvolvimento urbano do bairro de Cortázar, o actual centro da cidade.

Nos primeiros anos do século XX, San Sebastián conheceu a sua Belle Époque, tornando-se o destino turístico preferido das classes altas; nos meses de Verão, frequentemente se via o rei Alfonso XIII, com os seus filhos, Jaime e Alfonso, passeando de barco pela baía de la Concha; mais ou menos pela mesma altura, também a rainha Maria Cristina elegia o Palácio Miramar como residência de Verão da sua corte — e hotéis, casinos e teatros logo foram erguidos para satisfazer a procura.

A neblina da manhã começa a dissipar-se, os surfistas carregam as suas pranchas e caminham junto às rochas, enfrentando as ondas que se quebram com violência, formando um mar de espuma.

- Donostia tem uma vocação cultural por excelência e exerce um inegável poder hipnótico sobre todos quantos a visitam, defende o jovem basco enquanto fita o colorido porto, abrigado das ondas ameaçadoras do início da manhã, um bonito contraste entre uma natureza que, por estes lados, tanto pode ser doce como selvagem.

Procurando viver longe dos conflitos, vários foram os homens ricos que procuraram refúgio em San Sebastián durante a I Guerra Mundial e muita da influência francesa tão impregnada nas ruas da cidade resulta dessas visitas — da mesma forma que o desenvolvimento urbano mais pobre, em diferentes zonas, é consequência da pesada industrialização que se seguiu à Guerra Civil.

- Eu sou mais de ir de fiesta mas também aprecio a faceta mais cultural de Donostia, uma cidade que comecei a visitar quando era criança. Ainda hoje me lembro de subir ao monte Igueldo pela mão da minha mãe, segurando na outra mão um brinquedo que me deixou tão feliz, recorda Alvaro Pereda Perez enquanto varre com o olhar toda a baía e o mar que se perde no horizonte, como se este lhe pudesse trazer, não a memória, que a tem bem presente, mas um outro tempo, cada vez mais distante.

Já me preparava para me despedir quando Alvaro Pereda Perez, absorvido pelo prazer da conversa e pela paisagem que nos é dada a contemplar, me deteve:

- Os bascos têm fama de serem rudes e fechados. Em parte é verdade. Assim são, talvez devido ao clima e à presença do mar, muitos dos povos do norte. Mas se fazem amizade com alguém nunca lhe viram as costas. Muitos menos quando vão de quadrilla

Fabuloso destino

San Sebastián vive, em 2016, um ano histórico, graças ao estatuto (dividido com a cidade polaca de Wroclaw) de Capital Europeia da Cultura. Um longo caminho foi percorrido, por vezes trilhando a incerteza, por vezes temendo o destino — a ETA anunciou o cessar definitivo da sua luta armada apenas quatro meses após o final do processo de candidatura, um anúncio altamente desejado na cidade com mais atentados em toda a Comunidade Autónoma do País Basco e tão fortemente associada a um clima de terror e violência a despeito de ser um destino turístico há mais de cem anos. 

Hoje, San Sebastián tem plena certeza de que, até Dezembro, os seus mais de 400 projectos culturais irão atrair milhões de visitantes, transformando a cidade num marco de convivência e de disponibilidade para os novos desafios que está pronta a abraçar.

A cerimónia de inauguração, dedicada, de uma forma particular, a todos quantos participaram nos mais diferentes projectos, estendeu-se ao longo de seis dias, como ponto de partida para um programa que não esconde ambições. Uma das exposições mais marcantes, daqui até meados de Maio, pode ser apreciada no museu de San Telmo, com o título 1966/Gaur Konstelazioak/2016 — na verdade duas mostras itinerantes, uma dedicada a Gaur e outra a artistas da actualidade, que irão levar algumas das obras a espaços culturais como Chillida-Leku, Jorge Oteiza Museoa, Bellas Artes de Bilbao, Okendo, Galeria Kur e Galeria Altxerri.

Também com início marcado para Janeiro, mas prolongando-se até Maio, a sugestiva temática Criatividade entre Fogões, assente em três linhas de acção focadas no objectivo de reiventar a gastronomia basca: espaços para jovens, apoio ao empreendimento e publicação de um documentário e de um livro sobre a revolução culinária no País Basco.

Em Fevereiro, são muitos os acontecimentos que prometem atrair um grande número de visitantes, englobando diferentes vertentes: desde logo (e até Junho) o Anarchivo Sida, uma viagem que propõe cartografar práticas estéticas e performativas, bem como experiências colectivas em redor da “crise da sida” desde a década de 1980 até aos nossos dias e que culminará com uma exposição em Abril na Tabakalera; alargando-se até Novembro, o WhatsART é mais uma das propostas ambiciosas, reunindo um grupo de 11 jovens com todas as suas inquietações criativas e uma enorme vontade de empreender um projecto artístico que fomente a convivência na sua área de residência; tambem em Tabakalera, entre 11 e 13 e 19 e 21, o Time Machine Soup, uma ideia que prima pela originalidade e com um carácter lúdico, prometendo um percurso inolvidável ao longo da história da Europa, tendo a sopa como denominador comum. 

