Fugas - Vinhos

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Uma história de sucesso com apenas 18 anos

A primeira grande distinção aconteceu em 2005, quando a Wine Advocate atribuiu 95 pontos ao tinto CV. Mas o momento de glória chegou com o Quinta Vale D. Maria Tinto 2009, que mereceu dos provadores de Robert Parker 96 pontos, a mais alta pontuação dada até então por aquela revista a um vinho português não fortificado (essa marca já foi superada pelo duriense Quinta do Fojo Tinto 2001, que obteve 97 pontos; na Wine Spectator a melhor pontuação pertence agora a outro vinho do Douro, o Pintas 2011, com 98 pontos).

A que se deve, afinal, o meteórico sucesso dos vinhos da Quinta Vale D. Maria? A equipa de viticultura (Luís Menezes) e de enologia (Sandra Tavares da Silva e Joana Pinhão) tem um papel decisivo, mas o elemento primordial está na “enorme diversidade” de altitudes, exposições e castas que existe nos 45 hectares de vinha explorados pela Lemos & Van Zeller, como sublinha Cristiano van Zeller.

“Na realidade, somos uma espécie de pequena ‘Borgonha’, onde cada parcela é um ‘cru’ especial e único, multiplicado pelas extraordinárias combinações que advêm da mistura de castas. Esta ideia de uma pequena ‘Borgonha’ não é apanágio só da Quinta Vale D. Maria. Todo o Douro pode, e deve, ser olhado dessa maneira”, diz.

Dos 28 hectares de vinha que a Quinta do vale D. Maria possui, 14 hectares são de vinhas com mais de 60 anos de idade e 41 castas diferentes e todas misturadas. Da restante área, 9,5 hectares têm 35 anos e 4,5 foram plantados entre 2004 e 2007.
Por outro lado, há uma aposta clara na pisa em lagares de granito, ao ponto de Cristiano van Zeller pretender nos próximos dois anos substituir todas as cubas de fermentação em inox por lagares de granito.

Finalmente, a localização das vinhas é privilegiada. “O vale do rio Torto é, para mim, a zona do Douro onde, numa área relativamente pequena, podemos encontrar a maior diversidade e complexidade nas vinhas e, consequentemente, nos vinhos. São ricos, estruturados mas suaves e macios, com uma acidez natural incrível, de grande profundidade e longevidade”, enfatiza Cristiano van Zeller.

É essa simbiose de poder e elegância que se encontra nos vinhos da Quinta do Vale D. Maria, sobretudo a partir de 2001. São vinhos imponentes e impressivos que reflectem o lugar e as condições climatéricas de cada ano. São, acima de tudo, vinhos que cheiram e sabem a Douro e que expressam de uma forma notável toda a riqueza da geografia acidentada da região.

Seis vinhos de antologia

Quinta Vale D. Maria Tinto 2001
Madureza e frescura balsâmicas de mãos dadas. Grande prova de boca, com os taninos e a acidez bem vincados. Um vinho ainda com muitos anos de vida (40 euros).

Quinta Vale D. Maria Tinto 2004
É um daqueles Douro que nos passam pela boca como um vendaval. Nariz de grande complexidade, cheio de notas químicas e balsâmicas, palato volumoso, rico e profundo, com taninos de alto gabarito bem acolitados por uma acidez gloriosa. Um tinto enorme (40 euros).

Quinta Vale D. Maria Tinto 2009
Mesmo tendo um teor alcoólico de 15%, é um tinto cheio de garra, musculado e delicado ao mesmo tempo, sólido mas digestivo. Um verdadeiro gigante de veludo que é ao mesmo tempo um exemplo perfeito das virtudes do equilíbrio num vinho (40 euros).

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