Parece confuso, mas não é. O vinho é um tawny colheita que é lançado 50 anos depois de ser produzido. A data que surge no rótulo é a do ano de produção, mas o efeito é outro: é ter um vinho com 50 anos, uma idade redonda que se presta a celebrações. Quem não simpatiza com a ideia de celebrar o seu quinquagésimo aniversário com um vinho produzido no seu ano de nascimento?
A aposta da Taylor’s é uma espécie de ovo de Colombo. A partir de agora, ano após ano, a empresa vai ter sempre no mercado um vinho com 50 anos. A ideia pode fazer escola e ser seguida por outras empresas, mas são poucas as que possuem em stock vinhos de todas as vindimas posteriores a 1964. A própria Taylor’s só o terá conseguido com a compra, o ano passado, da Wiese&Krohn, casa famosa pelos seus tawny colheita. Mesmo assim, segundo a empresa, a edição será sempre limitada.
O primeiro vinho desta nova série vem numa caixa especial de carvalho e cada garrafa tem um preço recomendado de 250 euros. A avaliar pela pequena pipeta que foi dada a provar (uma moda também inventada pela Taylor’s, que sai mais barata à empresa mas que retira seriedade à prova), trata-se de um tawny muito concentrado e voluptuoso, que quase se cola à boca. Está povoado de notas características do envelhecimento em cascos de carvalho (tostados, tabaco, frutos secos, especiarias) e é bastante apimentado. Sendo muito bom, não, atinge, porém, o nível do colheita do mesmo ano (1964) da Quinta do Noval Colheita, um dos melhores vinhos do Porto do século passado.