O vinho da região de Lisboa foi premiado numa prova cega dos RECM Best Value Awards, organizada semanalmente na Cidade do Cabo, na África do Sul, sendo o único vinho estrangeiro presente no top 6 dos tintos de casta não tradicional do continente africano.
Para o ranking de melhor qualidade-preço nesta categoria (o factor premiado pelo galardão) contaram a nota na prova (15.90), o preço (50 rands sul-africanos, equivalente a 3,53€) e o valor atribuído pelo júri (136,73 rands, ou seja, 9,65€). Para trás ficaram vinhos de marcas sul-africanas: três De Krans, um Ondine (que teve a melhor nota, 16.40) e um Boplaas.
“Entre todas as castas menos usuais, as variedades portuguesas foram as que tiveram os melhores resultados, com a liderança de um touriga nacional da região de Lisboa que, fazendo jus à marca do vinho, aterrou com sucesso no mercado sul-africano”, refere Neil Pendock, crítico de vinhos participante no painel da RECM Best Value, criada pela empresa de gestão de activos que dá nome ao galardão e pela wine gallery de Neil Pendock (localizada no hotel Taj).
O Astronauta Touriga Nacional 2012 resultou de um projecto pessoal do enólogo e crítico de vinhos Aníbal Coutinho, em parceria com a Vidigal Wines.
Esta distinção resulta de uma “visita estratégica” da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVRL) ao mercado sul-africano no final de Novembro, durante a qual várias marcas da região “fizeram contactos, firmaram contratos e participaram em provas de vinho”. O objectivo, referem em comunicado, era “penetrar neste mercado e implantar algumas destas marcas”: Casa Santos Lima, Companhia Agrícola do Sanguinhal, Vidigal Wines, Wine Ventures, Paço das Cortes, Adega da Vermelha e Ivin.
“A África do Sul é um país produtor de vinhos, por isso é um mercado que aprecia muito o vinho, sendo por isso os produtos portugueses bastante apetecíveis”, refere Vasco d’Avillez, presidente da CVRL.
Segundo a comissão regional, a viagem à África do Sul “enquadra-se na estratégia de investimento dos Vinhos de Lisboa para o triénio 2014 - 2016, que inclui a entrada em novos mercados”, sendo que actualmente cerca de 75% da produção já é exportada para mercados como Angola, países Nórdicos, China, Brasil, EUA e Rússia.
