O corpo já lá estava, o Grupo Pestana só lhe deu outra vida. E com este renascimento ibérico é o cliente quem sai a ganhar: no Pestana Arena Barcelona, antigo Vincci Arena, há mais espaço para o conforto, apoiado num design moderno e despretensioso que nos faz sentir em casa.
A aquisição do Arena à Vincci marcou a entrada do Grupo Pestana em Espanha, em Outubro de 2013. “O hotel já existia [desde 2006], o que em termos de timing tornava mais fácil iniciar a operação”, explica o administrador do grupo liderado por Dionísio Pestana, Luigi Valle. E assim foi: os novos donos investiram 15 milhões de euros para renovar todo o interior, sem nunca fechar portas. Do velho hotel restam pouco mais que as paredes e a equipa de funcionários, agora com uma importante missão: “mimar” os clientes desde a primeira hora.
O Pestana Arena Barcelona assume-se como um boutique hotel, com detalhes de elegância e conforto que esperamos encontrar num quatro estrelas. “Queremos o cliente mimado, para que se sinta em casa mesmo quando está fora, em trabalho”, diz-nos o director, Ramon Alegret. É que os principais clientes do Pestana Arena Barcelona são representantes de empresas internacionais na capital catalã, até porque o hotel está perto de alguns edifícios dessas companhias.
Mas o Pestana Arena também atrai turistas em lazer, sobretudo alemães, britânicos e norte-americanos. Muitos chegam à cidade em cruzeiros: Barcelona é hoje o terceiro principal destino de cruzeiros a nível mundial, sendo o primeiro na Europa. A cidade recebe anualmente 6,6 milhões de visitantes. Tudo isto explica a aposta do Grupo Pestana na Catalunha, em detrimento da capital, Madrid – pelo menos para já.
“Há cidades em Espanha que são prioritárias. Madrid é muito importante, mas surgiu esta oportunidade [em Barcelona] e começámos por aqui”, afirma Luigi Valle. Para o grupo, esta é a década da Europa. “A América do Sul foi a aposta da década anterior. Agora estamos a construir uma unidade em Amesterdão, e em Espanha podem surgir novas oportunidades, para ficarmos com hotéis que já existam ou construirmos novos”, acrescenta.
O número de hóspedes portugueses subiu 20% desde que a unidade abriu com a chancela Pestana, e houve um aumento também no número de brasileiros. A taxa de ocupação média do hotel rondava em Maio os 80%. “Queremos captar novos clientes e atrair os portugueses que estão espalhados pelo mundo”, diz o administrador.
Perto de tudo
A localização é um dos pontos fortes do Pestana Barcelona, por estar perto do centro e dos principais centros aglutinadores de empresários. Fica a poucos metros da Praça de Espanha, onde está situada por exemplo a Feira de Barcelona, que acolhe eventos como o Mobile World Congress, o maior a nível mundial no sector das telecomunicações. Também é nesta praça que se encontra o grande centro comercial Arena, antiga praça de touros que deu nome ao hotel.
Situado na Rua Consell de Cent, numa zona de fáceis acessos de carro, o Pestana Arena está também a 20 minutos do Centro de Congressos – outro factor de peso, tendo em conta que Barcelona é actualmente considerada o principal destino a nível mundial para congressos.
Além disso, a zona é muito bem servida de transportes públicos: até à estação de metro mais próxima, perto do Parque Miró, são cinco minutos a pé; está a 15 minutos do aeroporto de El Prat e a 400 metros da estação ferroviária de Sants (com ligação pelo TGV a Madrid). Mais central era difícil.
Mas se é fácil sair para ir conhecer a cidade de Antoni Gaudí, ainda mais fácil é ficar no hotel a aproveitar os “mimos”. O edifício de seis pisos tem 84 quartos elegantes e luminosos (com wi-fi e minibar), incluindo suites nos andares superiores com terraço privado e jacuzzi com vista para a colina de Montjüic. Na cave, há espaço para o spa, que inclui sauna e banho turco, massagens (é necessário pedir o serviço previamente na recepção) e um pequeno ginásio com “vista” para Tróia, cuja paisagem surge numa fotografia a decorar o espaço. Existem ainda duas salas para reuniões privadas.
No piso da entrada, junto ao hall em tons preto, vermelho e branco, com espelhos que dão amplitude ao espaço, está um pequeno bar com menus express – especialmente pensados para os empresários, que não têm tempo para se demorar em longas refeições – que não existia na antiga versão do Arena. Da lista constam lanches, tapas, petiscos, pizzas, sanduíches e cocktails.
Ao lado, fica a sala de pequeno-almoço, onde saboreámos diferentes pães, bolos, fruta fresca – e até o tomate para pôr no pão, à moda espanhola. Ao lado da parede envidraçada da sala de refeições, encontrámos um refúgio: no espaço entre o Pestana e os prédios vizinhos, que abafam os sons urbanos e emprestam privacidade, a gerência quer criar uma zona chill out. Mais um “mimo” que promete.
