Fugas - Vinhos

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Casalobos, um vinho feito por estrelas do futebol

Outra grande aposta dos amigos foi a construção de uma adega, um projecto do atelier de arquitectura Sancho-Madridejos, com uma fachada a fazer lembrar as dobragens dos origamis japoneses, e que foi finalista do prémio Mies van der Rohe em 2009. A ideia é que a adega seja em si mesma uma atracção para os visitantes que vão até Montes de Toledo e que queiram conhecer melhor o projecto Casalobos.

E a aposta em Portugal? Porque é que se viraram para um país que é um grande consumidor do seu próprio vinho? É um mercado interessante? “Sabemos que é um mercado complicado, mas com pouca concorrência exterior. Há poucos vinhos espanhóis aqui”, afirma Xavier Serra, que está na direcção do projecto. “A oportunidade para o nosso crescimento é conseguirmos alianças fiáveis.” Não vão colocar muitas garrafas — a estimativa é de cerca de 10 mil por ano (a produção actualmente é de 150 mil) — mas querem colocá-las nos lugares certos, nos restaurantes e nas lojas que as “tratem com carinho” e que consigam explicar o projecto aos clientes. A grande distribuição e a grande escala não lhes interessa.

“Este não é um projecto puramente empresarial”, sublinha Xavier. “Todos os sócios são amigos, e por isso a primeira prioridade não é o benefício económico.” Antes de tudo, o Casalobos é um pretexto para se reunirem algumas vezes por ano (uma delas na altura das vindimas), estarem todos juntos e divertirem-se. E dão muitas opiniões? Influenciam a forma como o vinho é feito? Sim, Ignacio de Miguel ouve-os a todos, com muita atenção. E depois? “Depois faz exactamente o que ele pensa”, responde Manuel Sanchís, com um grande sorriso.

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