Dos seus 38 hectares saem uvas para espumantes, brancos, tintos, aguardentes e até para um fortificado sempre com uma idade média de 20 anos. É um portefólio de peso que vai ser reforçado com três novos vinhos: dois biológicos, o Cabriz Biológico Tinto 2013 e o Cabriz Biológico Branco 2016 (ver provas ao lado), e o Cabriz Branco Touriga Nacional 2016.
Leu bem: um branco de Touriga Nacional. Não é o primeiro vinho do género. Há outros em Portugal, como o Invisível, da Ervideira. Este, porém, é o primeiro branco de Touriga Nacional, a grande casta do Dão. Pode parecer uma heresia, mas fazer brancos de tintos é o segredo de muitos champanhes e espumantes. A ideia é obter complexidade e frescura.
No caso de Cabriz, a opção pela Touriga Nacional prende-se com a notoriedade da casta e também com a sua valia intrínseca, já comprovada em espumantes e rosados. O vinho, como explicou o enólogo Osvaldo Amado durante a apresentação das três novidades, foi feito como um branco, sem maceração das películas e com o aproveitamento apenas da “lágrima”, o sumo da uva. A fermentação e estágio decorreu apenas em inox.
O resultado é surpreendente. Mesmo não beneficiando da riqueza fenólica que está na pele das uvas, é possível detectar no aroma alguma tipicidade da Touriga Nacional, em especial notas vivas de frutos vermelhos e sugestões violáceas. Na boca, é um branco bem estruturado, seco e fresquíssimo. Se tivéssemos que o definir, diríamos que é um branco na cor, um rosé no nariz, um tinto no ataque de boca e novamente um branco no final. O preço recomendado é de 7 euros. 88 pontos.