Fugas - Vinhos

Dato Daraselia

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Burmester e Kopke, as jóias da coroa

É nos vinhos do Porto Colheita que a Burmester se excede, atingindo patamares qualitativos verdadeiramente excepcionais que revelam uma sensibilidade para o estilo fora do comum. Um estilo que é especialmente difícil e exigente na qualidade dos vinhos base, uma família que não permite imperfeições, impondo um rigor e sensibilidade que poucas casas conseguem compreender e acertar. Não é fácil ou simples manter um vinho de uma só colheita em condições perfeitas sem perder riqueza ou complexidade, sem deixar que o cansaço se apodere dele, sem evidenciar sintomas de velhice mantendo ao mesmo tempo uma frescura retemperadora que torne o vinho jovial, rico e emocionante.

Porque de facto falamos de frescura quando discutimos sobre a excelência dos Porto Colheita. E frescura é simultaneamente o conceito mais decisivo e mais difícil de alcançar na família dos Colheita. E é de frescura que falamos quando provamos os vinhos Colheita da Burmester, como tive ocasião de fazer recentemente em Gaia, numa prova que facilmente nos eleva ao céu. Uma frescura recorrente e transversal mas que é ainda mais visível na excelência do Burmester Colheita 1952, um dos grandes da categoria. Mas, mesmo nos vinhos mais “jovens”, de 1989, por exemplo, a frescura e riqueza estão presentes no nariz e boca com um descaramento que anima a alma e refresca o final de boca.

Nos vinhos da Kopke o que mais sobressalta e provoca arrepios é o entusiasmo do Kopke White 30 Anos, um vinho do Porto branco brilhante, vivo e poderoso, meloso mas intenso e subtil, vibrante mas simultaneamente delicado e civilizado. Um grande vinho do Porto que termina enérgico, sério, vivaço e alegre.

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