Fugas - Vinhos

Lara Jacinto/NFactos

As pinturas de Grão Vasco também ajudam a exportar vinho

Por José Augusto Moreira

A Lusovini aproveitou a visita de importadores, críticos e jornalistas dos seus principais mercados para lançar os novos topo de gama e mostrar renovadas instalações. Exportação já representa mais de 70% do negócio da empresa nascida há apenas sete anos.

Que relação pode haver entre a exportação de vinhos para o Brasil e os painéis quinhentistas expostos no Museu Grão Vasco, em Viseu? A questão pode até parecer absurda, mas pensando-se que as pinturas atribuídas a Vasco Fernandes, o célebre Grão Vasco, coincidem com a época da chegada dos descobridores portugueses às terras de Vera Cruz e que nesses painéis há já cenas alusivas às vindimas na região de Viseu, fácil é concluir que a cultura da vinha e do vinho no Dão é, pelo menos, tão antiga como o Brasil. E sabe-se como a história e o contexto influenciam a percepção de qualidade e a decisão na hora de valorar e escolher um vinho.

É por isso que a Lusovini tem trazido ao nosso país importadores, críticos e jornalistas dos seus mercados mais importantes. Com a preocupação de lhes mostrar como e onde são feitos os vinhos, mas também a sua ligação com a cultura e património de Portugal.

É o Lusivini Wine Tour que, além das vinhas e adegas no Alentejo, Bairrada, Douro e Dão, levou este ano os seus convidados a locais tão emblemáticos como a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra, o Museu da Tapeçaria, em Portalegre, a caves de vinho do Porto, em Gaia, ou o Museu Grão Vasco.

Outro dos objectivos passou pela harmonização dos diferentes vinhos do portefólio da empresa com as gastronomias dos vários países representados, mostrando a sua diversidade e versatilidade. Vinhos para o mundo, a partir de regiões com características diferenciadoras e grande diversidade de castas autóctones, que são uma das marcas mais distintivas da vitivinicultura portuguesa.

Começou em Lisboa, a visita, com um jantar no Palácio das Necessidades, para o qual o chef Vítor Sobral criou um menu de sabores africanos e focado nas cozinhas de Angola e Moçambique. A par do acesso aos salões dos edifícios que albergam o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o repasto contou com a presença dos secretários de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, e da Agricultura, Luís Vieira.

Nos repastos que se seguiram, José Júlio Vintém (restaurante Tomba Lobos, Portalegre), Vítor Dias (Quinta das Lágrimas, Coimbra), Rui Paula (DOC, Douro) e Luís Almeida (Dux, Viseu) procuraram criar momentos gastronómicos associados a sabores brasileiros, norte-americanos e orientais, de forma a evidenciar o potencial dos vinhos provados face às respectivas gastronomias.

Particular significado teve o jantar que foi servido nas Caves Andresen, em Gaia, onde os participantes tiveram oportunidade de testar a associação com sabores asiáticos, mas também tomar contacto com o método e envelhecimento dos vinhos do Porto e provar algumas colheitas de referência.

A par dos vinhos de produção própria, no Alentejo, Bairrada, Dão e Douro, a Lusovini está também associada a produtores de referência das várias regiões, que completam o seu portefólio de mais de 90 vinhos. Neste campo, assume particular relevância a ligação à Andresen, reputada pela qualidade dos seus Tawny. Há 25 anos que a empresa estava sem distribuição em Portugal e a nova parceria tem-se revelado como um enorme sucesso. “Pensávamos na Andresen para compor o portefólio, mas as vendas de Porto representam já cerca de 20% do negócio total”, revelou o presidente da Lusivini, Casimiro Gomes.

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