Fugas - Vinhos

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O Ventozelo mostra os primeiros sinais da sua fibra

Nas gamas de DOC Douro, os resultados das vindimas de 2011 para cá são animadores. Os Dalva desse ano são finos, harmoniosos e portadores de uma identidade claramente duriense. O primeiro grande tinto, o Ventozelo Grande Reserva, está ainda na adega de Alijó e nesta fase da sua vida promete ser um vinho com grande classe. Na linha de produção está também um colheita tardia, com uvas provenientes da zona de Alijó, que, apesar de uma certa contenção aromática, revela um corpo e uma riqueza de sensações na boca que lhe garante um futuro auspicioso. Mas, apesar de ainda ser cedo para se perceber ao certo o que será o Ventozelo nos próximos anos, há já no mercado uma série de brancos e dois tintos que vale a pena experimentar. Mais um Douro que vale a pena conhecer.

Ventozelo Viosinho 2014
Um branco com uma enorme intensidade e frescura. Aromas exuberantes de maçã verde, notas tropicais, bom volume de boca e uma acidez final que consegue equilibrar e introduzir harmonia à expressividade da fruta. Um vinho que vai seguramente ganhar com um par de anos em garrafa, mas para já está muito bom. Produziram-se 4000 garrafas. O preço de venda ao público oscilará entre os 8 e os 9 euros.

Ventozelo Branco 2014
Um lote de três das mais emblemáticas castas brancas da região (Malvasia Fina, Viosinho e Rabigato), que passou pela madeira — nesta fase da evolução a barrica está muito bem integrada no conjunto. Aroma atraente de fruta de polpa branca, com frescura, graça e subtileza. Gordo na boca, com uma textura sedutora, nervo e um final de boca longo e delicioso. Um branco altamente recomendável, que custará cerca de 12 euros.

Ventozelo Syrah Unoaked 2014
Mais uma prova de que a Syrah se dá muito bem nas encostas durienses — a experiência da Romaneira, na outra margem e a curta distância do Ventozelo, já o haviam provado. Um tinto luxuriante, aroma de frutos vermelhos, sedoso, muito bem definido e directo. A sua opulência não se torna excessiva à custa de uma secura retemperadora no final da prova. O seu único senão é o alto teor de álcool (15%), que o pode tornar um pouco cansativo. Custa entre 10 e 11 euros.

Ventozelo 2014
Um blend de várias castas está na base da segunda marca de tintos da quinta. Este vinho é muito atraente pela qualidade dos seus aromas (notas florais num bom balanço com a expressão de fruta preta e sugestões balsâmicas), pela sua estrutura e complexidade. Combina muito bem o vigor da juventude com o polimento da sua estrutura e a acidez final. Um vinho delicioso, que será comercializado entre os 9 e os 10 euros.

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