Fugas - Vinhos

Manuel Roberto

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Há que arriscar nos vinhos estrangeiros

Existem dezenas de países produtores, da Europa aos países do novo mundo, dos mais tradicionais aos mais irreverentes, dos mais clássicos e conservadores aos mais arrojados e empreendedores, dos comuns aos exóticos. Faz-se vinho um pouco por todo o lado, mesmo nos locais mais extravagantes, em paragens onde nunca esperaríamos que nascesse vinho. Vinhos de origem exótica fruto da simples paixão, das sempre imprevisíveis mudanças climáticas, da existência de microclimas ou, mais prosaicamente, da simples loucura de alguém.

Nascem vinhos nos locais mais estranhos e improváveis do mundo. Plantam-se vinhas em locais tão incertos como a Suécia ou a Finlândia, no Tahiti, plantadas em atóis paradisíacos formados por coral, ou na Tailândia, em vinhas plantadas em taças flutuantes sem solo firme a que se agarrar e lançar raízes. Planta-se vinha na Venezuela, mesmo em cima da linha do Equador, localização que permite a praxe de três vindimas anuais, tal como na Argentina se planta vinha acima dos 3000 metros de altitude, no limiar da capacidade de sobrevivência da videira.

Vinhos feitos de centenas de castas, umas internacionais, outras de expressão local, castas conhecidas e vastas desconhecidas, vinhas jovens e vinhas velhas… por vezes oriundas de locais onde não acreditaríamos estarem vinhas realmente velhas. Olhe-se para a Austrália, país tão conotado com as regras enológicas do novo mundo… mas onde podemos encontrar algumas das vinhas mais velhas do planeta, algumas delas já com mais de duzentos anos. Na realidade, algumas dessas vinhas mais velhas reclamam mesmo o estatuto de vinhas mais velhas da casta Syrah, muito mais antigas que qualquer representante francês.

Existem vinhos de lote e vinhos de uma só casta, vinhos provenientes de zonas quentes, outros de regiões frias, vinhos do hemisfério Norte e do hemisfério Sul inspirados em diferentes escolas enológicas. As escolhas são intermináveis, divididas entre as muitas castas, países, regiões e estilos. Os vinhos existem e estão aí para quem os quiser provar e enriquecer a sua cultura vínica.

 

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