Fugas - Vinhos

Adriano Miranda

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O novo Barca Velha é mais másculo e clássico

Esperar mais uns anos pelo novo Barca Velha não significa que seja um erro bebê-lo já. O vinho já está extraordinário, mas precisa de ser aberto com tempo, de comida apropriada e de paciência para se ir percebendo a sua evolução ao longo de uma refeição. É um vinho com um aroma explosivo, muito químico, balsâmico e especiado mas ainda com bastante fruta vermelha. Parece ter uma acidez volátil um pouco elevada, o que aumenta o seu vigor aromático, mas Luís Sottomayor garante que essa percepção decorre da excelente acidez natural do vinho. Na boca, é um portento de nervo e frescura, apesar de parecer sofrer um pequeno hiato entre o primeiro ataque e o final longo e apimentado. Não é um vinho geométrico, perfeito, mas é precisamente por isso que emociona, porque tem vida, tem mistério, obriga-nos a “falar com ele”, como dizia Luís Sottomayor.

Foram cheias apenas 18 mil garrafas (menos 12 mil do que no Barca Velha 2004) e o vinho deverá chegar ao mercado a cerca de 400 euros, que é o valor a que estava a ser vendido o 2004 nas garrafeiras.

Barca Velha 2008

Castas: Touriga Franca (50%), Touriga Nacional (30%), Tinta Roriz (10%) e Tinto Cão (10%)
Região: Douro
Álcool: 14% vol
Nota: 98
Preço: 400 euros (preço estimado de garrafeira)

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