Fugas - Vinhos

  • Vinho do Porto: Graham’s Ne Oublie, um vinho de 1882 não esquecer - até no preço, cerca de 5500 euros
    Vinho do Porto: Graham’s Ne Oublie, um vinho de 1882 não esquecer - até no preço, cerca de 5500 euros
  • Vinho do Porto: Outra jóia: Taylor’s Single Harvest 1863, Vinho do Porto Colheita
mais antigo do mercado
    Vinho do Porto: Outra jóia: Taylor’s Single Harvest 1863, Vinho do Porto Colheita mais antigo do mercado
  • Moscatel: JMF Moscatel
de Setúbal Superior 1911
    Moscatel: JMF Moscatel de Setúbal Superior 1911
  • Madeira: Blandy’s Malvasia Frasqueira 1988
    Madeira: Blandy’s Malvasia Frasqueira 1988
  • Brancos: Quinta
do Ameal 2013
    Brancos: Quinta do Ameal 2013
  • Brancos: Quinta
das Bágeiras Garrafeira 2012
    Brancos: Quinta das Bágeiras Garrafeira 2012
  • Brancos: Niepoort Coche 2012
    Brancos: Niepoort Coche 2012
  • Tintos: Quinta da Vacariça Garrafeira
2008
    Tintos: Quinta da Vacariça Garrafeira 2008
  • Tintos: Quinta do Zambujeiro
2009
    Tintos: Quinta do Zambujeiro 2009
  • Tintos: Quinta do
Passadouro Reserva 2011,
    Tintos: Quinta do Passadouro Reserva 2011,
  • Da Quinta da Fata, um Touriga
Nacional 2009
    Da Quinta da Fata, um Touriga Nacional 2009

Continuação: página 2 de 2

Vinhos: Rui Falcão escolhe os melhores do ano

Mas Portugal não se limita a produzir vinhos de excelência unicamente nesse mundo tão particular dos vinhos generosos, alargando o primor e carácter a outros estilos. Hoje talvez seja mesmo mais fácil encontrar esse carácter pronunciado nos vinhos brancos, aqueles que mais evoluíram ao longo dos últimos anos e aqueles que melhor traduzem a especificidade portuguesa. Poderá até parecer descabido num juízo mais apressado, mas admito que começa a ficar provado que as castas brancas nacionais são ainda mais interessantes e singulares que as suas congéneres tintas, destacando-se pela sua individualidade e forte personalidade.

Entre os vinhos que se destacaram contam-se o Quinta do Ameal 2013, um vinho preciso, rigoroso e perfumado da casta Loureiro, variedade que continua a afirmar-se como uma das jóias da coroa nacional. O Quinta das Bágeiras Garrafeira 2012 é igualmente merecedor de louvores acirrados, um branco feito à moda antiga, tenso, mineral, duro e incrivelmente poderoso, sem que alguma vez se torne excessivo. Num estilo quase oposto encontra-se o Niepoort Coche 2012, um vinho branco incrivelmente preciso, rigoroso, charmoso, tenso e profundo. Um dos grandes vinhos brancos de Portugal.

No capítulo quase inesgotável dos vinhos tintos começo por aquele que é uma das grandes revelações e novidades do ano, o Quinta da Vacariça Garrafeira 2008, um Baga estreme da Bairrada que viu finalmente a luz do dia para se estrear em grande no patamar cimeiro da pirâmide qualitativa dos vinhos tintos nacionais. Um vinho denso, carregado, austero mas tremendamente elegante. O alentejano Quinta do Zambujeiro 2009 não se poderia mostrar mais discordante no estilo e perfil mas seduz corajosamente pela fruta farta mas contida, pela dimensão imensurável, pela alegria de um final explosivo que garante uma vida longa.

O Quinta da Fata Touriga Nacional 2009 traduz uma das melhores interpretações possíveis da casta homónima, afastando-se do exagero emocional das notas florais e frutadas para apostar na contenção, na estoicidade de uma boca interminável e segura, fresca e alegre, que aponta para um prazo de vida muito dilatado. Finalmente, surge o Quinta do Passadouro Reserva 2011, um tinto rigoroso e categórico, um tinto preciso e desenhado a régua e esquadro, polido, certeiro e revelador do imenso potencial que o Douro encerra para produzir vinhos poderosos mas supinamente elegantes.

--%>