Março promete, de igual forma, não defraudar, desde logo pela diversidade cultural dos eventos: a 14 de Março, no Kursaal, abertura do programa (triplo) de dança contemporânea da companhia berlinense Sasha, Waltz & Guests; a 20, a marcha da poesia, que coincide com o equinócio da Primavera e será representada por um procissão literária pelas ruas da cidade e conduzida pela mão da artista Esther Ferrer, celebrando o Dia Mundial da Poesia; San Sebastián colocará particular enfâse na música ao longo de todo o ano mas o mês de Março terá como singularidade o facto de proporcionar o Stop War Festibala, reunindo um conjunto de músicos locais e internacionais que darão voz a colectivos que lutam contras as guerras.

Esta multiplicidade abrange igualmente as mulheres, o sexo e a natureza: no primeiro caso, submetido ao tema Herri Zahar, Andre Berri, a projecção que a sociedade basca faz em relação ao papel da mulher nas tradições locais e na suas representações; sexualmente falando, uma ideia inovadora, materializada pela denominação DSSirez — os agentes Zurrumorbo encarregar-se-ão de lutar contra mitos e falsas crenças que definem um único modelo de sexualidade (até Novembro, uma caravana apelidada de DSSeos irá percorrer os bairros da cidade na tentativa de levar a população a uma reflexão e a desfrutar mais o erotismo sem fronteiras). 

Abril não poderia começar melhor e a gerar mais expectativas: logo no primeiro dia terão lugar os ICMA Awards, os prémios que são os maiores galardões da música clássica internacional, este ano entregues em San Sebastián; a cidade orgulha-se também de receber uma mostra de Federico Guzmán, em colaboração com o Museo Reina Sofia e que pode ser apreciada desde 8 de Abril (até Junho) no museu San Telmo; a 15 — e até 23 — tem início o mediático Festival de Cinema, mas assente, desta vez, no lema Europa de cine y derechos humanos, visando a cada vez maior internacionalização do evento (está previsto um fórum do Human Rights Film Network); um dia depois da abertura do festival e incluídos na programação musical que abarca todo o ano, conhecida como Music Box Festibala, a presença dos Tindersticks.

Por momentos, enquanto o mar dá uma trégua na sua violência, perscruto tudo à minha volta; sob uma luz ainda tímida, uma concha que se abre enquanto fecho as páginas do programa de festas de San Sebastián.

Que logo volto a abrir.

A música abre as hostilidades no mês de Maio, com a realização do Thanks Jimy, uma réplica do homónimo de Wroclaw e cujo objectivo passa por bater o record do Guinness de guitarristas interpretando o clássico Hey Joe de Jimmy Hendrix. Para Maio está igualmente agendada a inauguração do 1516-2016, tratados de paz, reunindo três centenas de obras de Goya, Rubens, Murillo, Zurbaran, Le Corbusier e Picasso provenientes dos museus do Louvre, Prado e Reina Sofia e que poderão ser apreciadas, até Outubro, em San Telmo e no Koldo Mitxelena, inaugurado em 1994 e compartindo as funções de biblioteca e de centro cultural. Entre 20 e 22, decorre a sétima edição do festival Olatu Talka, um projecto criado em 2010 que engloba música, teatro, gastronomia, desporto e tecnologia e que tem como motor principal a participação dos cidadãos. Durante uma semana (entre 28 de Maio e 5 de Junho) terá lugar o Festival Mundial de Marionetas e Maio ficará também marcado pelo início (até Setembro) do Puentes de Transito, um programa que, em colaboração com Wroclaw, Dublin e Ljubliana, transformará as pontes da cidade em espaços abertos a festivais de teatro, música e literatura.

Celebrando o 400.º aniversário da morte de William Shakespeare, San Sebastián presta homenagem à obra do dramaturgo inglês entre 21 de Junho e 24 de Julho, em Sonho de uma noite de Verão. Julho, um dos meses que mais turistas atrai, promete acontecimentos relevantes: Paredes que falam (até 31 de Agosto), em que os murais pintados em diferentes paredes servirão de espaço cénico para danças e projecções; De repente, Europa (entre 9 e 16 no palácio Miramar), juntando os melhores improvisadores de canto do continente num encontro internacional das tradições orais das culturas europeias.

