Para chefiar a enologia da Dão Sul e do grupo Global Wines, Joaquim Coimbra foi buscar Osvaldo Amado, enólogo na Bairrada, e fez subir à administração, para ocupar o lugar de Carlos Lucas, o gestor Paulo Amorim, que foi durante dois anos CEO da distribuidora Vinalda. Paulo Amorim tinha entrado na Vinalda indicado pela Global Wines, com o apoio de Carlos Lucas.
Lucas vai agora trabalhar com um dos poucos empresários portugueses com capacidade para comprar a própria Global Wines, o que, a acontecer, não deixaria de ser irónico. Bairradino de 56 anos, Carlos Dias fez carreira em Itália e na Suíça e em 2008 entrou de forma fulgurante no negócio do vinho ao comprar a empresa Colinas de São Lourenço, em Anadia, depois de ter vendido ao Richemont Group a empresa de relógios que criou e tornou famosa mundialmente em apenas 10 anos, a Roger Dubuis. O negócio ter-lhe-á rendido cerca de 850 milhões de euros. Depois de ter investido na Bairrada, Carlos Dias comprou a Quinta da Pedra e o Paço de Palmeira, nos Vinhos Verdes, e a Quinta Dão Bella Encosta, no Dão.
Anselmo Mendes começou por ser o responsável enológico do projecto, mas saiu entretanto, e desde a última vindima que a supervisão técnica tem sido assegurada pelo francês Pascal Chatonnet. A direcção geral será agora da responsabilidade de Carlos Lucas, que será assessorado por Custódio Dias (gerente e irmão de Carlos Dias), Pascal Chatonnet (vinho e viticultura), Gianni Capovilla (famoso destilador italiano que será responsável pelo desenvolvimento de todos os produtos destilados, vínicos e frutados, do grupo) e o professor José Gouveia (responsável pela elaboração dos azeites da empresa).
A estratégia da Ideal Drinks passa por consolidar e alargar os negócios em Portugal e por ir abrindo filiais em alguns mercados estratégicos, onde a empresa tenciona adquirir participações relevantes em grandes distribuidoras. Carlos Dias terá já adquirido uma participação importante numa das principais distribuidoras de vinhos da China.