Fugas - Vinhos

Pablo Sanchez/Reuters

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Vinhos africanos, para além do óbvio

Tal como no Quénia, os predadores formam simultaneamente perigo de vida associado ao risco de eventual perda total de produção. Mais que as cobras que tanto intimidam no Quénia, as principais ameaças da Etiópia advêm do apetite voraz dos hipopótamos que têm de ser mantidos à distância através de valas especiais que os impedem de entrar e devastar as vinhas. A maior praga, porém, resulta da mesma maldição que assola grande parte dos vinhedos europeus, a ameaça de pássaros que na Etiópia formam bandos de tal forma impressionantes que seriam capazes de arrasar mais de cem hectares de vinha num simples piscar de olho. Para proteger a vinha, os produtores etíopes inventaram o sistema de “espantalho humano”, pagando uma ninharia a trabalhadores rurais para brandir chicotes no ar a cada trinta metros de distância, criando uma rede humana quase impenetrável que consiga defender as uvas preciosas dos mortíferos ataques de pássaros.

Nada semelhante ao processo utilizado pelos produtores da Tanzânia que, inspirados no modelo e ajuda sul-africana, defendem as suas vinhas dos pássaros através do processo muito mais caro e sofisticado da colocação de redes. São apenas cinco produtores, o mais antigo dos quais possui a vinha mais antiga do país plantada em 1938, mas muito recentemente um dos vinhos tanzanianos foi considerado com um dos melhores vinhos do continente africano, motivo de enorme orgulho para os produtores locais e razão para que alguns distribuidores internacionais começassem a olhar para o país com atenção.

 

 

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