Para quem bebe vinho de forma ocasional e tem dificuldade em consumir uma garrafa durante o seu tempo útil de conservação, entre três a quatro dias, as vantagens são incontestáveis. E claro, as vantagens de custo e facilidade tanto no transporte como na arrumação são igualmente fáceis de identificar, permitindo uma economia de custos muito significativa. Mas é na restauração que o formato é ainda mais atraente ao transformar-se numa ferramenta prática e económica que permite o serviço de vinho a copo sem investimentos incomportáveis. O bag-in-box permite tanto a conservação como uma facilidade de serviço modelares, ultrapassando desta forma expedita algumas das maiores dificuldades do serviço de vinho a copo.
Estranhamente, e apesar da maturidade da tecnologia e das vantagens evidentes do modelo, o formato nunca se popularizou em Portugal. Se o formato é habitual nos países do norte da Europa e Austrália, países onde chega a representar mais de metade do volume de vinho vendido, em Portugal e nos países do sul da Europa a aceitação tem sido menos evidente. Provavelmente porque estamos presos a uma tradição que associa os volumes de vasilhame maiores a vinhos de qualidade inferior, a vinhos pouco sedutores e sem carácter. Mas também porque a maioria dos produtores nacionais, provavelmente presos aos mesmos preconceitos, decidiram engarrafar os seus vinhos mais simples e corriqueiros neste formato, perpetuando uma associação que foi rompida em muitos outros países sem o peso deste passado histórico.
Mesmo que de forma lenta, a verdade é que a popularidade do bag-in-box tem aumentado numa clara manifestação da validade do conceito que surge reforçada nestes momentos de debilidade económica. Por ora os grandes e pequenos produtores têm evitado embalar os seus melhores vinhos neste formato… embora muitos o utilizem em alguns dos mercados de exportação onde estes preconceitos não estão enraizados, nomeadamente nos importantes mercados dos países nórdicos onde o BiB reina.
Como todas as revoluções também esta necessita de tempo de adaptação, sobretudo nos mercados mais clássicos e conservadores, menos atreitos à mudança de conceitos. Afinal a garrafa de vidro também representou uma revolução na comercialização de vinhos que espantou e perturbou os hábitos da época.