Fugas - Vinhos

Mário Marques/Arquivo

Vendas de vinho do Porto caíram menos do que se temia

Por Pedro Garcias

Os resultados já conhecidos da comercialização de vinho do Porto entre Janeiro e Novembro de 2011 confirmam que não havia razões para efectuar um corte administrativo de quase 23 por cento na última vindima. As vendas de caixas diminuíram 4,1% e a facturação baixou 3,4%. Os resultados finais podem ser melhores.

Esse corte, recorde-se, fez baixar a produção de vinho do Porto de 110 mil pipas para 85 mil pipas em 2011, implicando uma perda de receita para a lavoura duriense superior a 20 milhões de euros. As vendas continuaram a baixar nos primeiros 11 meses do ano passado, face ao período homólogo, mas a um ritmo inferior ao que se temia.

A diminuição foi de 4,1 por cento em número de caixas vendidas e de 3,4 em facturação. Os resultados finais poderão ser ainda um pouco melhores, de acordo com as projecções feitas pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto. Os dados existentes apontam para um volume de vendas em 2011 de 9,3 milhões de caixas (menos 3,3 por cento face ao ano anterior), e uma receita de 361 milhões de euros (menos 2,8 por cento).

A má notícia é que se mantém a tendência de queda das vendas iniciada há alguns anos, a qual pode estar relacionada não só com a crise económica e financeira mundial mas também com uma rejeição do mercado ao vinho do Porto, relacionada com a especificidade deste vinho, em especial com o seu elevado volume alcoólico. Resta saber se essa rejeição é apenas conjuntural. A boa notícia foi o aumento de 0,8 por cento do preço médio por litro registado nos primeiros 11 meses de 2011. Esse aumento foi ainda maior nas categorias especiais, atingindo os 3,8 por cento. 

A França continua a ser o principal mercado do vinho do Porto, logo seguido da Holanda, Bélgica, Portugal e Reino Unido. A Holanda e o Reino Unido aumentaram as suas importações. Nos outros três, registaram-se quedas significativas, em particular em Portugal (menos 12,2 por cento).

O ano de 2012 não augura nada de bom para a União Europeia, mas, perante os resultados conhecidos e a diminuição dos stocks para níveis sustentáveis, a maioria dos operadores dá já como adquirido um aumento substancial da produção de vinho do Porto na próxima vindima. No mínimo, segundo as perspectivas de algumas empresas, a produção deverá subir para as 100 mil pipas.

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