Esta terça-feira, foram carregadas três mil garrafas de um vinho DOC Douro, um Reserva Especial 2014, para o navio Coimbra, no porto de Aveiro, que vai partir no dia 7 de Junho para alto mar até St. John’s, no Canadá. O objectivo da travessia oceânica é dar ao vinho “características únicas”.
Em tempos, acreditava-se que a qualidade do Vinho da Madeira, que era embarcado em barricas a bordo de veleiros, se devia ao estágio em alto mar. “Acredita-se que o ‘vinho da volta’, tal como era chamado, ganha características únicas, graças a um envelhecimento precoce, o qual é provocado pelo balanço e pela travessia oceânica”, explica Manuel Dias, proprietário da Lua Cheia em Vinhas Velhas. Assim, o produtor aceitou a oferta do Clube de Oficiais da Marinha Mercante de levar o seu vinho a estagiar cerca de quatro meses, durante a navegação até aos Grandes Bancos da Terra Nova.
No porto piscatório de St. John’s, ou São João da Terra Nova, como é conhecido pelos pescadores portugueses, o vinho vai ser certificado, oficializando a viagem marítima. Ao regressar a Portugal, em Setembro, as três mil garrafas já não serão Reserva Especial 2014, mas rotuladas e vendidas no mercado sob o nome de Poseidon, o deus supremo do mar, segundo a mitologia grega.
A Fugas contactou a Lua Cheia em Vinhas Velhas para saber o preço de venda ao público do vinho, mas, como este será só engarrafado em Setembro, a empresa ainda não tem previsão de valores.
Texto editado por Sandra Silva Costa