Fugas - Vinhos

TAP apresenta os vinhos mais indicados para beber no ar

Por Alexandra Prado Coelho

Para a nova carta de vinhos, a companhia aérea fez uma prova em altitude. Os resultados foram agora conhecidos.

À entrada do Centro de Artes Culinárias, no Mercado de Santa Clara, em Lisboa, recebemos um passaporte, ligeiramente maior do que os verdadeiros mas em tudo o mais semelhante. A ideia era que percorrêssemos as várias bancas de produtores de vinhos, provássemos, e, a cada prova, conquistássemos um carimbo no passaporte.

Foi desta forma que a TAP apresentou, na semana passada, a sua nova carta de vinhos para a classe executiva. Os vinhos escolhidos incluem cinco do Alentejo (Dona Maria tinto 2010, Esporão Verdelho branco 2012, Paulo Laureano Reserva branco 2012, Monte Velho tinto 2012, Paulo Laureano Clássico branco 2012), um do Tejo (Quinta da Alorna Reserva Arinto

Chardonnay branco 2012), um do Dão (Cabriz Espumante Dão Special Edition Bruto 2011), oito do Douro (Churchill"s Estates Grande Reserva tinto 2007, Casa Ferreirinha Callabriga tinto 2010, Poças Reserva branco 2011, Porto Ferreira Quinta do Porto 10 anos Tawny, Graham"s 10 anos Tawny, Vale da Raposa tinto 2011, Casa Ferreirinha Esteva tinto 2012, Vila Regia branco 2012), e três da Bairrada (Colinas tinto 2007, Luís Pato Espumante Blanc de Blancs 2012 e Colinas Espumante Brut Nature 2010).

Estes foram os vencedores num processo de selecção que desta vez teve uma particularidade. O painel de especialistas - os portugueses João Paulo Martins, Maria João de Almeida, Rui Falcão, Pedro Garcias, Luís Antunes e Fernando Melo, e os brasileiros Ricardo Castilho, Marcelo Copello e Dânio Braga - provou inicialmente os vinhos em terra. Dos 40 tintos, 40 brancos e dez espumantes foi feita uma primeira selecção, e chegaram ao ar apenas 10 tintos, 10 brancos e quatro espumantes.

Os especialistas entraram então num avião para fazer uma viagem entre Lisboa e a ilha Terceira (Açores) com o único objectivo de tentar perceber se a altitude altera a percepção que temos do vinho. O facto é que, contou João Paulo Martins durante a apresentação, houve um vinho que tinha ficado muito bem classificado em terra e que não suportou bem a prova da altitude, caindo vários lugares na escala.

A Fugas acompanhou (e relatou) esta viagem até à Terceira, em Fevereiro e ouviu na altura as opiniões dos especialistas. O que ficou claro é que é a nossa percepção que fica alterada, e não as características do vinho. Isso deve-se sobretudo devido à pressão e ao ar, muito mais seco e com menos humidade, da cabine. Há uma maior secura, que afecta as nossas papilas gustativas e faz com que sejamos menos sensíveis aos sabores da fruta e mais à acidez e aos taninos dos vinhos. Mas talvez o mais afectado seja o olfacto, que, devido à secura, perde também sensibilidade, o que prejudica alguns vinhos.

Maria João de Almeida resume, num texto de apresentação do projecto: "Vinhos brancos e tintos jovens, aromáticos e frutados resultam melhor em altitude do que vinhos mais alcoólicos, complexos, com madeira, que demonstram taninos mais agrestes". E pronto, é só apanhar o avião - e, para quem quiser provar todos os vinhos desta selecção, ir coleccionando carimbos no passaporte.

--%>