O novo Volkswagen Polo distingue-se não só pelas qualidades mecânicas, uma bandeira de sempre do construtor alemão, mas pelas suas linhas atractivas e elegantes, que romperam com a anterior e algo cinzenta geração. O Polo Cross, a versão "todo-o-terreno" deste modelo do segmento B, tem um visual ainda mais jovem, dinâmico e desportivo. Mas, apesar de ter mais 15mm de altura ao solo do que as versões standard, é só mesmo no preço acrescido que se distingue delas.
Disponível só com carroçaria de 5 portas, o Polo Cross tem um aspecto agressivo no bom sentido, com os laterais e pára-choques em plástico preto (neste particular, talvez uma vantagem em relação ao Polo normal - ver caixa). O carro que a Fugas conduziu estava pintado num tom de laranja que contrastava com o plástico preto. O interior, com estofos da mesma tonalidade e pedais em alumínio, reforçava o visual jovem e desportivo, convidando à aventura.
Porém, os pneus de baixo perfil 215/40 R17 que o equipavam, aliado à ausência de quaisquer outras qualidades para o todo-o-terreno, desaconselham qualquer incursão fora do asfalto. Por isso, a opção pelo Polo Cross será sempre mais emocional do que racional: o Polo 1.6 TDI de 90cv Confortline BlueMotion Technology, que tem o mesmo equipamento do Polo Cross (à excepção das barras de tejadilho e as jantes em liga leve de 17 poelgadas) e as mesmas performances, custa menos 1750 euros e além disso, segundo o construtor, tem médias de 3,6 l/100 km e 96 g/km de CO2.
Há que reconhecer, porém, que o visual do Polo Cross concita mais as atenções e isso, pelo menos para algumas pessoas, também conta. E desde que não se pense em escapadas em trilhos de terra, conduzi-lo também encerra uma certa dose de diversão. Não é um desportivo, mas o propulsor 1.6 TDI de 90cv revela-se perfeitamente adequado para deslocar os 1146 kg deste carro. Acoplado a uma caixa manual de 5 velocidades, proporciona arranques, ultrapassagens e recuperações fáceis e uma força que permite em estrada quase dispensar as mudanças de velocidade, independentemente do grau de inclinação. Além disso, dispõe no visor do computador de bordo de indicador de mudança de velocidade, o que permite uma condução mais racional. Os consumos, apesar de não atingirem os valores do Polo BlueMotion Technology, também são muito razoáveis - médias de 4,3 l/100 km segundo o construtor (fizemos cerca de 6,0 litros num percurso misto cidade/estrada).
É um carro que curva bem e é fácil de conduzir, com uma caixa bem escalonada e de relações longas. Estas qualidades também são evidentes em cidade, nomeadamente a estacionar. No entanto, face ao seu preço de 23 mil euros, justificava-se a existência de série de uns simples sensores de estacionamento. É certo que os sensores traseiros estão disponíveis num pacote que inclui o programador de velocidade e custa 360 euros, mas o Polo Cross não é propriamente um carro baratinho. Isto para não falar em sensores de chuva, que são opcionais, ou de luminosidade, que nem sequer estão disponíveis como opção.
Em suma, o equipamento de série no que se refere ao conforto e vida a bordo não é muito abundante. Em compensação, a qualidade dos materiais e acabamentos merece nota positiva e os bancos do Polo Cross, em especial os dianteiros, são confortáveis e envolventes.
Também no capítulo da segurança, tal como os outros Polo, a nota é elevada, tendo obtido 5 estrelas nos testes do Euro NCAP segundo os parâmetros pós-2009, com 90 por cento na protecção dos ocupantes adultos, 86 por cento na protecção das crianças e 71 por cento nos dispositivos auxiliares de segurança. As únicas notas baixas referem-se à protecção dos peões, 41 por cento, e ao efeito de chicote provocado por impactos traseiros - protecção "marginal".