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José Manuel Ribeiro/Reuters

Animais, motas e gelados sobem aos céus do novo festival de balonismo

Por Mara Gonçalves

Coruche vai acolher o novo festival de balões de ar quente, de 28 de Março a 2 de Abril. Há várias actividades, incluindo subidas gratuitas.

Ao despontar da Primavera, os céus de um jardim de Coruche vão tingir-se de cor. Entre 28 de Março e 2 de Abril, dezenas de balões de ar quente vão sobrevoar a vila ribatejana naquela que é a primeira edição do Rubis Gás Up – Festival Internacional de Balonismo.

O novo evento dedicado ao balonismo em Portugal aposta num programa com várias actividades pensadas para o grande público, incluindo a participação de balões de ar quente com “formas especiais”. Uma mota de corrida gigante vinda da Holanda, uma coruja de Las Vegas, um pelicano brasileiro ou um cone de gelado da Alemanha são algumas das figuras inusitadas que vão colorir os céus da vila.

A ideia passa não só por ter um elemento diferenciador relativamente a outras iniciativas semelhantes em Portugal, como por tornar o festival “mais interessante” para quem ficar apenas a assistir, de pés bem assentes no chão, afirma Guido Van Der Velden dos Santos, director de operações e piloto responsável pelos voos da Windpassenger, empresa que organiza o festival. A organização prevê a participação de 35 a 40 equipas de balonismo – cerca de 20% traz balões com formatos especiais.

Durante os seis dias do evento, é possível voar a bordo de qualquer um deles, "especial" ou não. Mas, ao contrário de outros festivais de balonismo organizados em Portugal, os voos não são gratuitos. Os bilhetes custam 159,90 euros e incluem a viagem num balão de ar quente com duração entre uma hora a hora e meia – já podem ser comprados online e permitem escolher em que balão se quer viajar, mediante disponibilidade –, um certificado de voo, seguro, pequeno-almoço ou lanche (dependendo da hora do voo) e uma árvore, que será mais tarde plantada no concelho como forma de equilibrar a balança ecológica, tornando o evento mais sustentável. Parte do valor das vendas vai reverter a favor da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza.

Se estas viagens são pagas, também haverá actividades gratuitas no recinto do festival, junto à Praça de Touros de Coruche. Balões de ar quente estáticos vão subir aos céus para oferecer pequenas experiências de voo, elevando-se a cerca de 30 metros de altura sobre o casario da vila. As viagens, gratuitas, vão durar entre cinco a dez minutos, dependendo da afluência (organizadas por ordem de chegada).

Para quem preferir manter-se de pés no solo, de sexta a domingo haverá uma zona de artesanato e de restauração, com actividades e animação a pensar nas famílias, incluindo insufláveis para os mais novos. No sábado à noite, dia 1 de Abril, decorre ainda o Night Glow, um “espectáculo de luz e som, onde os balões vão sincronizar os seus queimadores ao ritmo da música”.

Desde os anos 1980 que a família de Guido dos Santos sobe aos céus em balões de ar quente. Realizar um festival em Coruche era “um sonho” antigo do pai. “Ele já não está entre nós mas eu acredito que os sonhos são para se tornar realidade”, conta o responsável. Há dois anos que o piloto trabalha com a Rubis Gás, inclusive como elemento da equipa técnica do festival de balonismo nos Açores (também patrocinado pela empresa de distribuição de energia). Agora surgiu a oportunidade de criar um evento semelhante em Coruche, onde a Windpassenger está sediada desde a sua criação, em 2004.

Para a estreia são esperadas cerca de “25 mil pessoas” e um máximo de 40 equipas e respectivos balões – a maioria oriunda de Portugal e Espanha, mas também estão confirmados participantes dos Estados Unidos, do Brasil, de França, Alemanha, Holanda, República Checa, Reino Unido, Luxemburgo e Bélgica. No entanto, o objectivo é tornar o festival num evento de referência a nível internacional a curto prazo. A meta? Chegar aos “100 balões em dois ou três anos”.

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