Em Setembro, uma caravana de bois percorrerá a distância entre Quintanar de la Sierra (Burgos) e Pasaia, transportando madeira para a construção da Nau de San Juan e, em Outubro, Tratos propõe uma releitura a partir de uma óptica contemporânea da comédia cervantina Los tratos de Argel (1580), com um elenco internacional de actores que viveram a experiência de serem imigrantes em países da Europa.

San Sebastián está pronta para o desafio. Para apreciar os aromas de uma nova era. Para desfrutar do seu fabuloso destino.

 

A maqueta encomendada por Deus

São como duas sentinelas, vigiando a cidade que se estende para um lado e para o outro, romântica, elegante e inspiradora. “Antes de criar o Paraíso, Deus encomendou uma maqueta. Quando a maqueta estava terminada, o Senhor aprovou-a e as obras do Paraíso logo se iniciaram e foram concluídas. Mais tarde, os anjos perguntaram ao Senhor o que deviam fazer com a maqueta e Deus ordenou: Podeis colocá-la em algum lugar do mar Cantábrico. E aquele lugar era San Sebastián. E assim nasceu a nossa cidade.” Chauvinismo à parte, é desta forma, poética, que José María Mendiola (1930-2003), escritor, jornalista e prémio Nadal em 1962 pela sua obra Muerte por fusilamiento, olha para a cidade onde nasceu e viveu a maior parte da sua vida, um olhar que é comum a muitos dos donostiarros.

De um lado, o monte Igueldo; do outro, o monte Urgull, uma península rochosa que serve de fronteira natural entre a baía de la Concha e a Playa de la Zurriola, por sua vez fechada a este pelo monte Ulía. Entre um e outro, ao longo do passeio marítimo mais personalizado de San Sebastián, uma longa varanda branca de ferro forjado que é o emblema por excelência desta urbe com um pouco menos de 200 mil habitantes e capital da província de Guipúzcoa.

O monte Urgull é um permanente convite a uma errância pausada, à descoberta das suas múltiplas fortificações, dos seus viçosos espaços verdes e dos seus miradouros, uns mais escondidos do que outros e que oferecem algumas das melhores panorâmicas sobre a cidade, da baía de la Concha e do mar que se estende até perder de vista. Não muito longe, naquele que é um dos lugares mais românticos de San Sebastián, facilmente se encontra o Cemitério dos Ingleses, de frente para o Cantábrico e lugar de repouso eterno para os soldados britânicos que lutaram para pôr fim ao domínio francês e contra os carlistas. Uma subida, sem elevado grau de dificuldade, conduz ao Castelo da Mota, mesmo no lombo do monte — encimado por um Sagrado Coração que sobe 30 metros nos céus —, de onde San Sebastián parece ainda mais formosa.

Ao fim de algum tempo de contemplação, inicio a descida, insinuando-me pelas sombras do Paseo de los Curas, um percurso bordejado de árvores que em tempos de antanho era percorrido pelos padres enquanto liam os seus breviários. Silente a esta hora, o caminho transforma-se num verdadeiro formigueiro humano nos dois primeiros domingos de Setembro, quando têm lugar as tradicionais (as primeiras foram realizadas em 1879) regatas traineiras. A golpes de remos, lutando contra a forte ondulação, homens musculados tentam conduzir as suas embarcações o mais rapidamente possível, deixando que se pinte na imaginação dos espectadores a origem desta prova: em tempos idos, as primitivas competições tinham como objectivo a caça da baleia — um vigilante, ocupando o seu posto no cimo do monte Urgull, acendia uma fogueira mal avistava uma e a primeira traineira que cravava os arpões tinha o direito a ficar com o cetáceo, enquanto todas as outras regressavam ao porto.

É precisamente junto ao porto (pesqueiro e desportivo), com os seus multicoloridos barcos dos arrantzales, que se encontra o Aquarium, um edifício debruçado sobre o mar que data de 1928, mas alvo de uma remodelação relativamente recente e situado no Palacio del Mar de la Sociedad Oceanográfica de Guipúzcoa. Entre outras atracções (o Aquarium recebe mais de 300 mil visitantes por ano), como tubarões, raias, tartarugas marinhas e outras espécies que nadam num tanque, mais as diferentes técnicas de pesca ao longo dos tempos, pode-se observar o esqueleto da última baleia capturada nas costas da província.

A manhã vai despertando, as esplanadas começam a encher-se e o sol faz a sua aparição, com os seus raios tépidos mas bem-vindos nestes dias de Inverno.

Servindo de complemento, a curta distância do Aquarium está o Museu Naval, um lugar obrigatório para todos aqueles (mas não só) que se interessam por essa cumplicidade entre os bascos e o mar, as epopeias e as aventuras (e tantas desventuras) dos baleeiros, bem como maquetas e cartas de navegação que testemunham esse passado quase sempre marcado pela turbulência e tantas vezes banhado de lágrimas.

