Com séculos de história vitivinícola, “os vinhos de mesa portugueses deviam ser mais conhecidos internacionalmente”, refere o artigo publicado na estação televisiva britânica, apontando inúmeros factores para esta “negligência no mercado global”. A maioria era feita de “forma antiquada”, “pouco apelativa para o mercado de massas além fronteiras”, “muitas vezes demasiado rústicos ou ásperos” e davam “pouca (ou nenhuma) atenção ao marketing e à forma de apresentação da garrafa”.
No entanto, defende-se, o cenário vitivinícola português tem mudado na última década, com a entrada de jovens produtores no mercado, que aliam “as técnicas de produção mais avançadas” a estratégias visuais para conseguirem “sobressair entre a multidão”. É esta nova geração que está em foco no trabalho assinado por João Pedro Pereira (jornalista do PÚBLICO) e Will Smale (jornalista da BBC).
Na reportagem, assinalam-se os casos de João Almeida, que utilizou uma tinta térmica no rótulo do seu vinho branco Camaleão, que muda da cor verde para azul quando está à temperatura correcta para ser servido; Diogo Albino, que inovou na rotulagem do Virgo, um dos vinhos produzidos na herdade da família (Torre do Frade), que chega às mesas com um rótulo branco e destacável, onde os clientes são convidados a criar o seu próprio rótulo e a reenviá-lo à empresa - os melhores surgem no ano seguinte na etiqueta traseira de cada garrafa; ou Rita Marques, que utiliza a experiência adquirida no curso de produção vitivinícola e no trabalho em vinhas dos quatro cantos do mundo na produção da herdade da família.
“A nossa geração é um pouco mais pragmática. É bom que as pessoas produzam os tipos de vinho em que acreditam mas, no fim, temos que vendê-lo”, resume Rita Marques à BBC.