A enologia está a cargo de Diogo Lopes, que procura o mínimo de intervenção para que o vinho expresse as condições do terroir. Na região com uma das mais elevadas temperatura do país, a regra impõe-se em momentos cruciais, mas o objectivo é que a vinha se esforce pela sobrevivência. A diferença em relação ao Alentejo tradicional é a marca mais saliente dos vinhos de Mértola.
Com baixas produtividades (abaixo das 4,5 toneladas de uva por hectare), as notas de frescura e o equilíbrio de componentes caracterizam o perfil dos vinhos, por vezes até com alguma aresta que ajuda a marcar distâncias com o resto do Alentejo. A afinação e a busca de maior conhecimento sobre o comportamento das castas e composição de lotes é ainda uma preocupação constante, mas os indicadores de mercado são bem positivos. Incluindo a surpresa de um prémio numa prova internacional.
É claro que tudo isto vale o que vale, mas a medalha de ouro trazida de volta este ano do International Wine Challenge pelo branco de 2014, logo na sua primeira presença em concursos, não deixa de ser animadora. Um ambiente que faz crescer as expectativas em relação ao primeiro grande reserva tinto. É da colheita de 2013 e aguarda já em garrafa o momento de saltar para as prateleiras, depois de dois anos de estágio em barricas de carvalho.
Para já, estão apenas no mercado um branco e um tinto, das colheitas de 2015 e 2014, respectivamente.
Discórdia Tinto 2014
Regional Alentejano
Graduação: 14,5% vol
Preço: 6,50€
Aroma com notas florais e de frutos silvestres. Sensações frescas de fruta vermelha na prova de boca, que evoluem para notas de especiaria. Final de média intensidade com taninos redondos e adocicados.
Discórdia Branco 2015
Regional Alentejano
Graduação: 13,4% vol.
Preço: 6,50€
Aroma de frutos maduros com sensações frescas de maçã e ameixa à mistura. Boca fresca, algo cítrica e envolvente, com algum volume e gordura, e final seco e intenso com laivos de alguma salinidade.