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Airbnb Not Yet Trending apresenta os Açores, "uma força da natureza"

Por Luís Octávio Costa

A "última descoberta" do Airbnb foi "uma região de Portugal — no meio do Atlântico, onde os ilhéus habitam vulcões adormecidos, onde os ananases são os mais doces do planeta e onde os locais estão a criar o seu centro hiper criativo".

Uma "força da natureza". É assim que a série Not Yet Trending, uma "investigação" com a chancela Airbnb, apresenta os Açores, que este ano conseguiram um aumento de hóspedes utilizadores da plataforma na ordem dos "176 por cento". A "última descoberta" do Airbnb, com quase nove milhões de seguidores apenas no Facebook, foi "uma região de Portugal — no meio do Atlântico, onde os ilhéus habitam vulcões adormecidos, onde os ananases são os mais doces do planeta e onde os locais estão a criar o seu centro hiper criativo". 

Para chegar às conclusões que explicam os números desta história, a plataforma foi directa à fonte: os anfitriões. "O mundo está a descobrir que este pequeno arquipélago no Atlântico realmente existe", explica António. "Viver dentro de um vulcão significa que as fontes termais fazem parte da vida", acrescenta Tomas. "Não vendemos o sol, as praias e as festas. Vendemos a nossa natureza, a nossa paz e as nossas gentes", apregoa Carina. "Mesmo estando na periferia, estamos a criar um centro para as artes", sublinha Jesse — que é Jesse James, fundador e director do Festival Walk & Talk.

E é precisamente aí, a essa outra força da natureza, à nova cultura açoriana, que o episódio Not Yet Trending — em 2016 a equipa Airbnb esteve em Guadalupe, Tbilisi, Paraty e Livingston — pretende chegar. "São destinos que eles acham que estão a começar a bombar", explicou à Fugas António Pedro Lopes, contactado pelo Airbnb para ser embaixador por já ter sido anfitrião e por estar em plena acção no mapa cultural que agita São Miguel. "Queriam ajuda a editar os conteúdos. Queriam saber o que é que está ali a borbulhar, como é que os açorianos aproveitam as ilhas. E fizeram-me uma pergunta-chave: quem é que faz a cultura?" A pergunta accionou um dispositivo na cabeça de António, fundador (juntamente com a Yuzin e a Lovers&Lollypops) do Festival Tremor, que rapidamente começou a fazer uma lista de pessoas, associando a cada uma um projecto.

A equipa Airbnb passou uma semana em algumas ilhas, especialmente em São Miguel, e deixou, tanto no vídeo de um minuto e 24 segundos como no blogue do projecto, pistas para pequenas erupções culturais que se misturam com a doçura dos ananases, com os mergulhos nas lagoas, com os cozidos e as paisagens. "Queremos fazer da periferia o centro", lança Jesse James. O Airbnb assina por baixo. "É fascinante assistir a esse centro — como um embrionário Brooklyn, Shoreditch ou Neuköln — ganhando forma".

São zonas de Ponta Delgada que "começam a ser ocupadas", diz à Fugas António Pedro Lopes, atento à movimentação provocada em parte pela "liberalização do espaço aéreo" e por tudo o que então circulou "de fora para dentro e de dentro para fora". São "muitas portas novas" e "muitos novos públicos para projectos e propostas". Exemplo paradigmático é o referido O Quarteirão, aglomerado de ruas cujo nome até pode ter sido cunhado por Mário Roberto e Vítor Marques, fundadores da galeria de fotografia Miolo. O artigo refere o restaurante vegetariano Rotas, as lojas Pele e Osso e Marota, assim como os galões do Louvre Michaelense.

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