O mercado interno não está bom para o negócio do vinho, por causa da crise económica e financeira, mas não faltam clientes de outras paragens a fazer compras milionárias. Os turistas brasileiros são os mais extravagantes. "Quando chegam aqui, perguntam logo: "Tem Barca Velha e Pêra Manca?"", conta Luís Cândido, o rosto e mentor da garrafeira. Na semana de aniversário, até colombianos por lá passaram, interessados em comprar vinhos representativos do melhor de Portugal.
Luís tinha 20 anos quando, numa viagem a Londres, se deixou maravilhar por uma garrafeira de vinho e convenceu a mãe a abrir um espaço semelhante no Porto. "Era isto que eu gostava de ter", disse-lhe. E a mãe respondeu-lhe: "Por que não?", suavizando a anuência com um "não tenho dinheiro, mas arranja-se".
Na verdade, a família Cândido da Silva já tinha algum desafogo financeiro e, mais importante, estava ligada ao negócio do vinho desde 1940 (possui uma quinta no Douro onde produz o vinho Quinta da Carolina). Não era propriamente um mundo novo que se abria para o jovem Luís Cândido. Essa ligação familiar foi decisiva nos primeiros anos e ajudou a cimentar um projecto que tem resistido aos vários ciclos económicos dos últimos 25 anos. Neste período, já abriram e já fecharam inúmeras garrafeiras no Porto e a Tio Pepe continua sólida e a ser a principal referência da cidade.
Além de dispor de um espaço generoso, com parque de estacionamento privativo, a garrafeira tem uma fantástica selecção de vinhos do Porto e de mesa, nacionais e estrangeiros, a par de vários tipos de destilados e charutos. O vinho do Porto tem, aliás, direito a um espaço próprio, devidamente climatizado e onde repousam vinhos de colheitas mais recentes até outras do início do século passado. Algumas, e outras ainda mais antigas que não estão à venda, foram abertas por estes dias.
Garrafeira Tio Pepe
PORTO - Rua Engº Ferreira Dias, 51
www.garrafeiratiopepe.pt