San Sebastián é uma cidade para se ver e sentir, demoradamente, errando pelas suas ruas ao encontro do teatro Victoria Eugenia, do centro Kursaal, atravessando as suas pontes que cruzam o Urumea, fitando o elegante edifício do ayuntamiento, a fachada senhorial do Hotel de Londres y de Inglaterra, o El Peine de los Vientos, grupo escultórico de Eduardo Chillida aos pés do monte Igueldo, a basílica de Santa Maria, a catedral do Bom Pastor ou o mercado de la Bretxa.

E quando as luzes crepusculares invadem a cidade, a Playa de la Concha, ainda e sempre com os seus surfistas, torna-se mais bela do que nunca. Como uma maqueta pedida por Deus.

GUIA PRÁTICO

Como ir

A Iberia (www.iberia.pt) viaja entre Lisboa e San Sebastián por cerca de 190 euros. O voo tem uma duração aproximada de três horas, com uma curta escala em Madrid. Desde a capital espanhola, a ligacão à cidade basca é efectuada pela Air Nostrum. O trajecto também pode ser facilmente cumprido de carro (com ou sem portagens): de Lisboa são pouco mais de 900 quilómetros e do Porto um pouco menos de 800. De comboio, conte com cerca de 13 horas entre Lisboa e San Sebastián e uma tarifa a partir de 70 euros para um bilhete de ida e volta.

Quando ir

Gozando de um clima oceânico, San Sebastián é uma das cidades mais chuvosas de Espanha, com precipitações abundantes ao longo de todo o ano. As temperaturas são suaves e temperadas (média de 15 graus) mas os invernos e os verões caracterizam-se por uma grande humidade. Durante o Outono, as marés vivas (ruas cortadas ao tráfego rodoviário e inacessíveis aos transeuntes) constituem uma das maiores atracções para residentes e turistas.

Onde comer

Para ir de pintxos, uma das mais agradáveis experiências passa pelo bar Tamboril, na Calle Pescadería, 2, próximo da Plaza de la Constitución. Trata-se de um clássico da cidade, inaugurado na década de 1950 e com um balcão repleto de cores e sabores — não deixe de provar, entre outros, anchova em tempura, acompanhado de um txakoli, um vinho espumoso que tem a sua origem nas colinas da acolhedora povoação de Getaria. Outros bons lugares para prosseguir esta romaria gastronómica são o Borda Berri (na Fermín Calbetón, 12), o Ganbara (na San Jerónimo, 21) e o A Fuego Negro, com criações mais originais (o MacKobe, um mini-hambúrguer de carne wagyu, uma raça bovina japonesa), e o La Cuchara de San Telmo, ambos na Calle 31 de Agosto.

Se preferir algo mais elaborado, San Sebastián acolhe três restaurantes com três estrelas Michelin (num total de oito em todo o país), um com duas e cinco com uma estrela. Com três estrelas, pode escolher entre o Arzak (www.arzak.es), na Avda. Alcalde Elósegui, 273, o Martín Berasategui (www.martinberasategui.com), na Loidi Kalea, 4, em Lasarte-Oria, a escassos oito quilómetros do centro da cidade, e o Akelarre (www.akelarre.net), no paseo del Padre Orkolaga, 56.  

Onde dormir

Para uma experiência luxuosa, a melhor opção em San Sebastián passa pelo Hotel Maria Cristina (www.hotel-mariacristina.com), no Paseo Republica Argentina, 4. Inaugurado em 1912, está intimimamente ligado à história e à cultura da cidade, oferecendo tarifas (sem pequeno-almoço e parque) que variam entre os 200 e os 325 euros (esta última para um quarto familiar) e, no caso das suítes, entre os 400 e os 780 euros.

Situado na primeira linha da praia da Ondarreta, na Calle Infanta Cristina, 1-3, com uma panorâmica soberba sobre a baía, o Hotel La Galeria (www.hotellagaleria.com), ocupando um elegante edifício de estilo francês de finais do século XIX, é uma entre as muitas alternativas mais em conta (preços entre os 145 e os 165 euros) que San Sebastián proporciona para passar uma noite. 

A cidade dispõe igualmente de um grande número de pensões, hostels e guesthouses, cómodas e com preços bem mais acessíveis, mas é importante ter em conta que, principalmente nos meses de Julho e Agosto, devido à grande procura, encontrar um quarto pode tornar-se uma tarefa complicada.

Informações

Os portugueses apenas necessitam de um documento de identificação (passaporte, bilhete de identidade ou cartão de cidadão) para visitar o país. A língua mais falada em San Sebastián éo basco mas facilmente encontra pessoas disponíveis para dialogar em castelhano e, embora em menor escala, também em inglês.

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