Os produtores da região do Dão sentem que o trabalho que nos últimos anos têm feito com os seus vinhos ainda não é bem conhecido no resto do país, e por isso este fim-de-semana vão até Lisboa explicar e dar a provar os vinhos do Dão. A Dão Capital – Mostra de Vinhos e Iguarias começa na sexta-feira e continua no sábado no Palacete Henrique de Mendonça (Av. Marquês da Fronteira nº20), próximo do El Corte Inglês.
Perante o enorme sucesso conseguido no mundo dos vinhos por regiões como o Alentejo, o Douro e Setúbal, o Dão – região demarcada desde 1908, e hoje responsável por cerca de 7% da produção nacional de vinhos de mesa – sofre ainda as consequências de uma certa imagem negativa que se instalou nas décadas de 1960 e 1970, altura em que, num mercado dominado pelas adegas cooperativas, se apostava mais na quantidade do que na qualidade. Mas as coisas começaram a mudar, sobretudo a partir da década de 1990, e agora falta apenas comunicar melhor as transformações que aconteceram na região.
Uma delas tem a ver com a aposta muito clara em duas castas: a Touriga Nacional, nos tintos (que representam 80% da produção da região), e a Encruzado, nos brancos. No caso desta, houve um claro aumento da área, com quase todos os produtores locais a plantarem Encruzado, uma casta que resulta em vinhos com bastante estrutura. Por isso, explicou à Fugas Arlindo Cunha, presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão (organizador da mostra, em parceria com o Turismo do Centro, a AHRESP, a Comunidade Intermunicipal de Viseu Dão Lafões e o apoio do Município de Viseu), é que em Lisboa os vinhos do Dão vão provar-se com queijos – e que outro queijo melhor que o da Serra?
Na sexta-feira, os vinhos feitos com base na casta Encruzado são experimentados com queijos velhos, numa prova comentada, e sábado será a vez de se fazer a prova dos Touriga Nacional com queijos mais amanteigados. Apostando nas parcerias para a promoção de toda a região, os vinhos vêm também acompanhados por outros produtos, para além do Queijo Serra da Estrela certificado: enchidos tradicionais e de peru, frutos vermelhos, mel, chocolate, cogumelos, maçãs Bravo de Esmolfe e doçaria de Vouzela.
Sábado às 18h haverá um workshop sobre os vinhos do Dão, dirigido por Rui Falcão. O Palacete estará aberto das 10h30 às 13h30, sendo a parte da manhã para profissionais, e das 16h às 21h para o público. O preço de entrada é de três euros (custo do copo).