Para além do estado da economia, os produtores que apostam no mercado brasileiro continuam a confrontar-se com um problema estrutural mais difícil de resolver: os custos logísticos elevados, que se somam aos impostos. “Um vinho que sai de Portugal a cinco euros é colocado à venda no Brasil a 80 ou 100 dólares”, explica Jorge Monteiro. “Numa situação económica complicada, admito que os importadores e distribuidores tenham que mexer nas suas margens.”
A grande vantagem de um evento como o Vinhos de Portugal no Rio, argumenta ainda o responsável da ViniPortugal, é que permite um contacto directo com os consumidores. “Estes eventos virados para os consumidores fazem todo o sentido. Continuamos a trabalhar o mercado mas já nos aproximamos muito dos momentos de consumo e essa é uma oportunidade para mostrar a diversidade da nossa gama de vinhos.”
Esta estratégia faz sentido, defende Jorge Monteiro, em mercados onde os vinhos portugueses já conquistaram uma quota acima dos 10%. No estado do Rio essa quota média é actualmente de 30% (sendo no Brasil de 12%). “A seguir ao Rio, onde temos uma quota significativa é no estado de São Paulo. Por isso acreditamos que está na hora de avançarmos para São Paulo. Em Salvador ou Fortaleza, por exemplo, temos quotas boas mas o mercado é exíguo. Em São Paulo estamos a falar de um grande mercado metropolitano com uma quota relevante. Devemos fazer o evento lá e o momento certo é este”, defende.