Fugas - hotéis

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Uma clareira de silêncio entre eucaliptos

Por Mara Gonçalves ,

Depressa esquecemos quotidiano e horários, como se o mundo ficasse suspenso para lá da cortina de eucaliptos. Aqui o ritmo é ditado apenas pela natureza e pelo melhor do dolce far niente.

Sempre que um hóspede se perder entre caminhos pedestres ou de bicicleta, o conselho será o mesmo: regressar à grande mancha de eucaliptos. Num dos extremos da propriedade com 90 hectares, as árvores abrir-se-ão num anel de casas brancas e campos verdes e dourados, onde reina o silêncio quente do Alentejo. 

São três edifícios térreos, de telha embicada e paredes alvas, o rodapé característico da região colorido de suave verde-água. O exterior, de arquitectura tradicional — como, aliás, ditam as regras, uma vez que está inserido no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina — dá lugar a interiores minimalistas, “mais contemporâneos e arrojados”, mas igualmente serenos. “Queríamos uma coisa mais clean, para fugir um bocadinho ao rústico e ao mesmo tempo não atrofiar a decoração com montes de coisas, mas mantendo todo o conforto”, explica a proprietária, Conceição Branco.

A tranquilidade da cor branca está, por isso, omnipresente, excepção feita a alguns apontamentos de tons vivos, nas almofadas, mantas e um ou outro elemento decorativo. Uma tela pura e esmagadora que inevitavelmente nos realinha o ritmo. Aqui só podemos desacelerar. E tudo está pensado para que assim seja.

Para começar, não há televisão nos quartos. “Quando vou para um hotel que tem televisão ponho logo uma toalha por cima para ela não existir ou então a tendência é ligá-la e ficar ali a olhar, mesmo que os programas sejam uma porcaria, por isso decidimos logo isso”, conta. Para compensar, o ecrã é substituído por uma pequena aparelhagem para ouvir música, que os hóspedes podem ligar ao seu dispositivo móvel, trazer CD de casa ou ir buscá-los à sala comum, onde convivem com livros e jogos tradicionais.

É na sala, que serve igualmente de espaço de refeições e de recepção, que está também a única televisão da casa, “escondida” num recanto criado em mezanino. “Geralmente sobem para ouvir o professor Marcelo ou para ver um jogo de futebol ou de ténis, às vezes aparece alguém que gosta de ver qualquer coisa só um bocadinho antes de ir para a cama.” Ainda assim, para quem não se conseguir desligar do ecrã, existe “um LED para emprestar”, só com os canais abertos, consoante a disponibilidade. “No Verão, quando as pessoas ficam uma semana inteira ou mais, essa televisão não pára, começa num quarto e vai correndo todos”, ri-se.

No entanto, a ideia é mesmo esquecer a azáfama do quotidiano, como se o mundo ficasse suspenso para lá da cortina de eucaliptos. O mote é “descansar”, “recarregar baterias”, com a maior tranquilidade e privacidade possível. Há uma comprida piscina com areia da praia de um lado e relva do outro. Há espreguiçadeiras de pano, grandes almofadas e camas de rede nos alpendres. Há sombras de dois frondosos eucaliptos centenários, uma mata por explorar e todos os sons do silêncio, do zunido dos insectos ao vento nas árvores. E, depois, em dias de céu limpo, há ainda um laivo de mar lá ao fundo, recordando que as praias estão a minutos de distância de carro, e um céu nocturno “que parece que cai em cima de nós com a sua quantidade enorme de estrelas”. Em cada suíte, a lareira promete aquecer a alma aos dias frios e três das quatro master suites incluem um recanto íntimo encantador: um pátio privado com uma pequena piscina.

Nome
Casas da Lupa
Local
Odemira, São Teotónio, Herdade dos Currais de Baixo
Telefone
913 914 746
Website
http://www.casasdalupa.pt
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