É assim em todos os grandes eventos mundiais ligados ao vinho. Aos produtores, especialistas e agentes do sector junta-se uma massa anónima de provadores que para lá dos recintos das feiras invade ruas, bares e restaurantes em ambiente de festa e de copo na mão. O Porto não foge à regra e assim, de 25 a 28 de Fevereiro, com um programa recheado que se estende à beira Douro até domingo.
O grande evento que é a Essência do Vinho vai já para a 13.ª edição, mas é inegável que tudo ficou rico, animado e diversificado com o surgimento do Simplesmente Vinho, o salão off que em paralelo se realiza desde 2013. Ao gigantismo, impacto mediático e comercial do primeiro, corresponde um ambiente mais descontraído, convivial e de partilha da segundo.
E enquanto as dezenas de milhares de visitantes da Essência fazem do Palácio da Bolsa um espaço cada vez mais acanhado, o Simplesmente foi este ano obrigado a mudar-se da acanhada cave da Ribeira para o espaço mais desafogado do Convento de Monchique, ali a dois passos, em frente ao Edifício da Alfândega.
“Não inventámos nada, simplesmente recriamos em Portugal o que já existe lá fora. Na verdade, nas últimas décadas, como contraponto à globalização e industrialização do vinho, grupos de produtores têm vindo a organizar mostras de vinhos alternativas às grandes feiras do vinho”, explicam os vignerons que se juntam no evento alternativo. De resto, é isso que acontece com a Vinexpo, em Bordéus, a Vinitaly, em Verona, ou a Prowein, em Dusseldorf, a mostrar que também a Essência se afirma cada vez mais como um dos acontecimentos maiores no calendário internacional do vinho.
No Palácio da Bolsa vão estar mais de 350 produtores, com mais de três mil vinhos em prova, com um vasto programa de provas comentadas, acções e formação e harmonizações gastronómicas, cujos pormenores podem ser consultados no site oficial da 13.ª Essência do Vinho. Além de importadores de várias origens, a organização convidou especialistas de 13 nacionalidades que vão participar na escolha de um top 10 dos vinhos nacionais (seis tintos, dois brancos e dois generosos). Em prova cega e sem prévio conhecimento dos vinhos seleccionados.
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Simplesmente Vinho
No Simplesmente Vinho juntam-se, dias 26 e 27 (Covento de Monchique), os verdadeiros vignerons, que cultivam o gosto por vinhos diferentes e naturais e normalmente associados a produções biológicas ou biodinâmicas. Nomes como Dirk Niepoort, Álvaro de Castro, Rita Marques, Luís Soares Duarte, Luís e Filipa Pato, Mário Sérgio Nuno ou Miguel Louro, com os seus vinhos de identidade e paixão. São, ao todo, cerca de meia centena de produtores que cultivam a natureza e identidades das suas parcelas e castas, representando todas as regiões, aos quais se juntam outros 16 vignerons do país vizinho com vinhos que expressam a identidade de regiões como Jumilla, Ribera del Duero, Rioja, Valdeorras, Ribeira Sacra, Bierzo, Ribeiro e Rias Baixas. Não faltam também as interessantes novidades de regiões menos conhecidas como Açores e Trás-os-Montes.
E porque se trata de celebrar o vinho, no Simplesmente as noites terminam com música ao vivo e há também uma secção de petiscos preparados por cozinheiros de méritos mais que reconhecidos. Rui Paula (DOP), Luís Américo (Casa Ribeiro), Joana Vieira/André Antunes (Delicatum), Cristóvão Oliveira e Sousa (Ode), Vítor Claro (Claro!), Ricardo Coelho (Chef Coelho) e Nuno Santos (Puttanesca).
