Fugas - hotéis

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Se dúvidas houver, o nome diz tudo

Por Cláudia Lima Carvalho ,

Uma vista a perder de vista no meio do nada e perto da praia. Elegante, moderno e tranquilo. No Sublime Comporta não nos falta nada. Do spa ao restaurante, da piscina aos quartos espaçosos e meticulosamente decorados. É assim este hotel de charme na Comporta.

Aqui é difícil fugir aos clichés. Não porque é tudo igual ao que já vimos mas sim porque encaixa em tudo o que já ouvimos por aí. Bem tentamos fugir às frases feitas quando tudo o que queremos dizer é que na Comporta há um paraíso escondido. E há mesmo. Chama-se Sublime Comporta e o nome diz tudo. O que encontramos nesta unidade turística é um projecto de charme. Um ambiente íntimo e sem quaisquer pretensiosismos. Um hotel de luxo, não tenhamos vergonha de dizer. Um lugar para se descansar e desligar do mundo sem que nada nos falte: um restaurante com menus pensados ao mais ínfimo detalhe, um spa com tudo a que temos direito, piscina interior e exterior e um longo pinhal. Isto tudo e ainda a praia do Carvalhal ou a praia da Comporta ali mesmo ao lado.

Da estrada, o Sublime Comporta passa quase despercebido. Pouco se vê, só há mesmo o grande portão a dar as boas-vindas. Entramos e continuamos a pouco ver. Árvores, muitas árvores. Pinheiros e sobreiros. Cheiro bom a campo. A tranquilidade vive aqui, percebemos logo. E é só para alguns. Uns bons metros à frente, encontramos as casas. O Sublime Comporta está dividido em dois edifícios: o principal, onde fica o restaurante, o bar, o spa e cinco quartos; e uma outra estrutura com nove quartos. Mas já lá vamos.

Já tínhamos visto algumas fotografias desta unidade hoteleira mas mesmo assim a surpresa ao chegar é grande. É paradísica a paisagem. É o Sublime Comporta e mais nada à volta. São dois edifícios elegantes e inteligentemente pensados, com a devida distância para que qualquer hóspede se sinta à vontade. A vantagem de apenas existirem 14 quartos é a certeza de que nunca andarão pessoas a mais por aqui. É a certeza da intimidade, do conforto de nossa casa, com todas as mordomias. É a certeza também de que beberemos um gin ou um vinho da região com a piscina à vista, ou até com os pés dentro de água. É a certeza de que não pensaremos em nada, a não ser em aproveitar o momento. Que só pode ser bom.

É isso mesmo que Gonçalo Pessoa e a sua mulher Patrícia querem proporcionar aos hóspedes. É deles o projecto. É deles a ideia de tudo. Ideia essa que existe mais ou menos desde 2002, quando pela primeira vez visitaram a Comporta. “Gostámos tanto do que vimos que decidimos comprar um terreno”, diz Gonçalo, piloto da TAP de profissão. Dois anos mais tarde compraram o terreno, que já fez parte da Herdade da Comporta, da família Espírito Santo. “Mas não sabíamos bem o que queríamos fazer.” Foi só em 2011 que a ideia apareceu. Obtiveram a licença para construção de uma grande moradia. Tão grande que perceberam que não devia ficar apenas para uso familiar. “Achámos que a Comporta se estava a tornar num destino turístico, que até então não era, era uma coisa muito incipiente, e decidimos adaptar o licenciamento que havia para a construção de um hotel de charme”, conta. “Não tínhamos experiência nenhuma de hotelaria do ponto de vista de gestão mas eu há 15 anos [como piloto] que vivo em hotéis, já vi muita coisa, o bom e o mau”, continua Gonçalo, contando que, juntamente com a mulher, também sempre gostou de receber pessoas em casa.

O Sublime Comporta é, então, uma extensão de tudo isto. É a extensão de algo que já faziam mas agora com mais requinte e algum formalismo. Estão de portas abertas para o mundo e não só para os amigos mas é como amigos que tratam os que aqui chegam. Não são de estranhar, por isso, os nomes dados aos quartos. Na unidade principal, o destaque vai para a suíte, dizem que é a suíte dos proprietários (Owner’s Suite) mas é, na verdade, para quem aqui quiser ficar. E isso inclui aproveitar um jacuzzi na varanda, com vista para a piscina e para as árvores, e uma banheira no quarto. Uma cama king size e uma lareira pronta a aquecer qualquer noite mais fria. É um espaço aberto com 50 metros quadrados sem vizinhos dos lados. Apenas em baixo, onde ficam os outros quatro quartos desta unidade. São os quartos dos amigos (Friends Rooms) e depois do outro lado, a cerca de cem metros, já noutro edifício, ficam as suítes dos convidados (Guests Suites).

Todos os quartos são amplos, modernos e simples. No lado dos convidados, os quartos são pequenas habitações com janelas enormes dos dois lados. Todas elas com inscrições de canções que já ouvimos aqui e ali. I love you baby/And if it’s quite all right/I need you baby/To warm the lonely nights, já cantava Frankie Valli e nós agora também.

“Foi uma aposta ganha porque a Comporta precisava de um local onde as pessoas se pudessem alojar com qualidade. Não gosto da palavra luxo, para mim é qualidade”, diz Gonçalo Pessoa, defendendo que a oferta da zona ainda é muito escassa. “Acho que viemos suprir uma necessidade, havia imensa procura.”

