É, pois, necessário relativizar a importância que se atribui à prova cega, usada em quase todos os concursos de vinhos (na sua maioria, sem qualquer utilidade, a não ser para os produtores das gamas mais baixas e para os seus promotores, que ganham dinheiro com a inscrição dos vinhos). Seja como for, não deixa de ser interessante sujeitar todos os vinhos às mesmas regras de análise, até porque, em prova livre, os nomes menos sonantes são muitas vezes prejudicados.
Para contornarmos a fadiga do palato e diminuirmos a dificuldade de comparação entre os vinhos provados (é difícil comparar um vinho provado ao meio-dia com um outro provado duas ou três horas antes), usámos a seguinte estratégia: em cada série de nove vinhos começámos por cheirar todos os vinhos, sem atribuir importância à cor, e assinalámos os mais exaltantes. De seguida provámos cada um dos vinhos, tendo em atenção a complexidade, estrutura e acidez. Provada toda a série, repetimos a prova, colocando agora em confronto os vinhos mais valorizados e estes com os menos valorizados. E no final atribuímos a cada um deles uma nota de 0 a 100, seguindo o critério utilizado pelos principais provadores mundiais. Para mantermos bem vivas as referências de cada série, de modo a podermos comparar melhor todos os vinhos, optámos por fazer a prova das várias séries de uma forma mais rápida do que é habitual, valorizando sobretudo o primeiro impacto do vinho - o impacto da inocência, digamos. Em muitos casos, voltar várias vezes ao mesmo vinho só serve para acumular dúvidas.
Facilitando a tarefa dos provadores, a organização dispensou as classificações e promoveu durante a parte da tarde (a anteceder a declaração oficial de ano vintage pela Confraria do Vinho do Porto) uma prova livre com a presença dos produtores. Desta forma, era possível repetir provas e ajustar notas. Para não alterarmos o espírito da prova cega, decidimos manter as notas iniciais. A classificação que se segue vale, por isso, o que vale e não pretende funcionar como um ranking. Em bom rigor, reflecte apenas a nossa avaliação daquele dia, com toda a subjectividade que a mesma tem.
Classificação Vintage 2011
De 98 a 100 pontos
Bioma Vinha Velha (Niepoort)
Capela da Quinta do Vesúvio (Symington)
Quinta Vale D. Maria
Smith Woodhouse (Symington)
Vieira de Sousa (Sociedade Roncão Pequeno)
Alves de Sousa
Niepoort
Fonseca (Fladgate Partnership)
Croft (Fladgate Partnership)
De 96 a 98 pontos
Quinta do Grifo (Rozés)
Maynard`s (Barão de Vilar)
Quinta do Portal
Pintas (Wine & Soul)
Churchill"s (Churchill Graham)
Vista Alegre (Vallegre)
Andressen
Quinta de Valle Longo (Vallegre)
De 94 a 96 pontos
Graham"s The Stone Terraces (Symington)
Quinta do Sagrado
Warre"s (Symington)
Taylor"s (Fladgate Partnership)
Quinta do Noval
Cockburn"s (Symington)
Quinta da Romaneira
Offley (Sogrape)
Graham"s (Symington)
Quevedo (Vinhos Óscar Quevedo)
Dow"s (Symington)
Bulas (Bulas Cruz)
Quinta da Prelada
Presidential (Gran Cruz)
Cruz (Gran Cruz)
Quinta do Passadouro
Quinta do Tedo