Fugas - Vinhos

DR

Continuação: página 2 de 2

Quem consegue resistir a Champagne?

O Louis Roederer Cristal é um dos mais conhecidos e cobiçados em todo o universo. Um Champagne que nasceu originalmente a partir de um pedido especial do Czar da Rússia Alexandre II, que pediu uma garrafa exclusiva para a sua mesa. Pensado inicialmente para o paladar russo, que é conhecido pelo amor aos sabores mais doces, ainda hoje o Cristal mostra um perfil mais atencioso neste capítulo, revelando nariz frutado e floral que surge repleto de notas citrinas. Harmonioso, expressivo e aprumado, frutado e meigo, termina estimulado por uma acidez segura que o exalta para um final interminável.

Se os vinhos rosados são frequentemente olhados com desconfiança e alguma sobranceria, o caso muda de figura nos vinhos champanhes, onde as versões rosadas costumam representar o expoente máximo dos vinhos espumantes da região. Se o nome Dom Pérignon é por si só capaz de causar desassossego, a edição Dom Pérignon Rosé costuma ser ainda mais exclusiva e interessante. Os aromas de pêssego e bagas selvagens, associados aos apontamentos fumados e ao aroma de pão e massa de padeiro, são capazes de elevar a alma para um estado próximo do êxtase.

Embora menos conhecido, o Gosset Celebris Blanc de Blancs é um Champagne clássico mas invulgar nas notas, no estilo e na filosofia. Carácter é coisa que não falta à Gosset, com vinhos que são mais conhecidos pela intensidade e peculiaridade de sabores que pela elegância pura. São champanhes profundos que se destacam por serem densos e complexos, maduros e ligeiramente almiscarados, inconfundíveis ao nariz, num estilo muito particular e pouco consensual capaz de gerar em simultâneo amores e ódios profundos.

Igualmente notável, o Don Ruinart millèsime rege-se pela batuta característica dos vinhos da Ruinart, vinhos elegantes, poderosos, completos e complexos, ligeiramente mais secos e austeros que o tradicional na região. Um Champagne Blanc de Blancs em que a complexidade é transmitida pelas notas citrinas de toranja e limão reforçadas por alperce e ameixa, contrastadas pela gordura cremosa da boca num crescendo de complexidade e riqueza.

Não se esqueça que os champanhes devem ser sempre refrescados antecipadamente, devendo ser servidos a temperaturas que devem oscilar entre os seis e os oito graus. Quando servido a temperaturas superiores, a libertação de gás torna-se demasiado agressiva, retirando muito do prazer do vinho. Pelas suas características especiais de desprendimento de bolha, o espumante deve ser sempre consumido muito fresco, de preferência em copos altos e suficientemente grandes para apreciar os aromas. Esqueça os copos mais tradicionais conhecidos como flûtes em formato de tulipa esguia, altos e estreitos. Vai ver que os mesmos copos que usa para os vinhos brancos ou tintos lhe irão proporcionar um prazer acrescido, dando uma nova dimensão aos vinhos da região.

 

--%>