A prova foram as noites esgotadas no ano passado, mal abriram portas. “Tivemos taxas de ocupação altíssimas”, continua, explicando que no Verão foram mais procurados por estrangeiros para estadias mais longas e no Inverno foram os portugueses que quiseram aqui passar um ou dois dias. Tendências que se mantêm, assim como a procura. De tal forma que Gonçalo e Patrícia estudam já uma ampliação do hotel para 2016. “Um misto de quartos e moradias”, conta Gonçalo, garantindo que o sossego e o equilíbrio do local nunca serão postos em causa. Até porque não é para crescer em demasia. E espaço há para tudo, ou não fosse esta uma herdade de 17 hectares. “O que acontece é que no Verão a procura é muita, se tivéssemos o triplo dos quartos isto enchia. Mas é preciso lembrar que depois vem o Inverno e por isso estamos a estudar essa expansão”, explica o responsável, com a promessa de manter o equilíbrio e o espírito intimista.

Outra das apostas do casal é o restaurante que está aberto todos os dias do ano para o público em geral. “Decidimos avançar porque eu também adoro a restauração, foi de paixão total. Decidimos então fazer algo diferente, uma cozinha de autor”, continua, explicando que a aposta é na “apresentação mais sofisticada mas que tentasse ao máximo ter identidade portuguesa”. “Temos consciência que temos de servir o mais possível os produtos da zona. Comprar coisas do estrangeiro, nem pensar.”

À frente da cozinha está o chef David João, ali mesmo da região, assim como todos os empregados desta unidade hoteleira. “Tirámos várias pessoas do desemprego. O concelho de Grândola tem problemas gravíssimos de desemprego e conseguimos reunir uma equipa com pessoas da zona”, diz Gonçalo Pessoa, com o desejo de que o restaurante se destaque por si e que seja também uma referência para lá do hotel. Ao almoço a carta é mais ligeira. Massas, saladas mas também pratos de carne e de peixe. E à noite o programa é especial. “O jantar é sempre um menu de degustação. São sempre quatro pratos com a mesma estrutura: uma entrada sólida, depois uma entrada líquida (uma sopa, um creme, um gaspacho), depois um prato de peixe e outro de carne, mais a sobremesa”, explica o responsável, garantindo que todos os dias este menu, que pode ser acompanhado também por um menu de degustação de vinhos da região, é diferente. “De acordo com aquilo que está disponível, o chef vai idealizando para que quem fica cá cinco dias, por exemplo, se quiser jantar cá, nunca repita a refeição.”

E é mesmo possível ficar por aqui cinco dias, ou mais, e não se cansar de aqui estar. Entre um mergulho na piscina, uma ida à sauna ou ao banho turco, mais uma massagem relaxante de nos pôr a levitar e mais um mergulho, desta feita na piscina interior, o leque de alternativas é alargado. É possível também fazer caminhadas pela herdade ou pegar nas bicicletas e ir até à praia. “Nós oferecemos basicamente tudo o que é expectável num hotel tradicional de cinco estrelas”, diz Gonçalo, para quem se mais concorrência houvesse, melhor seria. “Aqui na Comporta, eu gostava que existissem mais projectos e que estivessem ao nosso nível, a oferta ia gerar de certeza mais procura”, afirma, deixando a explicação do nome, Sublime Comporta, para o final da conversa. “O nome foi escolhido a dedo porque tem duas particularidades. Uma é que tem um sentimento muito forte. Quando se fala em sublime há vários sinónimos. Todos nós sentimos qualquer coisa de especial”, explica. “E depois tem outra particularidade, escreve-se da mesma forma em quase todas as línguas principais: português, espanhol, inglês, francês, italiano, alemão. É a mesma palavra, só muda a forma como é dito”, acrescenta. Resumindo: “Tem sentimento e universalidade.” É isso o Sublime Comporta.

A Fugas esteve alojada a convite do Sublime Comporta

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Preços: Os preços variam entre os 185 euros e os 370 euros por noite com pequeno-almoço incluído, consoante a época escolhida e os dias da semana, assim como os quartos em questão.

Como ir
Do Porto e de Lisboa, seguir em direcção à Ponte Vasco da Gama e apanhar a A12. Seguir depois para a A2 em direcção a sul (Algarve) durante aproximadamente 100km. Sair em direcção a Grândola/Sines e depois sair para Comporta/Tróia. Virar à esquerda na estrada N261-1. O Sublime Comporta fica a cerca de 10km.

Onde comer
O restaurante do hotel serve refeições com produtos da região. Para a mesa só vai o que é fresco. Dos legumes da horta ao peixe do mar aqui mesmo ao lado. O menu de degustação servido ao jantar, por exemplo, tem o preço de 45 euros por pessoa, sem bebidas. Caso queira sair do Sublime e conhecer o que há nas redondezas pode experimentar o restaurante A Escola, no lugar de uma antiga escola primária, na localidade de Cachopos (entre Alcácer do Sal e Tróia). A gastronomia do Sado é estrela aqui. Se preferir um sítio mais perto, experimente O Dinis - Restaurante Bar dos Pescadores. Em plena praia do Carvalhal, mesmo em frente ao mar, com uma vista magnífica, pode comer aqui um bom peixinho grelhado.

Nome
Sublime Comporta
Local
Grândola, Grândola, CCI 3954
Telefone
269449376
Website
http://www.sublimecomporta.pt/
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