Florence Bourguignon trabalhava no sector das bebidas espirituosas, já conhecia o vinho do Porto, mas foi uma viagem pelo Douro que a fez apaixonar-se completamente, deixar o que tinha para trás, em França, em Março de 2015, e embarcar na aventura de abrir uma garrafeira, onde se podem fazer provas e workshops, em Lisboa.
“É um Porto wine bar”, não é um sitio aonde se vá beber copos, mas experimentar e descobrir o vinho do Porto, explica no espaço que fica no popular Bairro da Bica, entre o Cais do Sodré e o Bairro Alto, numa travessa da rua por onde passa o famoso elevador da Bica. É a Travessa da Portuguesa, onde o L'Atelier se instalou em Março deste ano. Abre a partir das 15h e recebe muitos turistas, sobretudo franceses. Agora a proprietária gostaria que os portugueses também a visitassem.
“As pessoas vêm fazer provas, mas o negócio é vender garrafas e se os turistas não as quiserem levar consigo, posso expedi-las para qualquer país”, continua Florence num português titubeante – tem aulas particulares – mas que intercala com o francês e com o inglês quando compreende que não dominamos completamente a língua de Molière.
Embora o L’Atelier esteja no coração da cidade, só os mais atentos o descobrem. A garrafeira tem vinhos, todos do Porto, de 25 a 30 pequenos produtores. A Florence não lhe interessa dar a conhecer os grandes, mas os pequenos, aqueles que tratam os seus vinhos com cuidado. É entre esses que descobre vinhos com características mais pessoais, explica.
Quem entrar no L’Atelier pode fazer uma prova que pode variar entre os 12 e os 85 euros. Por 12 euros, um cliente pode experimentar um branco reserva, um branco seco ou doce com dez anos, um tawny reserva ou um tawny com dez anos. Existem várias propostas até à chamada “prova excepcional”, em que se pode experimentar seis vinhos, com 20 e 40 anos, branco, ruby e tawny.
Florence Bourguignon lembra que um vinho do Porto não é só para beber como aperitivo ou digestivo – aliás, foi essa diversidade que a conquistou, confessa –, mas que pode acompanhar uma refeição e, dirigindo-se à garrafeira, opta por um branco seco que, por exemplo, fica bem com o bacalhau do Natal, sugere.
À mesa tem queijos e enchidos que, com o vinho certo, podem potenciar o paladar. Mas não é só com salgados que fica bem o vinho do Porto: os bolos, os doces e até o chocolate podem fazer harmonias invejáveis. É por isso que Florence também faz workshops, para ensinar tudo o que sabe sobre a variedade dos Porto em Lisboa.
L’Atelier
Travessa da Portuguesa, 38, Lisboa
Tel.: 918 377 167
Email: florence@atelier-porto.com
