Como é natural, já que elas são plantadas quase exclusivamente no território nacional, as castas portuguesas não são referenciadas nos lugares cimeiros. É mesmo impossível encontrar qualquer referência a castas portuguesas nos cinquenta lugares cimeiros — isto claro, se excluirmos a variedade Tinta Roriz/Aragonez, que recebe a designação Tempranillo fora de fronteiras, nome pelo qual é conhecida internacionalmente. Um dos marcos do Alentejo, o Alicante Bouschet, surge num honroso vigésimo terceiro lugar, e ainda mais notavelmente, com uma taxa de crescimento de 5% durante a primeira década deste milénio, contrariando a afirmação tradicional que esta variedade estaria em declínio e só seria válida e desejável nas terras do sul de Portugal.
Falando de crescimento e popularidade internacional, os números mais espantosos são alcançados pela casta Syrah, variedade que entre os anos 2000 e 2010 viu a sua área plantada ser multiplicada em 150%. Mas a maior surpresa advém muito provavelmente do Pinot Gris, que cresce uns igualmente incríveis 131%, muito à custa do acréscimo de popularidade dos vinhos italianos elaborados com a versão Pinot Grigio de sotaque mais itálico. Partindo de bases muito mais baixas, e consequentemente de crescimento percentual muito mais fácil, são igualmente dignos de nota o crescimento das variedades Prosecco, Verdejo, Viognier, Petit Verdot… e a incrível Roditis, casta grega que multiplicou a sua área em 1459%.
Convém igualmente salientar que a famosíssima Touriga Nacional duplicou a sua área plantada em 145% ao longo do mesmo período de tempo. Entre as castas mais relevantes em volume, as maiores perdedoras chamam-se Airén, Garnacha, Trebbiano, Mazuelo, Bobal, Grasevina (também conhecida como Riesling Itálico ou Welschriesling), Cinsault, Chenin Blanc e Gamay.