Fugas - Vinhos

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Um ano histórico para os vinhos portugueses na Wine Spectator

Uma façanha com 20 anos

Estas pontuações valem o que valem, até porque na maioria dos casos os vinhos são provados por uma única pessoa. Mas em termos de notoriedade são muito importantes para os produtores e para a imagem da região e do país, porque estamos a falar de revistas lidas em todo o mundo- e a Wine Spectator é a que tem maior audiência. O grande aumento das pontuações registado nos últimos anos é um claro reflexo da melhoria geral dos nossos vinhos. Poucos países terão andado tão depressa como Portugal nos vinhos tranquilos, primeiros nos tintos e agora também nos brancos.  

Até ao ano passado, a Wine Advocate já tinha classificada 969 vinhos portugueses tranquilos (757 tintos e 212 brancos) com 90 a 100 pontos. Por sua vez, a Wine Spectator tinha distinguido 480 vinhos portugueses com 90 a 94 pontos (450 tintos e 30 brancos). Numa análise mais fina, o Douro aparece claramente como a região mais pontuada: 403 tintos e 73 brancos na Wine Advocate e 405 tintos e 21 brancos na Wine Spectator. Estes números vêm ao encontro do que Matt Kramer escreveu quando decidiu mudar-se para o Porto. O colunista americano confessou-se espantado com a rapidez com que tudo está a acontecer no Douro. Há pouco mais de 15 anos, poucos sabiam fazer bons vinhos tranquilos. Agora, os melhores vinhos durienses são “realmente de classe mundial na sua originalidade, sabor, distinção, carácter, profundidade e finesse”, sublinhou. Mas o mesmo vale também para regiões como a Bairrada, o Dão e o Alentejo (aqui, os tintos Quinta do Mouro Rótulo Dourado 2007 e Quinta do Zambujeiro 2007 já foram pontuados com 97 pontos pela Wine Advocate).


Os cinco vinhos mais pontuados em 2004 pela Wine Spectator

Dow`s Porto Vintage 2011: 99 pontos
Um dos grandes nomes do universo Porto Vintage. Os seus vintages são singulares, revelando uma solidez, austeridade e frescura admiráveis. Ao fim de 30 anos parecem ter metade da idade. Nem sempre nascem com a mesma precisão de vintages como o Graham`s, por exemplo, mas o tempo vai-os refinando, e é ao fim de algumas décadas que se mostram em toda a sua plenitude. Desta colheita extraordinária foram produzidas cinco mil caixas de 12 garrafas, que desapareceram num ápice. Cada garrafa saiu para o mercado a cerca de 65 euros e custa agora perto de 300 euros.  

Fonseca Porto Vintage 2011: 98 pontos
Na família de vintages do grupo Fladgate Partnership (Taylors, Croft, Vargellas), o Fonseca tem um estilo muito próprio. Além de ser um poço de fruta, distingue-se pela sua extraordinária frescura balsâmica e mineral (grafite). É mais “rebelde” e “nervoso” do que os seus irmãos. Perfumadíssimo (fruta do bosque, madeira exótica), explode na boca numa série de sabores refinados. Um vintage magnífico. Encontra-se em algumas garrafeiras a cerca de 125 euros.

Quinta do Noval Porto Vintage Nacional 2011: 98 pontos
O Noval Nacional, proveniente de uma vinha velha de apenas dois hectares plantada em pé franco (sem porta-enxerto), é o Porto Vintage mais caro do mercado. O 1963 custa mais de 5500 euros. É o “Ferrari” dos vintages, dado o seu preço e reduzida produção. O 2011 começou a ser vendido a mais de 500 euros a garrafa e quem o comprou vai, decerto, fazer um bom investimento, embora ainda seja muito cedo para se dizer que irá ter um lugar na história semelhante ao do 1931 e do 1963, os mais extraordinários do século passado. Mas promete. A revista americana Wine Enthusiast atribuiu-lhe 100 pontos.

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