Fugas - Vinhos

Paulo Ricca

Mais 1932 hectares de vinha para Portugal

Por Pedro Garcias

Até 2030, por força dos regulamentos comunitários, a área de vinha em Portugal tem que crescer 1% todos os anos. Para 2017, o aumento ascende a 1932 hectares. A maioria é destinada ao Alentejo. O Douro também vai crescer, apesar do parecer contrário do IVDP.

O Ministério da Agricultura fixou em 1932 hectares o montante de novas autorizações de plantação para todo o território nacional. Este aumento equivale a 1% da área de vinha que existia no país no final de Julho de 2016.

Com os novos regulamentos comunitários, que culminaram com o fim da transacção de licenças, a área de vinha no espaço da União Europeia deve crescer todos os anos 1% até 2030. O crescimento não é, contudo, uniforme. Alguns países, como a França, a Itália ou a Espanha, optaram por fixar um crescimento anual inferior a 1%. Portugal optou pelo tecto máximo.

Na distribuição anual das novas autorizações de plantação, o Ministério da Agricultura pode colocar limitações regionais, em função das recomendações emitidas pelas respectivas comissões vitivinícolas. No ano passado, por exemplo, o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) solicitou que fossem autorizadas apenas 4,5 hectares de novas plantações, sugestão que o Ministério da Agricultura acatou. Para 2017, o IVDP recomendou o mesmo montante, com o argumento de que a área actual é suficiente face às necessidades da região, mas, desta vez, o Ministério da Agricultura não aceitou a sugestão e autorizou a plantação de 150 novos hectares de vinha. A decisão, segundo Frederico Falcão, presidente do Instituto da Vinha e do Vinho, deveu-se ao facto de nos últimos três anos terem caducado no Douro cerca de 1500 hectares de vinha (licenças que não foram utilizadas). “A opção foi por atribuir novas autorizações de plantação no montante equivalente a 10% do que se perdeu de vinha nos últimos três anos”, explicou, acrescentando que “em 2018 já deverá ser diferente, porque a área de vinha que vai caducar este ano deverá ser inferior”. O Ministério da Agricultura teve também em consideração a procura registada o ano passado por novas autorizações de plantação. Para um montante disponível de 4,5 hectares, o total de candidaturas ascendeu a 212 hectares.

Para as restantes regiões, o Ministério de Agricultura seguiu as recomendações feitas pelas comissões vitivinícolas (na maioria, não foi fixado qualquer limite à plantação). Assim, a do Alentejo, por exemplo, propôs e vai ter direito a 800 hectares de novas autorizações de produção (mais 700 hectares do que em 2016). Já o Instituto do Vinho da Madeira viu acolhida a pretensão de só ser autorizado um montante simbólico: o,6 hectares.

 

 

 

 

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