Fugas - Vinhos

Nelson Garrido

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Alvarinho de Monção e Lisboa vai a Lisboa mostrar que chega “onde os outros não chegam”

Para Fernando Melo não restam dúvidas: “Estamos aqui a ter uma conversa que é de vinhos tintos, de guarda”. E é o caso do Alvarinho, uma casta que “tem uma acidez fixa muito elevada e uma estrutura muito firme na sua composição”, o que faz com que apresente “uma longevidade que é distintiva da casta e que não é aplicável a outras”.

A prova continuou com outros vinhos de Monção e Melgaço: Quinta do Regueiro 2008, Portal do Fidalgo 2007, Quinta de Melgaço 2004 (“com notas de padaria e frutos secos, chama-se a isto complexidade porque não tem nada a ver com a fruta propriamente dita, mas com combinações que só querem dizer que está vivo”) e Reguengo de Melgaço 2001. É precisamente de 2004 para trás que, na opinião de Fernando Melo, “começamos a entrar onde os outros [brancos] não chegam” e por isso “daqui para trás é que começa a ficar interessante”. Por isso aconselha os apreciadores a beber hoje os vinhos de 2002.

A prova culmina num Soalheiro de 1997. Com 18 anos, atingida a maioridade, é um vinho “de cheiro neutro, floral, muito suave, cor mais intensa, que evoluiu para uma impressão cremosa”, mas que, sublinha o crítico, “ainda está na fase ascensional”. Prova, para os autarcas de Monção e Melgaço, de que os vinhos da sub-região são diferentes. “Temos um patamar de excelência a alcançar que o resto da região não consegue alcançar”, conclui Manoel Batista.

Quem quiser avaliar por si próprio qual o caminho que se abre ao Alvarinho de Monção e Melgaço tem três dias para o fazer, com a ajuda de produtores e especialistas.

 

Wine Fest Alvarinho Monção e Melgaço

De 24 a 26 de Julho

Sexta e sábado das 12h às 23h30; domingo das 12h às 18h30

Pala do Pavilhão de Portugal, Parque das Nações, Lisboa

Entrada: 5 euros

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