Fugas - Vinhos

  • Jean Claude Berrouet
    Jean Claude Berrouet DR
  • Quinta da Boavista
    Quinta da Boavista Ana Paula Carvalho.
  • Jean Claude Berrouet
    Jean Claude Berrouet DR

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O enólogo que fez um dos vinhos mais caros do mundo dedica-se agora ao Douro

Trata-se de uma propriedade com 80 hectares, 40 dos quais de vinha. Há uma parte ainda considerável de terraços irregulares, com muros muito altos, onde estava plantada a vinha no passado, antes da chegada da filoxera que a destruiu completamente, na segunda metade do século XIX. Nunca mais foi plantada vinha nesses terraços antigos, chamados “mortórios”, conta Tony Smith, que acompanhou a Fugas numa visita à quinta.

Quando se começou a tentar recuperar a produção de vinho no Douro, com a plantação de novas vinhas, foram feitos também novos terraços — e hoje vê-se claramente a diferença entre os antigos, de muros incertos, e os mais recentes, que desenham elegantes ondas subindo a encosta. Algumas ondas mais largas formam “barrigas” sobrepostas, que permitem uma zona mais alargada de plantação, e constituem o chamado “oratório”, de poderoso efeito cénico.

Totalmente preservados estão também os lagares de pedra, onde pode ser feita a pisa a pé — algo que Tony e Marcelo e os enólogos com quem trabalham ainda não decidiram se irão ou não fazer. Na entrada da propriedade funcionou no passado a alfândega, onde se cobrava o imposto pela passagem das pipas vindas das outras quintas, que eram depois levadas até ao cais, que continua a existir junto ao rio, para serem transportadas nos barcos.

E é a partir do terroir desta quinta, que Tony descreve como “uma jóia da coroa no Douro” que, com a ajuda de Jean Claude Berrouet, os dois produtores querem fazer um vinho que, esperam, possa aspirar a estar entre os melhores do mundo.

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