Fugas - Vinhos

Paulo Ricca

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Dez anos de ouro da Quinta da Romaneira

Isso é ainda mais visível nos vinhos DOC Douro (que representam 80% do negócio), sobretudo nos tintos, onde em apenas 10 anos a Romaneira tem feito uma progressão notável. Os primeiros vinhos foram logo bem recebidos pela crítica, mas é a partir do Romaneira Reserva 2008 que se nota um claro refinamento. Apesar dos vinhos da Noval e da Romaneira serem feitos pelas mesmas pessoas, quem prova uns e outros encontra diferenças claras e surpreendentes.

Embora a Romaneira tenha uma exposição mais virada a sul, beneficiando por isso de mais horas de sol, os seus vinhos são mais elegantes e frescos. O Reserva 2009 é o melhor exemplo. Não é fácil domar um vinho com 13,5 de álcool, como é o caso. Uma graduação desta natureza no Douro deixa por vezes os vinhos mais magros e com um toque verde e amargo. Mas não é isso que se encontra neste tinto belíssimo. O vinho apresenta uma enorme harmonia, elegância e suculência, mostrando também uma boa estrutura.

Os vinhos de 2011, incluindo os magníficos monovarietais Petit Verdot e Syrah, situam-se no mesmo patamar de solidez e frescura. E os tintos de 2012, provados ainda por engarrafar, também prometem grandes alegrias.

André Esteves e Christian Seely não parecem ter pressas. O britânico, em particular, olha para a Romaneira como um investimento de longo prazo, de várias gerações. As bases estão lançadas: a área de vinha passou de 36 para 86 hectares (e existe um potencial de plantação de mais 125 hectares), foi construída uma nova adega e a notoriedade dos vinhos não tem parado de crescer. Em apenas dez anos, a Romaneira já conseguiu um feito assinalável: ser associada à Noval e reconhecida pela mesma excelência. O futuro só pode ser melhor.

 

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