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Quinta de Valbom

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Luís Duarte quer Quinta de Valbom no “topo de gama” dos vinhos do Douro

Por Alexandra Prado Coelho

O enólogo da Herdade dos Grous começou há cinco anos a fazer vinhos no Douro. O resultado da primeira colheita chega agora ao mercado.

Foi no Douro que o enólogo Luís Duarte pensou, sem hesitar, quando os proprietários da Herdade dos Grous lhe disseram que queriam expandir a actividade. “É uma região símbolo” para quem faz vinho em Portugal, diz. E, apesar de ter nascido no Norte e de se ter formado em Trás-os-Montes, até agora a experiência de Luís Duarte tinha sido no Alentejo. Atraía-o, por isso, a ideia de avançar para uma nova região. E, eventualmente, depois para outras.

Pôs-se a caminho do Douro para procurar uma quinta, estávamos então em 2012. “Acho que nunca tinha visto tantas quintas na vida”, conta. A escolha acabou por recair sobre a Quinta de Valbom, em Canelas, concelho de Peso da Régua, mesmo ao lado da Quinta do Vallado (na sub-região Baixo Corgo). A Herdade dos Grous adquiriu a Valbom em Junho e em Agosto Luís Duarte estava já a fazer a primeira vindima.

Agora, cinco anos depois, chegam ao mercado os primeiros vinhos da Quinta de Valbom, dois tintos, um colheita e outro reserva, feitos com mistura de castas tradicionais do Douro provenientes de vinhas velhas (mais velhas, no caso do reserva) e com pisa a pé em lagares de pedra. 

São ambos vinhos de 2012 porque Luís Duarte, que sublinha o “grande potencial de guarda que têm”, quis dar-lhes o tempo necessário para os lançar no mercado na altura própria. E, embora involuntariamente, são “dos vinhos mais biológicos do mundo” porque os anteriores proprietários tinham deixado de tratar a vinha há já alguns anos. “Temos vinhas com perto de 90 ou 100 anos”, afirma, explicando que, com um total de 27 hectares de vinha, esta é provavelmente uma das maiores propriedades do Douro. No primeiro ano vinificaram numa outra adega mas entretanto a adega do Valbom foi recuperada e está já a ser usada.

O enólogo fala com entusiasmo do mundo complexo que encontrou, em que em três hectares de vinha pode-se ter “vários terroirs diferentes” com diversas exposições solares e altitudes. Para já, afirma, só está a trabalhar com vinhos tintos e não tem planos para lançar um branco.

O Quinta de Valbom Tinto 2012 Douro Doc, do qual foram feitas 38 mil garrafas, tem um preço de 28 euros e o Quinta de Valbom Tinto Reserva 2010 Douro Doc (3,850 garrafas) 55 euros. O objectivo é chegar a uma produção de 120/150 mil garrafas. São, ambos, vinhos que se destinam a restaurantes e garrafeiras seleccionadas.

“Quero que daqui a cinco ou dez anos a Quinta de Valbom esteja no topo de gama dos vinhos do Douro”, afirma o enólogo, que ao longo dos últimos 13 anos criou a marca Herdade dos Grous e a consolidou no universo dos vinhos do Alentejo. O objectivo, sublinha, é que as duas marcas se desenvolvam de forma autónoma e que, a partir daqui, a Quinta de Valbom faça o seu próprio caminho.

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