Fugas - Vinhos

  • O vinho tinto alentejano vencedor
    O vinho tinto alentejano vencedor
  • A Quinta da Alorna conseguiu duas Grandes Medalhas de Ouro
    A Quinta da Alorna conseguiu duas Grandes Medalhas de Ouro
  • A Herdade das Servas também conseguiu duas Grandes Medalhas de Ouro
    A Herdade das Servas também conseguiu duas Grandes Medalhas de Ouro
  • O Douro ficou fora das Grandes Medalhas mas conseguiu 21 de ouro
    O Douro ficou fora das Grandes Medalhas mas conseguiu 21 de ouro Mário Augusto Carneiro

Os bons resultados dos vinhos portugueses no Concurso Mundial de Bruxelas

Por André Ribeirinho

André Ribeirinho foi membro do júri do Concurso Mundial de Bruxelas e resume algumas das conclusões e surpresas do 19.º Concurso Mundial de Bruxelas, onde um vinho alentejano foi eleito como o melhor tinto.

As maiores surpresas dos resultados do Concurso Mundial de Bruxelas, que decorreu em Guimarães no início de Maio, são, sem dúvida, a eleição de um vinho do Alentejo como melhor tinto da prova e a ausência de vinhos do Douro da lista de melhores vinhos do concurso. 

O prémio de melhor tinto foi atribuído ao vinho do Alentejo Poliphonia Signature 2008, por ter recebido, do júri, a melhor pontuação absoluta de entre todos os vinhos que foram enviados para o concurso. Com esta pontuação recebeu ainda uma das Grandes Medalhas de Ouro, a medalha mais importante do concurso.

É um feito notável a vários níveis. O vinho vencedor concorria, em prova cega - sem se saber o nome ou região - com amostras de países considerados como melhores produtores de vinho do mundo como, por exemplo, a França ou a Itália, conseguindo obter o melhor resultado.

O vencedor conseguiu ainda reunir consenso entre os provadores que pontuaram o vinho e que faziam parte de um júri constituído por membros de 48 países e com profissões tão diferentes como sommeliers, importadores, jornalistas ou bloggers com uma natural diversidade de opiniões e de gostos.

No entanto, é talvez a exclusão dos vinhos do Douro das Grandes Medalhas de Ouro a grande surpresa desta edição do Concurso Mundial - no que toca aos vinhos portugueses. Um resultado que pode em parte ser justificado pela ausência de amostras de alguns dos vinhos de topo da região do Douro e que é, de alguma forma, compensado com a atribuição de 21 Medalhas de Ouro.

Os resultados finais do concurso ditaram assim que o Alentejo e o Tejo arrecadassem entre si as dez Grandes Medalhas de Ouro atribuídas a vinhos portugueses. Entre estas, um destaque especial para os trabalhos desenvolvido pela Herdade das Servas e pela Quinta da Alorna que viram, cada uma, dois dos seus vinhos serem premiados ao mais alto nível.

Por último a surpresa - entre alguns profissionais do vinho menos atentos ao consumidor - que foi a medalha de ouro recebida pelo Mateus Sparkling Rosé. Uma medalha que confirma a enorme adaptabilidade da marca Mateus ao gosto do consumidor e ao mercado. A comprovar também os sucessos de vendas - e principalmente de exportações - por esse mundo fora.

Os resultados do Concurso Mundial de Bruxelas são essencialmente bons para Portugal. São bons, em primeiro lugar, porque dão a conhecer ao mundo a identidade do vinho português através de castas como a Alicante Bouschet - uma casta originalmente francesa mas há muito anos bem adaptada ao clima do Alentejo - e que está presente no vinho vencedor.

Mas são sobretudo bons resultados porque dão a conhecer Portugal como um país produtor de vinhos de qualidade num mundo onde a imagem junto de profissionais e consumidores é cada vez mais determinante no acesso ao mercado.

*André Ribeirinho foi membro do júri. É consultor de marketing de vinhos e fundador do Adegga.com e AVIN

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