A Fugas viajou a convite do Grupo Pestana
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Como ir
É fácil chegar à capital da Catalunha. O principal aeroporto da cidade é El Prat, que fica a cerca de 13 quilómetros e 15 minutos de carro da Praça de Espanha. A partir de Lisboa e do Porto, são várias as companhias que voam para Barcelona: além da TAP e da Portugália Airlines, também as low cost como a Iberia, Vueling, easyJet e Ryanair fazem várias viagens diárias, com 1h45 de duração. Comprando os bilhetes com três ou quatro meses de antecedência, conseguem-se preços na ordem dos 60 euros, ida e volta, partindo de Lisboa, e dos 25 euros partindo do Porto. Do aeroporto até ao centro é possível ir de comboio, autocarro (incluindo Aerobus, que tem um serviço especial directo) ou táxi (cerca de 20 euros até ao hotel). Depois, as deslocações na cidade fazem-se facilmente de metro – que até chega à praia (!) – e de autocarro. Também é possível alugar uma das bicicletas de uso partilhado que se encontram em vários pontos na via pública. As famosas embarcações golondrinas, uma das atracções turísticas mais antigas de Barcelona, levam os turistas a navegar pelo porto.
O que fazer
Barcelona fervilha de vida, cultura e animação. Há tanto para ver que o melhor é ir com tempo, mas para estadias curtas como a nossa as rotas dos autocarros turísticos (hop-on-hop-off), que percorrem as principais ruas da cidade, são uma opção. Há uma paragem na Praça de Espanha, que fica a três minutos a pé do Pestana Arena. O bilhete para um dia custa 27 euros e para dois dias fica por 35 euros – pode evitar as filas comprando o bilhete na recepção do hotel, com desconto. Os autocarros vão parando nos locais mais emblemáticos e os passageiros vão ouvindo a sua história, através de headphones. Querendo, podem sair em qualquer paragem e explorar. Podem começar por apreciar a vista panorâmica da cidade sobre a colina de Montjüic, onde todos os jardins têm nomes de poetas que escreveram as suas obras em catalão. Depois, dar um longo passeio à beira-mar desde a praia de Barceloneta até ao Forum, parando para descansar à sombra no Parque de Poblenou ou para almoçar nos restaurantes do Passeio Marítimo, que se estende por cinco quilómetros. Ou percorrer a rua mais badalada da cidade, La Rambla – que começa junto ao porto no Monumento a Colombro e sobe até à Praça Catalunha – e meter pelas ruas estreitas do Bairro Gótico, na Cidade Velha. Aqui é obrigatório visitar o Mercado de La Boqueria e deixar-se ir atrás dos cheiros e das cores vibrantes. São mais de 270 bancas com produtos diversos, como fruta, doces – os turrones e caramelos espanhóis são incontornáveis – frutos secos, queijos, presuntos, carne, ovos, peixe e marisco, até artesanato. Há que carregar baterias para percorrer a cidade em busca do génio e da originalidade de Antonio Gaudí, visíveis em obras incríveis como a Casa Batló, o Parque Güell ou a Igreja da Sagrada Família, projectada pelo arquitecto no século XIX mas ainda em construção. Os amantes de Pablo Picasso podem visitar o museu com 3000 peças do artista, incluindo as famosas pinturas Las Meninas. Pelo meio podem perder-se nas praças cheias de bares e esplanadas, onde apetece parar para tomar uma bebida fresca. De 15 a 21 de Agosto realizam-se as grandes festas de Gràcia, muito conhecidas por incluírem performances dos castellers da Catalunha, equipas de ginastas amadores que constroem “torres humanas”, com alturas que podem atingir as oito pessoas.
Onde comer
Pode até não saber espanhol e não perceber nada de catalão, mas há duas palavras que o turista tem de ter na ponta da língua se quer comer bem: tapas e paella. Depois, é esquecer o relógio e dedicar-se à cultura da boa mesa que tanto caracteriza os espanhóis. O almoço começa normalmente às 14h e estende-se pela tarde dentro, e o jantar só é servido lá para as 22h. Em dias de sol, como os que tivemos em Barcelona no início de Maio, vale a pena ir almoçar à praia, onde a oferta é variada. No Moncho’s, mesmo junto à praia Nova Icària, comemos o típico pão com tomate, as batatas bravas (batatas fritas em cubos servidas com um molho espesso e picante) e uma paella que não desiludiu – nem na hora de pagar a conta: 20 euros por pessoa, com entradas, água e café. Mas “a melhor paella da cidade” – é assim que se apresenta e não duvidamos – está no Xiringuito de L’ Escribà, um verdadeiro sonho mediterrânico: situado no Passeio Marítimo, em frente à praia do Bogatell, é um refúgio para os amantes de pratos de marisco e arroz. O proprietário, Joan Escribà, filho de um famoso pasteleiro catalão, soube criar um ambiente simultaneamente cosmopolita e intimista, com a cozinha à vista dos clientes e um serviço excepcional. Os petiscos de entrada são deliciosos (recomendamos o pica-pica e os croquetes) e a paella, servida em grandes bandejas de alumínio – as doses são generosas, perfeitas para partilhar, juntamente com uma sangria de vinho branco divinal – é de comer e chorar por mais. O requinte vai até às sobremesas, que se podem comer na esplanada do bar situado poucos metros em frente, quase com os pés na areia. Por cerca de 25 euros por pessoa, faz-se a festa. Convém reservar porque é difícil encontrar mesas vazias, mesmo às quatro da tarde.
Preços: Duplo a partir de 59€.
- Nome
- Hotel Pestana Arena Barcelona
- Local
- Estrangeiro, Espanha, Rua Consell de Cent, 51/53
- Telefone
- +34 932893921
- Website
- http://www.pestana.com/